Translate

sábado, 31 de maio de 2014

A PRESENÇA INTERNA DIVINA QUE DIRIGE A NOSSA VIDA

 



Quando o Mestre Jesus Cristo disse: “Eu, de mim mesmo, nada posso; o Pai em Mim é quem faz as obras”; e Paulo afirmou: “Não mais eu quem vive mas o Cristo vive em mim” – revelaram a quarta dimensão da vida, na qual “não só de pão vive o homem” e nem por sua vontade, esforços ou sabedoria pessoais.

Chega um momento, em nossa experiência, em que já não somos unicamente nós (aspecto humano), senão que alargamos nossa consciência para a percepção de uma Presença interna. Este momento de transição ocorre quando esta Presença se nos torna real e assume a direção de nossa vida. A partir desta experiência, não mais ficamos “cuidadosos com a nossa vida”, porque sentimos sempre a proximidade desse Algo – que é o Cristo ou Presença divina – que harmoniza nossa experiência diária.

Nesta experiência de transição, deixamos de ser meramente seres humanos (que elaboram os próprios pensamentos, planejam as próprias vidas e resolvem seus assuntos particulares) para atingir um nível de consciência em que sentimos realmente esta Presença interior. Vivemos, então, como que separados um pouco de nós mesmos – digamos, uns dois ou três centímetros – passando a observar, como simples espectadores, o modo como estamos vivendo.

Se neste momento estamos na esfera profissional, vemos que nos chegam outros negócios dos quais não somos responsáveis – ou seja: sobre cuja realização não fizemos esforços pessoais. Se somos escritores, músicos, etc., recebemos idéias e temas com os quais jamais havíamos sonhado e que inspiradamente nos chegam do íntimo. Sabemos, então, que não os estamos gerando, mas que são dados por uma Graça interna.

Se estamos empenhados num Trabalho Espiritual, de cura ou pregação, vemos que  pacientes e estudantes nos são encaminhados, mas será o Espírito quem os sanará e ensinará. Compreendemos, então: “Vivo – mas não eu, senão que o Cristo é Quem vive minha vida. Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”

Em tal estado, convertemo-nos no instrumento consciente de ação da Consciência divina. Então compreendemos a citação do Mestre: “Não sou eu quem faz as obras, mas o Pai que mora em mim é Quem as faz”.
Jesus queria significar que de seu próprio conhecimento ou esforço ele nada podia fazer, senão que era a atividade da Verdade, em sua Consciência, que tornava possíveis os milagres de cura, de conforto ou de alimentar multidões.

Vimos a ser, pois, o veículo através do qual a vida vive a si mesma ou o mensageiro levando a divina Mensagem. Sabemos que já não estamos vivendo a própria vida, senão que a Presença e o Poder a estão vivendo, fazendo de nossa instrumentação humana o seu modo de expressão ou meio de atividade. Esta vivência nos permite entender claramente porque o Mestre disse: “Eu e o Pai somos um, mas o Pai é maior que eu”. Não que isto sugira dualidade ou separação, que seria um retorno à crença ultrapassada em um Deus separado do homem. 
Já aprendemos que Deus Se manifesta individualmente como Eu e Tu, o que vem mostrar que Eu Sou, Deus, embora sendo um Princípio infinito, universal, divino, da vida, aparece como eu e tu individuais, de modo que, em verdade, “Eu e o Pai somos um”: o Ser interno a exprimir-Se como o indivíduo externo.

Não obstante, todas estas colocações não passam de meras declarações da verdade, até o momento mesmo de nossa transição, em que a experiência interna converte estas idéias em verdade viva, em realidade palpável. Aí estas declarações da Verdade cedem lugar à Presença interna, que se torna uma experiência real.

Ao alçar-nos a este lugar na Consciência, em que o Cristo vive as nossas vidas, constatamos, ao mesmo tempo, que o Cristo mantém e provê nossa existência inteira, suprindo-nos vitalidade, iniciativa, inteligência, amor, persistência, valor e saúde, necessários ao cumprimento de nossas metas.
Ele também nos subministra recursos materiais suficientes, reconhecimento e prestígio, já que, havendo tomado o leme de nossas vidas, pode manejar todas as coisas devidamente, na amplitude de nosso nível, promovendo a realização total de nossa vida. Ele vai adiante de nós, proporcionando transporte, hospedagem, oportunidades e êxito em tudo que empreendemos.

Aqueles que se ocupam do Ministério Espiritual logo verão que este Infinito invisível supre tudo o que é preciso para a completa manifestação da mensagem, posto que “o meu ensino não é meu, e sim d'Aquele que me enviou”. Tudo o que seja necessário à expressão da Mensagem e, quem quer que seja o inspirado ou Mensageiro, tenhamos a certeza de que será apoiado, sustido e suprido por Aquele que é a Fonte e a Inspiração da Mensagem.

Quer esteja no exercício de atividades comerciais, quer nas artes, numa profissão liberal ou nos deveres do lar,  a pessoa inspirada sente-se, de imediato, liberta de toda responsabilidade pessoal, na medida em que o Infinito Invisível se converte na Alma e atividade de seu ser.
 
Compreendamos, agora, que quando Jesus fala do Pai que está nEle, refere ao Poder e à Presença divina que lhe animaram o ser e que constituía o poder curativo, o poder que multiplicou pães e peixes, o poder que apaziguou a tempestade, o poder que ressuscitou Lázaro dentre os mortos.
Da mesma forma, compreendemos o que disse Paulo, quando fala que tudo podia através de Cristo, aludindo ao Poder divino a que chamamos de “o Infinito Invisível”. Foi esse Poder que possibilitou ao “Apóstolo dos gentios” cumprir sua missão de levar a mensagem cristã ao mundo de sua época. Ele recebia desta Presença interna a força, a inspiração, a coragem e todo sustento.

“O Pai que mora em mim é Quem faz as obras” (de Jesus) e o “Cristo que me fortalece” (de Paulo) são um e o mesmo Espírito interno, a mesma Consciência da Verdade que supria o povo prometido como maná, e o guiava “como nuvem durante o dia e coluna de fogo durante a noite”, através da realização de Moisés; que aparecia como tortas assadas sobre a rocha, como corvo trazendo alimento, ou como uma viúva oferecendo alimento, através da realização de Elias; na forma de cura maravilhosa, à porta do Templo, chamada Formosa, pela realização de Pedro e João.
“O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, dará também a vida a vossos corpos mortais”.
                                  
                                     Joel S. Goldsmith
 


 
 
 

sexta-feira, 30 de maio de 2014

A MAIS PROFUNDA ORAÇÃO - ECKHART TOLLE

 




Conta-se que alguém perguntou à Madre Tereza de Calcutá:
O que a senhora diz para Deus em suas orações?
- "Nada, eu só escuto", respondeu ela.
E o que Deus diz para a senhora em suas orações?
- "Nada, ele só escuta".
Essa é a verdadeira e mais profunda dimensão da oração: uma experiência de presença e de comunhão que transcende a tudo".


Pergunta: Desde que eu era uma garotinha, eu fui criada como católica. Apesar disso, eu tinha uma grande tendência em negar Deus, em não acreditar na existência de Deus. E agora, graças a tudo o que você vem ensinando e compartilhando, sei que existe uma presença: sinto que uma quietude está aqui, a Consciência está aqui. Mas eu tenho o pensamento "por que devo orar?" Pois, se Deus é onisciente, onipotente, todo-amoroso, e assim por diante, não acho que Ele/Ela precisa de mim para dizer: "psiu, ei! Meu amigo está morrendo de câncer, você pode ajudá-lo?". Não acho que seja necessário, mas eu gosto de rezar. Eu adoraria ouvir seus pensamentos, o que seria adequado para orar? Você acredita na oração?

