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sábado, 30 de agosto de 2025

Livre Do Medo Quando Se Dá Tratamento A Outrem

 



Que maravilhoso é receber um pedido de tratamento pela Ciência Cristã, por parte de outras pessoas. 

Quando se solicita aos estudantes da Ciência Cristã que orem especificamente por outros, podem estes regozijar-se pela oportunidade que lhes é concedida de glorificar a Deus através do Seu poder sanador.

Mas o que fazer quando, por ser a primeira vez que nos pedem para orar por outrem ou apesar de já termos alguma experiência anterior, o medo aparece, tentando sufocar o nosso mais empenhado desejo de curar? Como é que poderemos ver-nos livres desse medo?

Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy revela a importância de lidar com o nosso próprio medo: “Para teres êxito na cura, precisas vencer teus próprios temores, bem como os de teus pacientes, e adentrar-te numa consciência mais alta e mais sagrada”.

Talvez o medo mais comum que ensombra qualquer empreendimento humano seja o medo de fracassar. Este consiste no medo de não se possuir o conhecimento ou o entendimento necessários para cumprir uma dada tarefa. 

Efetivamente seria bastante razoável sentir medo de fracassar, quando se trata alguém pela Ciência Cristã, se não fosse a existência do seguinte fato: Deus, o Amor divino, é infinito, é Tudo, e o homem existe já como a expressão desse Amor.

Se a cura pela oração fosse uma questão de, através do nosso melhor esforço, fazermos com que uma determinada e potencial realidade se manifestasse, por exemplo, a saúde do homem, então haveria razão para se sentir medo. 

Mas a grande e maravilhosa novidade da Ciência Cristã é que a saúde, a inteireza espiritual e o bem-estar do filho de Deus não são apenas uma possibilidade; são efetivamente a realidade atual. 

A Bíblia informa-nos que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Por certo, a imagem e semelhança do puro Espírito não está doente. 

Se temos receio de que nossas orações em favor de outrem não sejam eficazes, é provável que necessitemos aceitar mais profundamente o fato de que o bem-estar do homem é invariável e que é consequência de ser este o filho muito amado de Deus.

É com certeza fundamental, durante a nossa demonstração progressiva desta verdade acerca do invariável bem-estar do homem, que possamos renascer cotidianamente através do crescimento individual do caráter cristão, com amor altruísta e humildade. Dessa forma desenvolvemos nossa própria salvação e tornamo-nos aptos a auxiliar os outros a fazerem o mesmo. 

Mas é importante, à medida que trabalhamos para crescer em graça, que não pensemos em nós nem nas pessoas que estamos a ajudar, como sendo meros mortais, tentando demonstrar a realidade espiritual. 

Para nos livrarmos do medo temos de compreender clara e nitidamente que o Amor onipotente é o único poder sanador e que, em verdade, não somos mortais que se esforçam para demonstrar o reino dos céus, mas sim imortais vivendo no reino de Deus, inseparáveis do Amor divino. 

A sensação de sermos mortais trabalhando sozinhos para conseguirmos a cura poderia, de fato, produzir o medo de fracassar, enquanto que a compreensão de que somos imortais, refletindo o poder do Amor, destrói o medo.

Às vezes, quando oramos em prol de outrem, nos pomos a imaginar que nalgum outro período da experiência vivida por nós ou por outros, a aplicação da Ciência Cristã poderia ter sido mais eficaz. O que fazer, se algum desses exemplos vem ao nosso pensamento? A única forma de nos libertarmos do medo relacionado com esses acontecimentos consiste em corrigirmos o nosso pensamento acerca deles através da oração. 

Ao volvermo-nos para o Amor divino em busca de uma visão mais ampla da sua terna presença e cuidado, conseguimos ver que todos os envolvidos nesses acontecimentos jamais foram mortais esforçando-se por demonstrar a Verdade. Pelo contrário: todos os envolvidos são, na realidade, filhos perfeitos de Deus, refletindo a Mente divina e única, possuindo bem-estar e autoridade, consciente disso.

Todos nós estamos a aprender a seguir, com crescente fidelidade, o exemplo de Cristo Jesus, o que inclui demonstrar mais eficazmente o poder curativo da Verdade, que ele ensinou e viveu. 

Como em qualquer disciplina, o estudante sensato não se condena por não ser tão bem sucedido quanto, com certeza o será quando tiver experiência, mas trabalha dedicadamente para aprender com a sua própria experiência e avançar. O mesmo acontece ao aprender a praticar a cura cristã.

