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sábado, 15 de janeiro de 2022

VIVA NO PRESENTE!

 




Se há algo que os Evangelhos enfatizem de modo especial, é o ensinamento de que devemos viver aqui e agora, esquecendo o passado. 

Paulo exprimiu a mesma ideia, em Filip. 3: 13: “Esqueço-me das coisas que ficam atrás e avanço para as que tenho adiante de mim. Mirando o alvo, parto à conquista do prêmio par a o qual Deus me chamou”. 

Olhar o alvo é manter o nosso ideal, é conservar-nos sintonizados à Consciência espiritual que nos inspira ao melhor, a cada dia.

O ensinamento de que não devemos viver nem no passado nem no futuro, é baseado na Lei, e está expresso em muitos pontos da Bíblia, como este: “Hoje é o dia da salvação” – de libertar-nos um pouco mais do velho homem e renascermos em novidade de espírito. Ela é fácil de ser compreendida: pelo poder do pensamento o homem cria todas as suas condições, escravizando-se às suas circunstâncias ou desprendendo-se delas.

A alma do homem é elástica, ligando-se ao que quer que seja a que o pensamento a guie. 

O moço rico dos evangelhos era dono de grandes posses (internas e externas) e entristeceu-se quando Jesus lhe disse para desprender-se delas, a fim de alcançar a perfeição. 

O lado perigoso não é ter dons pessoais e bens externos, mas o apegar-nos a eles. O convite é possuir sem ser possuído, de modo que encaremos e usemos tudo como simples meios para fins mais altos: o enriquecimento de nossa alma e ajuda aos demais no mesmo sentido. 

Ora, o apego é prisão ao passado, concentração na matéria, no presente, e ansiedade futura.

Se uma pessoa vive no passado, prende-se às velhas formas. 

Ao relembrar sua antiga prosperidade, e deplorar as limitações presentes está pondo as forças de sua alma naquilo que não tem mais realidade. E o resultado é o esvaziamento. Ela deveria crer na abundância que o Pai sempre nos deseja e trabalha com fé, agora, para trazê-la – mas não a pondo como motivo principal de sua felicidade. 

A verdadeira atitude para com a vida não é deixar que as ternas memórias do passado edifiquem suas ilusórias estruturas mentais sobre o presente. Isto é retroagir, em vez de situar-nos na realidade do agora. É roubo das oportunidades presentes. É cristalizar-nos, como sucedeu à mulher de Ló, que se prendeu e mergulhou no passado, transformando-se numa estátua de sal. Ela está lançando, do fundo das idades, uma advertência às novas gerações: de se orientarem pela verdade e superarem decididamente o passado, expulsando-o de suas mentes, conservando apenas as lições aproveitáveis. 

Pensar ou conversar sobre o passado é olhar para trás e deixar de caminhar; é transformar-se naquilo que pensamos.

Se você está objetivando um ideal, apegue-se a ele e caminhe para frente, em sua direção. Mas alinhe seus ideais com a Verdade para evitar novos enganos e dores. 

Desprenda-se dos conceitos materialistas e siga fielmente a “vocação celestial”, que o faz um bom administrador de tudo que conquista. 

Esta “vocação celestial” não é atingida pelo estudo da vida de Jesus, dos santos e iluminados de todas as épocas, como simples história, mas seguindo-lhes o exemplo e adaptando-o às circunstâncias atuais para aplicá-lo sensatamente no dia a dia. 

“Quem semeia no Espírito colhe vida eterna, mas quem semeia na carne colhe corrupção. O Espírito é que vivifica, mas a carne para nada aproveita”.

Falam muito em progresso como evolução técnica, mas o progresso real é medido pela transformação interna e sua expressão num viver mais fraternal e justo. 

Exercitemos nosso íntimo, entre as contradições e aparentes dificuldades deste fim de época. Confiemos que deve haver uma transformação para melhor. 

Evitemos uma visão negativa destes tempos e formemos a estrutura do bom mundo de Deus que se vai manifestando. Alinhemo-nos com a nova idade e marchemos para frente, fazendo bem a nossa parte e sabendo que cada um de nós é um expressivo fator presente para um futuro melhor.

A Terra será transformada através do entendimento e do correto uso do pensamento. Os velhos serão rejuvenescidos; os jovens se libertarão de sua dissipação, partindo em busca de entendimento e satisfação espirituais, como já está acontecendo. Isso é o que dará juventude e vigor espirituais, porque a fonte da vida borbulhará do íntimo e não mais haverá pensamentos mortais para poluir as suas águas. 

Os homens saberão viver na energia onipresente de Deus e suas almas externarão a força total da vida, ampla, feliz, desfrutando-a retamente em cada momento. Nada será desperdiçado em mágoas e saudosismos inúteis do passado, nem em preocupações futuras. 

O presente concentrará todas as suas possibilidades, assegurando um mais rápido avanço e aprimoramento da raça.





*Charles Fillmore

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