Eckhart Tolle: Talvez você possa aprimorar as suas orações de súplicas ("por favor me conceda isto ou aquilo") para transformá-las em "pequenos indicativos mentais", visando a paz, por exemplo. Esses pequenos indicativos mentais (oração que lhe estou sugerindo) ainda se valem dos conceitos, porque toda oração consiste de palavras e conceitos - para apontar, indicar, e assim ajudá-lo a ir além dos conceitos. Você poderia fazer, por exemplo, uma afirmação - como fez Jesus, quando disse: "eu sou a luz do mundo". É uma afirmação; é um conceito que aponta para uma realidade muito mais prifunda que a das palavras. Se você ainda quiser pedir algo, então você poderia dizer algo como: "por favor, seja-me revelado que eu sou a luz do mundo". Usualmente, as orações comuns implicam em dualidade. Elas sugerem um Deus que está lá, ao passo que aqui estou eu, rogando a Deus. Tal dualidade é, em última análise, uma ilusão, porque a verdade é que você é uma expressão de Deus, do próprio Deus. Deus e você se fundem, vocês estão misturados. Assim, as orações de súplicas, que sugerem dualidade, não são as formas mais profundas de orar.

A oração mais verdadeira acontece quando você adota a atitude de ouvir, em quietude, ao invés de proferir palavras. Enquanto você gostar de rezar assim, está ok. Mas, gradualmente, comece a cessar de pedir a alguém para que faça algo para você, porque isso a mantém presa na dualidade.

Afirmações assertivas, se feitas corretamente, podem atuar como belos substitutos para as orações que comportam dualidade. Afirme: "Eu estou curado e completamente em paz". Após isso, deixe haver espaço, permita que o espaço entre e atue. Apenas o "campo" sem forma do puro espaço. E descanse nesse estado. Realmente, a inteligência e o poder residem nesse espaço. Nesse estado de espaciosidade, a sua experiência é a de que você já é o Todo - inteiro, pleno, completo. A forma externa pode lhe sugerir que você seja algo diferente. "Eu sou um ser santo", diz Um Curso em Milagres. Isso é o que você É, então é apenas uma questão de afirmar algo que você já é.

Você pode curar uma pessoa - quer a pessoa doente esteja ao seu lado, quer ela esteja distante e lhe venha à mente. A mais poderosa maneira de curar, no meu entender, é manter consigo a imagem da pessoa e mover-se profundamente para dentro de si, onde se encontra a Totalidade da Vida. Onde absolutamente nada é necessário, onde nada pode ser acrescentado. Nesse lugar profundo onde está a Totalidade da Vida, você contata também a totalidade daquela pessoa - ela já está curada/inteira nesse nível mais profundo, além da forma. Então, seguindo esse método, você parte da forma e se move para a dimensão da não-forma.

Essa é a cura que era praticada por Joel Goldsmith. Ele tem um livro fascinante chamado "A Arte de Curar Pelo Espírito". Realmente, trata-se de não se ater por completo às condições (do mundo da forma) que precisam ser melhoradas, mas concentrar-se na realidade essencial de que o ser humano é um com a própria Realidade Essencial, e entrar na profunda quietude onde nada é necessário. Goldsmith costumava receber telefonemas, às vezes no meio da noite. Eram de pessoas que necessitava desesperadamente de uma cura; elas, então, diziam a ele os seus nomes e do que estavam sofrendo. Imediatamente, em seguida, ele largava do telefone e adentrava num estado absoluto de não-pensamento. Por um momento, ele ouvia o nome da pessoa, ele ouvia o que estava errado com elas, e imediatamente deixava inteiramente de lado tais informações/pensamentos. Ele, então, por dois ou três minutos, entrava em um estado de não-pensamento - um estado de absoluta presença. Existe uma perfeição absoluta no reino da não-forma. E essa perfeição absoluta é a essência da pessoa que, no nível da forma, necessita da cura. Então, você conduz a forma para a dimensão da ausência de formas, um espaço onde as formas não são. Nenhuma condição a ser tratada, onde nada jamais é necessário - apenas vá para dentro desse espaço. Essa era o seu modo de curar as pessoas. Ele foi um curador bastante poderoso. Essa é a última e mais elevada forma de cura, e que é realmente o tipo não-dual de oração. Nela, você vai além da oração, na qual diz: "por favor, Deus, cure o fulano!". Você penetra e contata a própria Fonte, que é inseparável de quem você é, e que é inseparável de quem é essa pessoa.

A oração pode converter-se gradualmente em uma atitude de escuta. Qual é o significado de "ouvir"? Ouvir significa que há um campo nú, "vazio", de pura atenção, o qual é percebido quando despido das projeções dos pensamentos. Nesse campo, você percebe a inocência, a pureza, a simplicidade e inculpabilidade de todas as coisas. Permanecer nesse campo é o que significa a atitude de escuta. Não significa que você esteja esperando por alguma resposta, porque então você não estará realmente ouvindo. Na escuta você absolutamente não espera por nada - há apenas um campo de atenção pura. Essa é uma oração muito mais profunda do que com qualquer palavra proferida. Não há sequer o desejo de que a oração seja atendida, ou obter uma resposta. Estar em silêncio é o bastante.

Quando está escutando, você não está esperando por nada - há somente um campo de pura atenção.

Essa é uma forma de oração muito mais profunda e muito mais verdadeira do que qualquer palavra é capaz. A verdadeira oração acontece naquele ponto onde a própria oração também se converte em meditação: ela é ambas. Ela não espera por respostas, estar em profundo silêncio é um estado de graça, e isso é o bastante. Algumas vezes a resposta surge; algumas vezes, também, de repente, as coisas apresentam-se solucionadas. Ouça isto: quando surgir qualquer problema pertencente a este mundo, qualquer distúrbio - e eles acontecem o tempo todo envolvendo: pessoas ao seu redor, perturbações na mente, etc. -, apenas vá para o estado de "escuta", de pura atenção, de pura consciência, no qual você se torna ciente da presença. O ato de escutar a presença é uma maneira poderosa de falar sobre ela e transmiti-la.

Quando você está presente, é como se você estivesse em um estado de escuta. É importante dizer, contudo, que o termo "escuta" tem sido usualmente associado com o sentido físico da audição. Mas, aqui, o termo "escuta" refere-se a um estado que se encontra além dos sentidos que percebem os fenômenos físicos; é um estado de consciência que sublinha, subjaz e que dá a base à existência do próprio sentido da percepção sensorial auditiva. Todo mundo sabe como é esse estado, porque quando você está realmente ouvindo um som fraco, o que é o estado de consciência que está por trás e que escuta aquele som fraco? É um estado de alerta absoluto e descontraído, relaxado. Assim, quando dizemos escuta, isso é algo útil, pois todo mundo sabe o que significa escutar. Eu estou apenas apontando para o fato de que a percepção sensorial externa não é a essência do escutar, o verdadeiro escutar; a essência da escuta é o estado subjacente da consciência, de receptividade absoluta e presença de alerta, que está por detrás da percepção sensorial auditiva.