Algumas vezes o medo ao fracasso parece justificável. Vejamos Simão Pedro, justamente antes de ser chamado para ser um dos discípulos. Jesus disse-lhe para ele fazer-se ao largo com o seu barco e lançar as redes. Simão Pedro replicou: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos.” No entanto, ele obedeceu. Como resultado, a pescaria foi de tal forma abundante, que as redes começaram a rasgar-se e os seus colegas de outro barco tiveram de ajudar.

Uma das lições que talvez possamos tirar deste acontecimento é o de que devemos ativamente esperar que a cura completa e imediata ocorra, mesmo que para isso tenhamos de orar repetidamente. Com efeito, tal expectativa é parte integrante do tratamento pela Ciência Cristã.

No tratamento de outros, pode acontecer não duvidarmos nem de Deus nem da eficácia da ciência Cristã, mas sim de nós mesmos e de nossa capacidade. Mas será que esta dúvida em relação a nós tem validade?

Em certo sentido, duvidarmos de nós mesmos é idolatria. Trata-se de conceber um deus ou uma mente separada da Mente divina, cuja expressão é o homem, e atribuir a esse fato sentido de mente e de capacidade de duvidar. Mas uma mente autônoma e com a capacidade de duvidar de si própria nunca foi criada por Deus. Portanto, tal mente é apenas uma crença sem poder, uma suposição impotente de que possa haver alguma inteligência além da divina. 

O nosso trabalho de cura é tanto mais livre da dúvida em nós próprios quanto mais persistentes formos na convicção de que não temos mentes pessoais, quer duvidosas, quer autoconfiantes, mas em realidade nós somos a expressão espiritual da Mente única, Deus.

E se você compreende isso tudo, mas mesmo assim continua a sentir temores insistentes, quando se trata de ajudar outros? Será que isso pode bloquear a cura?

Em muitos pontos da Bíblia, Deus é revelado como sendo o único poder. Uma vez que Deus é onipotente, a pretensão do medo, de ser capaz, quer de criar a doença, quer de bloquear a cura, tem de ser oca. 

O único poder do medo é o poder que a crença humana lhe atribui. 

À medida que recusarmos admitir a existência de algum poder além do Amor infinito, poder esse chamado medo, veremos que não importa se esse suposto poder pretende discutir com o paciente ou com o praticista. 

O medo não pode ser nem causa nem efeito, e é nosso direito divino provar, através da cura, que o medo não tem poder.

Houve um praticista que recebeu uma chamada telefônica, no meio da noite, de uma senhora pedindo ajuda em nome da sua filha adolescente, que estava sentindo uma intensa dor de estômago. O praticista aceitou o caso e começou imediatamente, através da oração silenciosa, a acalmar o seu próprio medo, o da mãe e o da filha. Pouco tempo depois a mãe voltou a ligar, informando que, como a filha continuava a sofrer e o pai, não sendo Cientista Cristão, insistia que a filha devia ir ao hospital, ela achava que era melhor ir. O praticista continuou a orar, enquanto a moça era conduzida ao hospital, até sentir uma sensação de paz e ficar completamente livre do medo. Em seguida foi-se deitar, sentindo plena confiança de que tudo estava bem, apesar de não ter recebido mais nenhuma notícia da mãe.

No dia seguinte, a mãe ligou para agradecer ao praticista o seu trabalho. Ela informou-o de que, a caminho do hospital, a sua filha tinha sido curada. A dor tinha desaparecido completamente e os médicos confirmaram, após a realização de alguns exames, que a filha se encontrava perfeitamente bem.

Um dos temores com o qual me tenho confrontado na minha prática de cura é o de que alguém, experimentando o tratamento da Ciência Cristã pela primeira vez, possa não ser curado imediatamente e, como conseqüência, não venha a explorar mais a fundo a Ciência Cristã. 

Para lidar com esse medo, descobri que me era útil estabelecer as minhas orações com base num ensinamento primário da Ciência Cristã: há uma só Mente, Deus, e esta é a única Mente, a única Consciência real, tanto do praticista como paciente. 

Portanto, em realidade, ninguém é recém-chegado para Deus e Seu poder, para a interpretação natural de Deus acerca de Si próprio na Ciência Cristã, ou para a perfeição desse alguém como reflexo, imagem e semelhança de Deus.

Quando se dá tratamento a outrem pela Ciência Cristã, nunca se tem a necessidade de tolerar, mesmo em pequeno grau, a sensação de medo. 

Todo o entendimento, todo o amor, todo o poder de Deus está do lado do praticista e do paciente; porque não há lado para o medo ou para a doença. 

Nossa grande necessidade consiste em aceitar essa gloriosa verdade e seguir confiantemente Cristo Jesus. Ele prometeu que os seus discípulos poderiam curar. Há alguma razão para dúvidas?

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Abril 1995)

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