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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

O DINHEIRO DE DEUS





Há quem pense que o dinheiro é a maior causa dos sofrimentos do mundo contemporâneo. De fato e infelizmente, o dinheiro se tornou, ao mesmo tempo, em bênção e maldição. 

A falta de dinheiro pode tornar o homem inseguro, medroso, humilhado e sem ânimo; a ânsia de dinheiro leva à competição, à fraude, à mentira e até à perda da dignidade humana; o excesso pode levar ao orgulho, apego e afastamento das metas essenciais, além do receio de roubo, desconfiança etc., que anuviam as alegrias do relacionamento.


Esses problemas todos conduzem a inarmonias e enfermidades, nublando os aspectos mais puros e gratificantes da existência, porque uma vida prolongadamente exposta a estados negativos e tensões anormais, acaba minando a resistência vital.

É importante que tomemos consciência da natureza do dinheiro como MEIO, para não nos perdermos, nem no pouco, nem no muito, pois ambos são meramente estados mentais e é na mente que devem ser corrigidos. 

Uma pessoa que mantenha seu ser integral em harmonia e em uníssono com o Divino interno, buscando viver os princípios da verdade, pode ser um canal abençoado de Deus e desfrutar uma vida equilibrada e plena.


No início da história humana, trocavam-se mercadorias, bens e serviços, sem valor intrínseco, senão o atribuído pelas pessoas, conforme seu interesse pela coisa. 

Hoje em dia, as coisas mais preciosas são os bens materiais e, como o dinheiro os adquire, tornou-se o dom mais desejado.


O vocábulo “dinheiro” originou-se da deusa romana Juno, cujo epíteto era “Moneta”. No Templo de Juno é que o dinheiro foi cunhado pela primeira vez, espalhando-se como símbolo da verdade global, que tem origem divina. 

De fato o dinheiro tem uma função útil e sagrada. O que o amesquinha ou o dignifica é o modo de a pessoa usá-lo. Os homens o endeusaram e lhe deturparam o uso. Por ele matam, guerreiam e pervertem dons sagrados. Perdem a paz da alma, a tranqüilidade mental e a saúde do corpo, além de sacrificar a família, o lar e prestígio.

O dinheiro é um símbolo significativo. Representa o suprimento amoroso e abundante de Deus, pois foi feito para adquirir o que Deus nos presenteia através de Sua Criação: frutas, cereais, agasalhos, abrigo, terras. Num conceito ainda mais elevado é símbolo de confiança no divino Poder provedor. 

Com esta boa intenção é que se cunharam moedas na América do Norte com os dizeres: “In God We Trust” (Em Deus confiamos), cujo lema é significativo, pois pressupõe uma Origem invisível, já que as moedas têm duas faces: uma, com o valor circulante, outra, de Quem supre ou assegura seu valor. 

Infelizmente o sentido desta face foi deturpado. Mas se conservamos o símbolo real, recebendo e aplicando o dinheiro com esta intenção, ele crescerá magicamente para nós. 

Esta compreensão tem um efeito extraordinário em nossa vida. É o talismã de um sadio relacionamento. 

Quando as pessoas não acreditam em Deus e não respeitam Suas leis, usam o dinheiro de forma equivocada e acabam gerando conseqüências empobrecedoras, cedo ou tarde, pois o que se faz para ganhar o mundo, aqui permanece e não acrescenta alma. 

O dinheiro pode comprar coisas materiais, mas não as espirituais. É um símbolo, não um poder. Só adquire poder, quando o ligamos ao significado mais alto e, sobretudo, quando o aplicamos com este entendimento.

Portanto, há duas maneiras de encarar o dinheiro:

a) abençoando-o como símbolo de abundância e provimento divino (em cujo caso renderá surpreendentemente em nossas mãos);

b) como simples meio para adquirir bens materiais e prazeres mundanos, desligados da Fonte provedora, que dá origem a muitas restrições. 

Aqui lembramos a razão pedagógica de se podar uma árvore: para a videira não exceder-se na tendência de desenvolver demais seus ramos (para si) em prejuízo dos frutos (para a alma), é podada, de modo que tenha o suficiente para si e produza também para o viticultor (o Cristo em si), mediante o serviço ao próximo.


Quem pode comprar serenidade, amor, saúde, paz ou liberdade com dinheiro? Falamos em sentido profundo e interno. Mas se o encaramos como símbolo do Tesouro Divino, da Fonte Supridora Universal, usando-o retamente, trará bênçãos e acréscimos.

Há uma lei que rege a mente humana: aquilo em que acreditamos e pelo qual nos interessamos profundamente, é o que manifestamos em nossa vida e circunstâncias. Cada um — e só ele — é que decide o que lhe é mais importante. Esta lei suscita outra: sua escolha atrai o que lhe é semelhante, de fora. O que é que lhe interessa e em que você crê? Cuidado, porque isto é que vai atrair a felicidade ou desdita, pobreza ou fartura, enfermidade ou saúde. Estas duas leis servem de escola de aprendizagem e experiência e têm procurado mostrar à humanidade que as causas mentais (idéias e crenças que entretemos) é que têm provocado os efeitos que estamos experienciando. 

O pensamento focado no aspecto material traz resultados decepcionantes, como o fruto de Sodoma, de que fala a Bíblia: as maçãs de Sodoma pareciam lindas e saborosas, mas quando eram arrancadas se desfaziam em pó.

Muitos pensam que o dinheiro traz segurança total, mas se enganam. 

A segurança é um estado mental e uma condição emocional: só a mente apoiada na verdade, e o coração mantido em fé, podem administrar retamente os bens e multiplicá-los, por uma divina Lei. Outros julgam que o dinheiro garante sucesso. Ilusão. 

Sucesso é sucessão: uma seqüência de esforço reto e reto viver que atrai as bênçãos do céu, porque aplica a lei de “dar e receber”. Quem poderia inspirar sem expirar? Dar e receber fazem parte de um ciclo que promove a rotatividade das riquezas de Deus. Só plantando é que se colhe; é amando que somos amados.

É indiscutível a necessidade do dinheiro como meio circulante. Porém, feliz é o que lhe compreende o significado espiritual e forma o lastro interno que lhe dá direito de sacar do universo.

Só ao compreender que as coisas visíveis foram geradas pelas invisíveis é que podemos compreender o sentido do dinheiro, porque as coisas só têm valor como projeção das realidades internas. 

Com estas duas faces o dinheiro tem sentido, como disse Cristo: “Dai a César o que é de César…” (lado externo, aparência) “e a Deus o que é de Deus” (origem, causa, lastro).

Se o dinheiro é o poder externo do homem, o homem é o poder externo de Deus. O dinheiro é feito pelo homem, mas o poder que o homem dá ao dinheiro é o poder de Deus. Logo, o dinheiro é o poder que Deus emprega para o bem do homem, porque homem e Deus são um. Assim, dê o dinheiro ao mundo visível, mas saiba dar a fé e compreensão de que o Invisível é sua garantia, sustentáculo e provisão.

Tudo o que você tem, foi ganho pela fé. Nada se adquire sem fé. Portanto, saiba que todo o dinheiro do mundo é de Deus. 

Comece a abençoar todo recurso que lhe passa pelas mãos e verá o que lhe acontecerá, pois Deus provê ilimitadamente ao que se Lhe torna um canal consciente e administrador fiel.



Sue Sikking

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