É por isso, acredito, que uma das parábolas de Jesus falava sobre um servo que tinha o dever de ficar acordado, em estado de alerta, porque o servo não tem o conhecimento de quando o dono vai voltar para casa. Muitas das coisas de hoje apresentam-se a nós de forma um pouco distorcida, pois foram transmitidas verbalmente, e somente depois disso é que foram registradas; e, nesse processo, certas coisas foram viradas do avesso, e outras desapareceram. Eu acredito que, ao mencionar o servo que esperava pelo mestre, Jesus estava falando sobre uma atitude diferente - um estado de consciência. O servo está esperando em um sentido diferente da coisa normal que chamamos de "espera", que nada mais é do que a mente dizendo "Quando irá acontecer? Por que ainda não ocorreu?". O sentido utilizado aqui por Jesus é completamente diferente. Muitas e muitas vezes Jesus fala a respeito da espera, da importância de ficar acordado, alerta. Essa é uma parte muito importante de seu ensino: ficar acordado, não ir dormir, permanecer presente. Assim, todas as palavras que você usar na oração, lembre-se de fazê-lo como ponteiros ou indicadores para isso. Então você poderá dizer verdadeiramente: "Eu estou ouvindo".


quarta-feira, 28 de maio de 2014

LEI DO SUPRIMENTO



Por nenhum momento iríamos pensar em construir uma casa sem termos compreendido: As leis de projeto, escavação, edificação, etc., bem como as leis locais de zoneamento e de saúde.

Não tentaríamos ganhar uma causa no tribunal, a menos que conhecêssemos a lei que a regula; e, tampouco iríamos tentar navegar sem o conhecimento das leis de navegação. Entretanto, tentamos resolver nossos problemas de suprimento individual; tentamos demonstrar a disponibilidade e abundância de suprimento sem o devido reconhecimento das leis que o governam.
Muitos ignoram a existência dessas leis e creem que uma cega fé em algum Deus ou Poder é suficiente para manifestar a operação do bem na experiência individual.


No plano do Absoluto não há nenhuma necessidade de se resolver o problema do suprimento. Nele nada é requerido, pois a substância espiritual é onipresente e inexistem tempo e espaço em que o suprimento esteja ausente. Enquanto não atingirmos esta Consciência, a Consciência crística, teremos de preparar o nosso destino em conformidade com a lei das escrituras, encontrada nos textos sagrados de todos os povos. Nosso primeiro passo é o reconhecimento de nosso ser verdadeiro-nosso relacionamento com Deus.
Compreendendo Deus como a Consciência divina única universal, e o homem como a expressão individual desta Consciência, descobrimos que TUDO QUE É DO PAI É MEU, isto é, tudo o que está incorporado a Consciência universal está incorporado à consciência individual, por elas serem uma.

Assim, quaisquer coisas ou ideias de que necessitemos já são partes integrantes de nossa consciência, e se desdobrarão à percepção humana tão logo nos familiarizemos com a lei e passemos a aplicá-la.
"Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará", libertará desta ilusão de que o que você busca encontra-se separado e apartado de você.
Deverá haver o entendimento de que o universo inteiro está incorporado à Mente divina; e, em vista de esta ser a nossa única mente, todas as coisas já estão dentro de nós.
Em consequência, jamais somos dependentes de alguma pessoa, lugar ou condição para coisa alguma! Portanto, nosso passo seguinte é abandonar toda dependência a pessoas, posições ou investimentos para o nosso suprimento.
A princípio, isto parece ser um disparate, já que as coisas do Espírito são loucuras para os homens. "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." (I Cor. 2:14).

Um negócio ou uma posição podem parecer constituir o presente canal de nosso suprimento. Nossos alunos ou pacientes podem aparentar ser nossos únicos canais. Donas-de-casa podem acreditar que seus maridos ou filhos sejam seus canais de suprimento. MAS NADA DISSO É VERDADEIRO.


Como Deus, a Consciência divina, é a FONTE, então esta exata Consciência é o canal de suprimento; e, de fato, é o SUPRIMENTO em si. Procure sempre se afastar de suas noções pré-concebidas sobre este assunto, Reconheça que todas as coisas estão incorporadas à infinita Consciência eterna; e então, SAIBA QUE ESTA CONSCIÊNCIA É A SUA!
Tendo se libertado de toda dependência a fontes e recursos materiais e humanos, você perceberá o bem continuamente se desdobrando em sua experiência humana, na forma de bem que a cada momento lhe estiver sendo requerido.


Enquanto caminha rumo a esta Consciência superior, obedeça a duas recomendações importantes dadas pelas Escrituras: "Levarás à casa do Senhor, teu Deus, as primícias dos frutos da tua terra." (Exodus 23:19). A forma disso ser feito deverá ser como nos ensinou o Profeta Hebreu: "E esta pedra, que erigi em padrão, será chamada casa de Deus; e de todas as coisas que me deres te oferecerei ( ó Senhor ) o dízimo." (Gen. 28:22).


Após reconhecermos que tudo que existe pertence a Deus, a Mente universal, pomos de lado uma pequena mas definida parte de tudo recebido individualmente, recirculando-a no Universal, ou seja, fazemos uso desta parcela sem a vincularmos com as despesas usuais ou pessoais. Podemos doá-la a alguma causa comunitária ou de caridade, podemos exprimir gratidão a um instrutor ou praticista espiritual, mas, seja como for, esta parcela deverá ser dedicada a serviço de Deus, o bem, independente da manutenção própria ou familiar. E ela deverá se constituir das "primícias" dos frutos - e não uma parte daquilo que sobrou de nossa receita. Deverá ser tirada da mesma tão logo a recebamos, de modo que possamos, nós mesmos, fazer o equilíbrio e confiar que "Deus dará o aumento".

Nossa obediência a estes princípios nos dará condição de provar que "quando todas as fontes materiais estão secas, Tua plenitude permanece a mesma."


Quando relaxamos a mente consciente das tensões e lutas, e permitimos que o bem flua através de nossa consciência espiritual, descobrimos que não precisamos temer o que o homem mortal possa nos dar ou sonegar. Repousamos na firme convicção de que "Do Senhor é a terra e a sua plenitude", e de que TUDO que é do Pai é MEU; tudo o que existe no Universal está se desdobrando para o individual. Chegamos agora àquela que talvez seja a suprema lei espiritual da Bíblia, a nós revelada por Jesus Cristo.
Na Oração do Senhor, podemos ler: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores." Eis o ponto em que você pode pôr suas próprias limitações em suas demonstrações do bem. Na proporção em que você perdoa, receberá as bênçãos do Infinito. Podemos perdoar aos que nos devem somas de dinheiro, e àqueles que têm para conosco dívidas de amor, gratidão, reconhecimento, ou mesmo dívidas de cortesia de família ou amigos. Mas devemos perdoar. Devemos viver num constante estado de bênçãos. Este é o perdão verdadeiro que nos liberta das obrigações mortais e materiais.

Há algum tempo, fui procurado por um homem muito necessitado de dinheiro, sem emprego e sem fonte de renda. Contou-me que um de seus amigos lhe devia uma soma de dinheiro que o tiraria da dificuldade, e perguntou-me: "Como fará para que eu possa receber esta dívida?" Disse-lhe que perdoasse tanto o homem como a dívida. Não que lhe escrevesse cancelando a dívida, já que esta era problema de seu amigo, mas que o perdoasse mentalmente, e caso ela nunca fosse paga, que não pensasse mais nela, nem pensasse maldosamente a respeito do chamado devedor.

"Tire-o de seu pensamento como se ele não existisse, e deixe o Princípio divino abrir seus canais de suprimento."
Ele percebeu o ponto e se voltou deste único canal visível possível de suprimento para o Não-Visto Infinito. Exatamente na semana seguinte, ele recebeu dinheiro suficiente para mantê-lo por duas semanas, e, ao término da segunda semana, foi novamente chamado ao seu próprio emprego, de que havia sido desligado por vários anos.
                                    Joel S. Goldsmith

 

O OLHAR INOCENTE




"Você realmente precisa rotular mentalmente cada percepção sensorial  e cada experiência?
Precisa sempre estar ativando seu julgamento de gosto ou não gosto pela vida, que o leva a estar constantemente em conflito com pessoas e situações?
Não despertarás espiritualmente até que cesse essa compulsão inconsciente de colocar nomes ou ao menos que esteja ciente disso, então você será capaz de observar como tudo isso acontece.
A mente não pode conhecer uma árvore, só pode ter dados ou informações sobre a árvore. Minha mente não pode te conhecer, só pode ter rótulos, julgamentos, fatos e opiniões sobre você. Só o Ser conhece diretamente.


Certa vez, fui com meus sobrinhos no aquário.Na Expo 2008 de Zaragoza, uma das visitas mais esperadas era conhecer o Aquário. A qualquer hora havia uma longa fila para entrar. A organização teve a ideia de retirar as placas com os nomes dos peixes, para ver se assim as filas andavam mais rápido, assim, como as pessoas não teriam o que ler sobre os peixes, as visitas sairiam mais rápido.(...)

Uma vez lá dentro, quando chegavam a um tanque, como não haviam placas de identificação dos peixes, davam uma rápida olhada nos peixes e partiam para outro. 

Eu disse a eles que não havia pressa, eles paravam um pouco para observar os peixes, mas me ignoravam. Então , vimos todo o aquário em um instante. Eles só fizeram o que tinha sido ensinado na escola, nomeando, rotulando, verificando se a etiqueta era correta. Meus sobrinhos não são diferentes neste aspecto, a maioria das crianças de hoje fazem o mesmo. 

Isso também me acontece. Às vezes eu olho e não vejo . Um véu de conceitos e rótulos me impedem. 
Tenho visto muitas vezes no Jardim Botânico os grupos de crianças de uma escola que vão de árvore em árvore, também, quadro de cartaz em cartaz informativo, informando o nome, verificando se a árvore tem folhas com a forma como ele diz em seu livro sobre o ambiente natural. 

O que não fazem, é algo que não é ensinado nas escolas: somente ver, contemplar.
Porque, obviamente, como você está indo para ver, como você vai dar uma nota para isso ?

E aí eu pergunto: o que os professores sabem de apenas ver, de contemplar , sem rótulos?

Com que idade as crianças começam a perder esse olhar inocente? 

Quantas horas de terapia, meditações, oficinas, terão que fazer quando crescerem para tentar recuperar aquele olhar inocente que um dia foi perdido? 

E é esse olhar inocente que nos faz ver maravilhas, é ele que que dá sentido à vida.
(...)Isso é chamado de carvalho não é um carvalho. Porque isso são apenas palavras. E as palavras, conceitos não são a realidade."

terça-feira, 27 de maio de 2014

O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

Viver no Meu reino significa viver no círculo da eternidade. “Este mundo” é o mundo da humanidade, mas o Meu reino é de natureza completamente diferente.

O Meu reino não é o reino da saúde física. O Meu reino não é o reino das riquezas materiais. Todos sabemos o que constitui a saúde física, mas o que vem a ser a saúde do Meu reino? Que vem a ser a saúde do Reino espiritual? Que é o estado de saúde de Deus e o estado de saúde do filho de Deus?
Nós sabemos do que são constituídos o suprimento e a saúde materiais, mas que são as riquezas celestiais? Quais são as riquezas celestiais de que somos herdeiros e ainda não estamos compartilhando no cenário humano? Elas nada podem ter a ver com coisas tais como dinheiro, investimentos ou propriedades, porque “o Meu reino não é deste mundo”.No caminho espiritual, portanto, não há sentido irmos ao “Meu reino” para obter algo para este mundo.

Devemos, primeiramente, buscar o reino de Deus; devemos aprender a orar de forma que orando a Deus do Espírito, estaremos orando apenas por riquezas celestiais, saúde espiritual e companhia espiritual.

Enquanto estivermos tentando obter riquezas materiais, saúde física ou companhia humana, estas coisas poderão ser conquistadas, e serão às vezes bem e às vezes mal, pois, toda materialidade é feita da crença em dois poderes – o bem e o mal. Porém, se mantivermos nossa consciência afinada com a Realidade espiritual e conservarmos nossos desejos no plano do Ser e da Forma espirituais, iremos experienciar a alegria e a paz da unidade espiritual.

Procurar conhecer a natureza das riquezas celestiais, da saúde espiritual e da companhia espiritual, não significa buscar algo de natureza humana ou material; antes, significa repousar na Graça do Reino espiritual.

A palavra “Graça” não pode ser traduzida por coisas como dinheiro, lar ou família. Precisamos manter o sentido da palavra “Graça” em seu devido lugar, e se este significado não estiver sendo entendido por nós, podemos sempre orar para que Deus revele Sua Graça para nós.

A libertação de problemas antes que tenhamos atingido a sabedoria espiritual meramente abre caminho para outro problema, ou sete problemas, até que sejamos compelidos a orar corretamente. Por exemplo, se uma dor de cabeça ou outro mal qualquer puder ser removido, sem nos exigir um avanço em compreensão espiritual, o que teremos ganho, senão apenas um período sem uma dor de cabeça? Mais cedo ou mais tarde, uma outra surgirá, e eventualmente, seremos forçados a parar e perceber que este problema permanecerá conosco sempre, a menos que seja encarado com a sabedoria necessária.

Da mesma forma como Jacó discutiu a noite toda com o anjo, rogando que não o deixasse sem que ele antes recebesse sua iluminação ou a verdade espiritual necessária para vencer, assim também nós devemos permanecer em oração.

Somente os nossos problemas nos compelem a buscar o bem espiritual. Em sua maioria, os seres humanos estão satisfeitos com boa saúde, uma provisão suficiente e uma moderada felicidade na vida familiar, e quando tais necessidades são atendidas, muitos sentem que resta muito pouca coisa a ser desejada na vida. Mas, aqueles a quem foram confiados problemas, não por Deus, mas pela ignorância de Deus, e se veem forçados a passar por várias experiências, sabem que sem elas nunca teriam se erguido acima do nível de bons seres humanos.

Viver a vida espiritual e orar de modo correto significa pormos de lado o problema e começarmos com a realização de que o reino de Deus não é deste mundo, e assim se tornará inútil orar por algo que seja deste mundo. Vamos, portanto, aprender a orar por aquelas coisas que são do Meu reino, e buscar unicamente a graça daquele reino.

Nossa função, no caminho espiritual, é aprender em que consiste o reino de Deus. Isaías disse:Cessai, pois, de confiar no homem, em cujas narinas há um sopro, porque somente Deus é que é o Excelso”.

O ser humano é aquele homem “em cujas narinas há um sopro”. Por que deveríamos, então, pensar em formas de tornar aquele homem melhor, mais saudável ou mais rico? Por que pensar sobre ele, quando podemos pensar sobre o filho de Deus? Mas antes, precisamos saber o que é o filho de Deus.

Os antigos gregos diziam: “Homem, conhece-te a ti mesmo”. Esse “Ti” não é outro senão o filho de Deus em nós. Há uma parte de nosso ser, uma área de nossa consciência, que é o filho de Deus; e quantos de nós possui qualquer conhecimento dessa parte do ser, ou possui qualquer familiaridade com este nosso Eu mais íntimo? Como poderemos conhecer aquele filho de Deus em nós?

Somente nos volvendo para nosso interior, onde o reino de Deus está, reservando um tempo para ficarmos a sós e buscando o reino de Deus dentro de nós. Se formos pedir algo a Deus, então peçamos a Deus que Se revele, que mostre o filho de Deus em nós, que revele a natureza de Sua graça e do reino espiritual e a natureza das riquezas celestiais das quais somos herdeiros.

Ao nos dedicarmos à busca desse reino espiritual, descobriremos nosso mundo exterior se ajustando em seu lugar por si mesmo; as coisas começam a acontecer; e, de repente, despertamos para a descoberta de que a graça de Deus nos tem trazido algo de natureza incomum na forma de cura, suprimento, companhia, ou de um instrutor para abrir os nossos olhos. Mas estes não vêm enquanto estivermos orando por eles. Surgem, não devido aos nossos pensamentos ou orações, mas pela retirada deles de nossos pensamentos, deixando Deus cuidar de nossas necessidades à Sua maneira, enquanto centralizamos nossa atenção naquilo que o reino realizado de Deus é. Todas as coisas duradouras do reino material nos são acrescentadas quando não oramos por elas, quando buscamos somente o Reino, quando nosso pensamento não está mais nas coisas “deste mundo”, mas está centralizado no reino espiritual.

Quando tivermos progredido o suficiente neste Caminho, seremos também tentados, como foi o Mestre, a usar o poder espiritual, e é quando precisaremos resistir à tentação de realizar milagres e sermos guiados pela sabedoria espiritual do Mestre, de não glorificar ou nutrir o ego. Se pudéssemos transformar pedra em pão, não precisaríamos de Deus, e nós, que trilhamos este caminho espiritual, preferimos ficar famintos a procurar nossos próprios recursos sem recorrermos a Deus. Seria trágico chegar ao ponto de acreditar termos atingido uma elevação tal em que Deus deixasse de ter mais lugar em nossa vida. Então, melhor que tentar realizar um milagre, que seria uma mostra de nosso poder, será deixarmos a tentação de orar mentalmente por pessoas, condições ou circunstâncias, e fazer de nossa vida uma prece de busca espiritual e graça espiritual e uma prece para compreensão da natureza das riquezas espirituais e preenchimento espiritual. Que significa este preenchimento? Que significa “em tua presença está a alegria plena”? Como pode aquela plenitude ser interpretada e expressa? Que é a totalidade de Deus?

Quando buscamos a compreensão desta sabedoria espiritual, todas as coisas nos são acrescentadas, aparecendo em seu devido tempo, sem os nossos pensamentos; precisamos apenas realizar tudo o que nos é dado fazer a cada hora de cada dia, e realizá-lo dando o máximo de nossa habilidade, mantendo a nossa mente centralizada em Deus, nas coisas de Deus e no reino de Deus.

Como temos apontado, um dos princípios básicos da vida espiritual é que, para a consciência transcendental, o poder temporal não é poder, tanto de natureza mental como física. Somente a Graça de Deus é poder, somente a consciência realizada da Unidade, do poder uno e do não-poder de tudo mais além de Deus. As preces falham porque têm sido uma tentativa de vencer um poder temporário que na realidade não é poder. Tais preces são o mesmo que tentar vencer uma miragem no deserto ou tentar vencer um fato em que duas vezes dois sejam cinco. Como seria possível usar um poder sobre uma não-existência?

O mundo humano está repleto de poderes temporais: doença, dinheiro, política, guerra e preparativos para a guerra. Persistir na velha prece de “Ó, Deus, vença nossos inimigos!” será perda de precioso tempo e energia, pois, tais preces jamais tiveram nem terão sucesso algum.

O esforço físico e mental, e finalmente a intenção de usar Deus para dominar os males deste mundo, devem falhar, porque eles não são poder e não precisam ser vencidos. Unicamente a nossa aceitação da crença universal de que o mal é poder é que pode provocar nossa permanência prolongada nas condições malignas. No instante em que aceitamos a Deus como Onipotência, nosso problema começa a desaparecer.
Quando percebermos que o Cristo-reino não é deste mundo e ainda que aquele Reino é o único poder no mundo, então, quando formos apresentados a uma aparência do mal, não importando o que ou quem possa ser ela, nós pararemos e nos perguntaremos: “Isto é poder espiritual? Esse mal é poder de Deus? Pode haver um poder do mal vindo de Deus? Tal pretensão de poder não é, portanto, apenas poder temporal?”

O ensinamento integral do Mestre foi a revelação do não-poder daquelas coisas que apareciam como poder. Ao homem cego, ele disse: “Abre teus olhos”; sabia que não havia poder para mantê-los fechados. Ao homem de mão mirrada, ele foi capaz de dizer: “Estende tua mão”; sabia que não existia um poder que tolhesse a mão dele.

O ministério inteiro de Jesus foi a revelação de que o chamado “este mundo”, enquanto existente, – e lhe foi dada a missão de dissolvê-lo – não existe como poder, existindo tão somente como uma aparência.

Esta realização nos possibilita ficarmos sentados em quietude e em secreto, discernindo:

Deus, somente, é poder. Isso que me tem confundido, e com que venho lutando, é uma aparência que retenho em meu pensamento como uma imagem mental; não é realmente uma coisa. Eu não posso vencer uma batalha contra o nada, mas posso relaxar-me em quietude e em secreto, e perceber que esse quadro com que estou me deparando nada mais é que um quadro – não uma pessoa ou uma condição, mesmo que ele possa aparecer como pessoa ou como condição.

Tão logo reconheçamos o mal como um poder temporal, podemos sorrir internamente e perceber o seu significado como não-poder, pois aquilo que não é de Deus não é poder. Deus nos deu o domínio sobre tudo que existe e, portanto, isto que aparece como poder é temporal. Todo poder é invisível. Este perigo que é tão aparente e visível não pode ser poder e não pode ser de Deus.

E ao sentarmo-nos ao lado de uma pessoa doente, conscientizando: “Eu não dou poder a essa doença, a esse pecado ou falso desejo. Isto é poder temporal, ou seja, não é poder, e eu não acreditarei nele”, iremos notar a sua melhora, e saberemos ter comprovado, mesmo em pequena escala, que o poder temporal não é poder sob qualquer forma.

A vida espiritual não nos leva a vencer o mal, mas ao reconhecimento da natureza do mal: o mal não tem nenhuma direção de Deus; o mal não tem nenhuma lei de Deus para mantê-lo; o mal não tem nenhuma Deus-existência, Deus-objetivo, Deus-vida, Deus-substância ou Deus-lei: ele é temporal, o “braço de carne”, ou o nada.

Enquanto orarmos para que um poder divino vença o mal, estaremos resistindo a ele, mas se estivermos ancorados na verdade, repousamos na realização de que essa coisa que nos encara é uma miragem, não um poder, e que não precisamos temer o que o homem mortal nos possa fazer ou o que ele possa pensar ou ser. Todo o temor do poder mortal é dissolvido – poder temporal, poder material, leis de infecção ou contágio, calendários ou idade – porque sabemos que nada do reino dos efeitos é poder. Todo poder é invisível, e o que está aparecendo a nós como poder é uma imagem mental no pensamento, um quadro, um conceito errado de poder.

O conhecimento dessa verdade nos torna livres; mas, enquanto a estivermos conhecendo, nossos pensamentos e ações devem estar de acordo com a verdade que estamos conhecendo. Não podemos negar o poder do efeito e logo no minuto seguinte cedermos a ele, ou falando claramente, não podemos negar o poder do efeito e depois odiar ou temer alguém, já que ele é parte daquele efeito.

Se formos incapazes de fazer isso em cem por cento, ou se ocasionalmente falharmos, não devemos ficar desencorajados. É quase impossível alguém mudar da noite para o dia de um estado de consciência material para um estado de consciência espiritual, ou tornar-se integralmente ou totalmente espiritual após somente um ou dois anos de meditação.

Sejamos agradecidos ao fato de que, após termos posto os pés no caminho espiritual, passamos a viver dessa maneira, atingindo em alguma medida aquela “mente que estava também em Cristo Jesus”, e, nessa mesma medida, embora pequena, demonstrando externamente seus frutos. Não estamos na expectativa de atingir a Cristicidade de um único salto, mas de ir atingindo aquela Mente Crística pela dedicação diária a esse tipo de prece e meditação.

Ao visualizarmos o universo temporal, deveremos conscientizar:

“Este mundo não é para ser temido,
odiado ou amado: isto é a ilusão; e, exatamente onde está a ilusão, é o reino de Deus, o Meu reino.



Meu reino é a realidade. Isto que meus olhos veem e meus ouvidos ouvem é uma contrafação superposta, não existente como um mundo, mas como um conceito, um conceito de poder temporal.

O Meu reino está intacto;
o Meu reino é o reino de Deus;
o Meu reino é o reino dos filhos de Deus;
e o Meu reino está aqui e agora.

Tudo que existe como um universo temporal é sem poder.
Não preciso odiá-lo, temê-lo ou condená-lo; preciso somente compreendê-lo
."


Ao sermos capazes de compreender a NATUREZA do universo espiritual, as formas deste mundo começarão a desaparecer : formas de doença, pecado, falsos desejos, falta e limitação. Todas elas irão sumir, dando lugar às condições e relacionamentos harmoniosos, que serão manifestados de nosso estado de consciência mais elevado.

Nosso mundo é a exteriorização de nosso estado de consciência; o que semearmos, colheremos. Se semearmos na carne, colheremos corrupção: pecado, doença, morte, falta e limitação. Se semearmos no Espírito, colheremos a vida eterna.

A palavra “semear” pode ser interpretada como “ser consciente de”.

Se estivermos conscientes de que o reino espiritual é o real, enquanto aquele testemunhado pelos cinco sentidos é sem poder, temporal, o “braço de carne”, estaremos semeando no Espírito e colheremos harmonia no corpo, na mente, no bolso e nos relacionamentos humanos.

Se continuarmos a temer o ”homem em cujas narinas há um sopro”, se continuarmos a temer infecção, contágio e epidemias, estamos semeando na carne; por sua vez, se percebermos que todo o poder está no invisível, estaremos semeando no Espírito, e colheremos a harmonia divina.

O Meu reino, o Cristo-reino, é o real, e ele é poder. Tudo que nós vemos, ouvimos, provamos, tocamos e cheiramos, o reino temporal, é a ilusão, e não é poder.

O caminho espiritual é o solo de treinamento onde nós adquirimos a convicção de que o mundo temporal está apresentando meramente um quadro de poder temporal, e poder temporal não é poder. O Invisível, somente, é poder; o Invisível que constitui o Eu que realmente somos.

Vamos considerar aquela ideia em relação ao nosso corpo. Porque nosso corpo é visível, não existe poder nele; ele não pode ser saudável ou doente; o poder está no Eu que nós somos.

Se acreditarmos que este corpo tem poder, estaremos dando poder ao universo temporal. Olhando para o mundo finito e para o corpo finito, poderemos mudar inteiramente a nossa experiência pela conscientização:

"Como você é efeito, o poder não está em você; o poder não está nesse corpo, e meu corpo não pode responder-me. Eu falo a ele, e lhe asseguro que Eu sou sua vida, Eu sou sua inteligência, Eu sou sua substância, Eu sou sua lei – aquele Eu que Eu Sou" – e então, o corpo tem que obedecer."

Esta prática nos faz abandonar a busca pelo bem material. Não estamos pensando em termos de melhor corpo físico; antes, estamos “ausentes do corpo, e…presentes com o Senhor”, e toda a nossa atenção se volta em direção à harmonia espiritual, não para um melhor relacionamento humano, não para melhor saúde, não para mais dinheiro, mas para a paz e a harmonia do Meu reino:

“Meu reino impera aqui – não um bem humano e não um mal humano – mas Meu reino, o reino de Deus. Se existe algum mal humano aqui, algum pecado, ódio, inveja, ciúme ou malícia, o que é dele? Ele não é pessoa nem poder. Ele não pode ser manifesto; e, portanto, tem que morrer pela sua própria nulidade. Ele é temporal e impessoal; jamais possui uma pessoa em quem ou através de quem possa se manifestar. Ele é o 'braço de carne', ou o nada. O amor divino, não o amor humano, é o único poder operando neste lugar em que Eu estou. A sabedoria divina, não a inteligência humana, é o único poder operando em minha vida."

Assim, mais e mais a nossa atenção vai sendo centralizada no reino de Deus e Sua graça, em vez de na forma e efeito; e então, assim que estivermos ausentes - não focados- no corpo da forma e do efeito, aquele corpo, a forma e o efeito aparecerão harmoniosamente.

Joel Goldsmith

 

 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

DESEJOS E APEGOS



Joel S. Goldsmith – “Setas no Caminho do Infinito” – Ed. Alvorada
A percepção da consciência que se desdobra eternamente nas formas individuais da criação ou manifestação é a imortalidade demonstrada aqui e agora. “Esta consciência é você”.
O Cristo é a atividade da Verdade na consciência individual. É mais uma receptividade à Verdade do que a sua verbalização. Na medida em que conseguimos a quietude interior, tornamo-nos sempre mais receptivos à Verdade que se nos revela, dentro de nós mesmos.
 
A atividade desta Verdade na nossa consciência é o Cristo, a própria presença de Deus.
 
A Verdade recebida e mantida continuamente em nossa consciência é a lei da harmonia em todas as nossas vicissitudes. Ela governa, dirige, orienta e suporta todas as nossas atividades da vida cotidiana. Quando nos aparecer a idéia de doença ou carência, esta Verdade onipresente será o nosso curador e nosso recurso; será mesmo nossa saúde e nosso suprimento.
Para muitos, a palavra Cristo continua sendo um termo mais ou menos misterioso, uma entidade desconhecida, algo raramente ou nunca vivenciado diretamente.
 
Se, porém, quisermos nos beneficiar com a revelação da Presença divina ou Poder dentro de nós, feita por Cristo Jesus e outros, teremos de modificar este estado de coisas.
 
Devemos chegar à experiência do Cristo como uma revelação permanente e contínua.
 
Temos de viver com a percepção consciente e contínua da verdade interior ativa; mantendo sempre uma atividade receptiva – ouvidos atentos – não demorará para que tenhamos a experiência do despertar interior.
 
Esta é a atividade da Verdade dentro da consciência, ou o Cristo que alcançamos.  
 

Joel S. Goldsmith – "As Palavras do Mestre" – Ed. Pensamento
Quando a Consciência toma conta, Ela elimina todos os traços ou desejos errôneos que possamos ter e o faz à Sua própria maneira e em Seu próprio tempo. Se nós próprios tentarmos eliminá-los, estaremos sendo apenas farisaicos. Isto não quer dizer que nada devemos fazer. Devemos fazer esforço para compreender o que é Consciência, mas esse esforço não envolve o uso de saco e cinza.
 
 
Joel S. Goldsmith – “Viver Agora” – Ed. Ibrasa
É possível ter os prazeres do mundo e se alegrar com eles, ou não tê-los e não lhes sentir a falta. O que passa a existir é uma alegria interior que não precisa de estímulos externos.
 
 
Joel S. Goldsmith – “O Caminho Infinito” – Ed. Martin Claret
Eu mesmo encontro prazer em muitas das coisas bonitas e desfrutáveis deste mundo, mas já não existe mais um apego exagerado por elas.
 
 
Joel S. Goldsmith – “A União Consciente com Deus” – Ed. Pensamento

É aqui, nessa questão que muitos espiritualistas fracassam.
Não se preocupar com os desejos, ou não lhe atribuir poder e focar a atenção na busca da verdade conforme sugere também o filósofo Nietzsche, é a mesma coisa que não amar, odiar ou temer os desejos, ou o que quer que seja. Embora, muitos fazem confusão a respeito disso. Do contrário poderemos voltar a ser uma pessoa medrosa e reprimida, e não realmente livre.
Quando odiamos as coisas externas, condenamos ou excomungamos a existência. Quando tememos, estamos acreditando em poderes externos. Assim ignoramos e negligenciamos o nosso Ser interior, o Todo-Poderoso, o único Poder real. Desse modo, não há como não ser escravo dos desejos, das coisas externas, mesmo que não queiramos e lutemos contra com todas as nossas forças.   
 
O despertar da nossa consciência espiritual, não é algo que exija sacrifício e esforço próprio, porém apenas compreensão e prática diária de reflexão e meditação, a respeito da verdade única interior.
Não significa um viver triste e desagradável, através de repressão e abstinência, pois “onde está o espírito de Cristo, aí há liberdade” (II Coríntios, 3:17).
Lembre-se que Jesus não foi abstêmio assim como foi João Batista, conforme consta, não só nos Evangelhos considerados apócrifos, mas também nos Evangelhos considerados canônicos.
Na verdade, não somos nós como pessoas humanas quem alcança algum equilíbrio espiritual, porém o despertar da nossa consciência, já que isso é um dom de Deus, segundo o apóstolo Paulo (Efésios, 2:8 a 10).  
 
Veja esta questão através de outro ângulo:
... a própria coisa que tememos e de que estamos tentando fugir se apega a nós, mas se não pusermos amor, ódio ou medo na coisa, estaremos livres dela. Esta é a lei de causa e efeito.
Só se experimenta o mal porque existe uma crença universal em sua realidade e em seu poder. Na proporção em que você conseguir aceitar Deus como Onipotência, o mal perde seu poder aparente, seu poder em crença.
... podemos aceitar o mal em nossa mente e fazer dele um poder em nossa vida, não que ele tenha poder por si só, mas porque permitimos que ele tenha poder pela nossa aceitação dele.
O amor que estou pedindo a vocês que abandonem é aquele que cria dependência ou esperança em relação a alguma pessoa. Em outras palavras, precisamos voltar para dentro de nós.


 

 

domingo, 25 de maio de 2014

CONSCIENTIZANDO A PRESENÇA DE DEUS - 2





PORTANTO, SEDE VÓS PERFEITOS

Tornamos a ser uma Lei sobre nós mesmos a partir do momento em que conscientizamos Deus em nosso íntimo e aceitamos que Ele nos dirija; do momento em que reconhecemos nosso relacionamento como Filhos e Herdeiros dEle, em usufruto de todas as riquezas celestiais. Só pela consciente e compreensiva aceitação desta Verdade é que nos colocamos sob a Lei de Deus.

Estamos sob às leis da humanidade,  sob a Lei de Causa e Efeito. Todas as leis que operam sobre a consciência humana, produzem seus efeitos sobre nós, individualmente, enquanto não atingirmos a realização espiritual e não demonstrarmos a plenitude da harmonia pela Graça.
O mandamento é: "Portanto, sede vós perfeitos como é perfeito a vosso Pai celestial". Elevando-nos gradualmente à perfeição é que nos separamos das leis e crenças que governam o mundo.


Não há meio de um ser humano chegar a ser perfeito enquanto não reconhecer a perfeição potencial de Deus em seu íntimo, como possibilidade de alçar-se de "glória em glória", sob a orientação divina, sob Seu Reino e Sua Lei. Só podemos ser perfeitos pela realização da perfeição divina que já está em nós. Este reconhecimento é importante para estímulo e esforço consciente de superação da influência de massa.

Como dissemos, esta perfeição não se ganha num instante. Devemos começar no ponto em que nós estamos, sem reclamar essa perfeição a nós mesmos, mas "esquecendo-nos das coisas que ficam para trás" e conscientizando que "Eu e o meu Pai somos Um". Esta unidade governa nossa vida com harmonia. É uma benção - mesmo na pequena medida inicial de nossa capacidade. Ninguém, neste momento, está exprimindo a plenitude de Deus. Mas podemos regozijar-nos se, em alguma medida, já podemos demonstrar a capacidade de separar-nos da consciência de massa; se, em alguma proporção podemos apartar-nos dos erros, das doenças e das limitações a que estaríamos sujeitos num viver comum.
Não caiamos no mesmo erro de alguns estudantes metafísicos que desanimaram e desistiram do esforço, por não haverem demonstrado harmonia e liberdade interior completas. Ao contrário, alegremo-nos a cada pequeno avanço neste sentido, em nossa experiência, pois é prova de que estamos nos aproximando da mais alta realização, que será seguramente alcançada, se persistirmos neste caminho.

De nada nos vale saber, ler, pensar, que a sintonia com o Divino interno é benéfico. É preciso praticar! É indispensável buscar essa sintonia, para conquistá-la aos poucos. Se não a buscamos, quando a realizaremos?

Nossa vida, neste ano, pode ficar sob a orientação e governo amorosos de Deus, na medida em que aceitarmos e praticarmos esta verdade e nela persistirmos. Não há meio de a Lei ou a Verdade espiritual tocar-nos com a Graça, se não as aceitamos e não as buscamos conscientemente. Depende só de nós: é algo intransferível; ninguém pode fazer por nós, por mais que nos ame e por mais estreitos que sejam os laços que nos unam.


Lembremos: mesmo depois de três anos de íntimo convívio com o Mestre, Judas O traiu; os demais discípulos (com exceção de João) O abandonaram, quando Ele mais precisava deles. Isso mostra do quão convictos devemos estar da Verdade, para abraçá-la e demonstrá-la em todas as circunstâncias.

A RESPONSABILIDADE DO SER INDIVIDUAL

Toda pessoa que participa de um ensinamento espiritual recebe, em alguma medida, uma maior harmonia em sua vida e, se nele persistir, a Consciência do Instrutor ou do Praticista poderá ajudá-la ainda mais. Todavia, tal benefício é temporário a não ser que a pessoa, por ela mesma, procure desenvolver a sua consciência. O Instrutor ou Praticista, não pode dar ou garantir harmonia espiritual ao estudante, mas apenas erguer-lhe a consciência, abrir-lhe a compreensão, estimulá-lo.


O despertar mesmo é de dentro para fora e só o estudante pode realizá-lo, se aproveitar o estímulo e fizer o próprio esforço, até que sua consciência se desenvolva.

Os pais não podem garantir o que os filhos menores virão a ser na vida, embora façam de tudo para prover-lhes padrões morais e espirituais que lhe sirvam de fundamento no confronto com a vida. Assim também é a relação do Instrutor com o estudante. A criança, apesar de haver recebido orientação das mais satisfatórias no lar e haver-se mostrado obediente e comportada, quando adulta e se for para o mundo, poderá não aplicar e até desvirtuar a educação que recebeu, tornando-se uma dissipadora de sua geração.

 
Quem pode prever a futura atuação do estudante espiritual?
PASSOS NO DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL

Quando o estudante deste caminho se põe sob a orientação de um Instrutor, é-lhe ensinado que o primeiro e importante passo que deve dar, é o do RECONHECIMENTO CONSCIENTE do governo de Deus; é submeter-se, sincera e voluntariamente à orientação do Divino interno, como Sua Lei e Substância.
Deve praticar diariamente a conscientização da Presença interna, recordando-se constantemente dela como inspiração e ajuda; como poder que supera qualquer problema ou desafio na vida exterior.
Com esta prática ele chegará à firme convicção do que disse o Mestre: "Eu venci o mundo".
Que desejou o Mestre significar com isto?
Que havia alcançado um alto nível de consciência, onde não mais podia ser afetado pela consciência de massa, ou leis mentais e materiais. O comportamento dos governos, a segurança do mundo, o clima, as flutuações econômicas, os alimentos, as crenças reinantes, os eventos todos - nada disso já o podia afetar. Ele havia atingido tal alto nível de consciência, que lá só podiam funcionar as leis espirituais.
Os primeiros passos para o alcance desse elevado estado de consciência são:

a) o reconhecimento da Presença interna;
b) o reconhecimento de que esse Espírito interno é o único poder, a única Lei e a única Realidade
.


Desde manhã, através do dia, até à noite, somos bombardeados pelas crenças mundanas em poderes materiais, mentais e legais. Devemos estar alertas para não nos deixarmos afetar por elas. Cada um de nós deve conquistar algum grau de reconhecimento de que o único poder real é o espiritual: a Lei, a Vida espiritual, onipresente.

As leis materiais e mentais não têm poder - a não ser o poder que lhes damos quando nelas acreditamos. Eis a Verdade que liberta os homens das restrições deste mundo. Este é o princípio básico; a serena e firme convicção de que devemos chegar: o poder espiritual é a única realidade!
Deste modo podemos começar a compreender, ainda que em pequena medida, o que disse o Mestre: "levanta-te, toma o teu leito e anda!" "Estende a tua mão!" Jesus quis dizer: Qual o poder que pode existir fora de Deus? Há outro poder que não seja Deus? O erro será um poder? Ou a doença? Ou o dinheiro? Será que existe realmente um poder fora de Deus e de seu amoroso governo? Gradual e seguramente também chegaremos àquele ponto em que podemos dizer: "Levanta-te, toma o teu leito e anda!" - porque aquilo que reconhecíamos como poder ou limitação, fora de nós (em virtude de nossas crenças em dois poderes: o bem e o mal) já não representam poder e nem limitação para nós. Enquanto aceitamos dois poderes, ficamos sujeitos a eles. Logo,
o primeiro passo de realização que devemos fortalecer, é de que há somente uma Presença e um Poder internos, que governam nossa vida e circunstanciais. E esse poder é espiritual. Essa Lei é espiritual. Essa atividade é espiritual. Tudo o mais é desprovido de poder, de presença, de continuidade, de causa e de efeito - porque não tem lei que o sustente. A única Lei é Deus e Deus é amor!

Assim, o Ano Novo é modelado por aquilo que realizamos em nosso íntimo. É verdade que ainda continuamos com nossas atividades, atendendo aos nossos deveres no mundo, cuidando de nossos negócios ou de nossa profissão - seja ela qual for - mas agora de forma diferente: governados pela Consciência crística interna.

Fixemos bem os dois pontos básicos:
1. Praticando a Presença divina em nós.
2. Mudar nossa consciência à respeito da crença universal em dois poderes para a compreensão e aceitação da verdade: que existe um só poder.
Estes princípios nos trarão desde o início uma grande sensação de paz e de harmonia à nossa experiência. Em suma, através da prática, aprendemos que esta interna contemplação e a paz que ela nos traz tem o poder de mudar a história do mundo - sem necessidade de comícios em palanques; sem esforços de proselitismo e nem revoluções religiosas, políticas ou econômicas. Este poder interno desvela novas idéias, novas invenções, novas descobertas.

Sim: a interna contemplação muda a história deste mundo e traz à manifestação os mistérios escondidos, que devem vir à tona, à luz, para estabelecera paz neste mundo. A Civilização ainda não se realizou. O mundo gosta de acreditar que está vivendo num período de civilização, mas, na verdade, a civilização ainda não começou na Terra. Só os seus estágios iniciais são evidentes. Se a palavra "civilização" tem algum significado, deve ser o de "fraternidade" e isto se concretizará quando os homens se relacionarem como autênticos irmãos. Fora disto, só poderá ser chamada de animalidade. Qualquer fracasso em "amar ao próximo como a nós mesmos" mostra nosso discernimento da real civilização. Logo, não se pode dizer, em sã consciência, que a civilização tenha chegado à Terra, enquanto não houver amor ao próximo, como a nós mesmos.

A civilização deve começar em nós, dentro de nós, indivíduo a indivíduo, e elevada e multiplicada na família e na sociedade, ao nível referido pelo Mestre no "Sermão da Montanha", cujos conceitos vão além do desejo de revide, de desforra, de devolver mal por mal, da Lei de Talião, do "olho por olho e dente por dente". Cada um de nós deve realizar esta experiência!

Aquilo que somos por dentro torna-se evidente a todas as pessoas que nos conhecem de perto, de modo que a tranquilidade, a paz, a quietude e o amor internos que atingimos virão a ser uma experiência espiritual sentida e avaliada por aqueles que nos circundam. A falta disso é também sentida por todos.

Este é o motivo por que é importante que nossa vida, no Novo Ano, seja governada pela Graça do Divino interno: devemos exprimir autêntico amor ao próximo e uma maior confiança na Verdade. Devemos compreender, com todo o nosso Ser, que o único poder é espiritual e ele esta em nós, mais perto do que os pés e mãos, mais próximo do que a respiração.

Podem compreender agora a importância de sentir o poder espiritual em nós, acompanhando-nos aonde vamos - em alto mar, debaixo do mar, na terra ou no ar, em hospitais, em prisões, em nossos lares ou qualquer outro local que visitemos? Aonde quer que formos, levaremos em nós esta Presença e Poder espiritual de Deus. Mas é preciso que reconheçamos!
Só quando conscientemente reconhecemos esta Presença e Poder é que nos podemos beneficiar.
A consciência desta interna Presença e a plena fé, nela, é que torna santo o lugar em que estamos.Quando imbuímos nossa consciência inteiramente desta Verdade é que somos libertados das influências mundanas e podemos dizer, como o Mestre:
"Eu venci o mundo!"

                        Joel S. Goldsmith