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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

VOCÊ NÃO TEM NENHUM PODER SOBRE MIM!



Certo dia ao chegar em casa na volta do trabalho, encontrei minha casa em situação angustiante. 


As crianças eram pequenas e estavam chorando, uma delas estava doente e minha esposa também. O clima era sombrio e eu estava deprimido. Orei pela recuperação de cada um, mas sem sucesso.

Foi então que ponderei com este ensinamento de Jesus: “Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e roubar os seus bens, sem primeiro amarrá-lo; então, de fato, a casa pode ser saqueada” (Marcos 3:27, Nova Versão Padrão Revisada).

Eu ainda não havia amarrado o “homem forte”; por isso a situação angustiante não mudara, concluí. Portanto, mudei o foco das minhas orações. 

Ao invés de orar pela recuperação de alguns membros da família, orei para compreender a verdade mais ampla acerca do controle sempre presente e incontestável de Deus sobre nosso lar. 

Deus era o “homem forte” da nossa família, declarei; e não qualquer suposta mente maligna que age furtivamente. 

Compreendi melhor a verdade de que o mal não tem lugar, poder, nem presença em nosso lar, e que Deus é a única influência sobre nossa saúde e bem-estar, tanto individual como coletivamente.

O efeito foi maravilhoso! Todos recobraram a saúde. O pessimismo se dissipou, havia mais vivacidade no ar e a doença desapareceu rapidamente. Nosso lar era novamente um lugar feliz.

Aprendi uma valiosa lição com essa experiência, a de que o problema nem sempre é o que parece ser. 

Quando o sofrimento, a doença e o conflito surgem, a situação talvez pareça ter uma causa física. 

Mas essa conclusão pode estar incorreta. Talvez haja uma pretensão do mal, que está oculto, mas que precisa ser discernido e vencido pela oração. Tal como uma criança que se sente adoentada e não deseja ir à escola porque tem medo de enfrentar o “valentão” que a vem intimidando, a questão real com essa criança não é a doença. É o medo de apanhar. 

Para termos êxito na cura espiritual, temos de enfrentar o “valentão” ou “o homem forte”, como explicou Jesus.

O que intimida, ou faz o “bullying”, não é necessariamente a doença, a luta, ou a desgraça que clama por mais atenção.

Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, em uma frase definiu o efeito intimidador, o efeito “bullying”, do mal. Ela o chamou de “magnetismo animal maligno” e serve para designar as inúmeras formas através das quais o mal pretende agir , oculto ou flagrante, para deter, destruir e impedir que a saúde, a vida e a paz sejam a norma. Ele pode ser muito sutil, tal como a experiência em minha família, onde nenhuma evidência externa de algo maligno era aparente, mas o efeito ficou evidente, assim que reconhecido. Ou ele pode ser flagrante, como nos atos de vingança, calúnia, maldições, assassinatos, atentados suicidas à bomba, tiroteios nas escolas, ataques terroristas e de “hackers” na Internet. Existem incontáveis oportunidades no mundo de hoje para colocar em evidência as pretensões do magnetismo animal maligno.

Se alguém estiver vivendo uma vida tranquila e raramente enfrenta a maldade descarada, pode ser tentado a pensar: “Não preciso me preocupar com o magnetismo animal. Não é um assunto relevante sobre o qual deva orar”.Mas esse tipo de conclusão é um engano.

A divulgação de atos maldosos que ocorrem no mundo é tão disseminada e comumente ouvida hoje em dia, que o medo do mal acontecendo de modo aleatório, inesperado e inevitável prevalece no pensamento do público. 

Qualquer pessoa, quer esteja vivendo uma vida pacífica ou não, precisa tratar metafisicamente o medo ao mal, mantido e cultivado no pensamento popular coletivo, a fim de se proteger a si mesmo desse mal, bem como as outras pessoas, da mesma forma que aprendi com minha família.

Por mais assustadoras que as pretensões do magnetismo animal maligno pareçam ser, ele não é um poder a ser temido. É uma atitude sinistra da mente carnal, que deve ser exposta e comprovada como irreal. Tal como Jesus ensinou, o diabo é um mentiroso (ver João 8:44). Não importa que forma o mal possa assumir, ele nunca é uma realidade. É uma mentira, mas uma mentira precisa ser reconhecida e exposta para que sua falta de poder possa ser comprovada. 

A pretensão do magnetismo animal maligno de maquinar, planejar, organizar e provocar o sofrimento na vida de vítimas inocentes é uma dessas mentiras.

A Sra. Eddy aprendeu por experiência própria que não podemos ignorar as pretensões insufladas e egotistas do mal de procurar encontrar e destruir pessoas honestas e suas boas obras. 

No capítulo “O Apocalipse”, em Ciência e Saúde, que utiliza a visão de João acerca da guerra entre o bem e o mal graficamente ilustrada na Bíblia, no livro do Apocalipse, ela descreve o aspecto do mal que pretende perseguir uma vítima. Ela escreve: “A serpente está perpetuamente junto ao calcanhar da harmonia. Desde o começo até o fim, a serpente persegue com ódio a ideia espiritual” (p. 564). Também: “O autor do Apocalipse vê que aquela antiga serpente, cujo nome é diabo ou mal, está incansavelmente à espera para ferir o calcanhar da verdade e, ao que parece, não deixar vingar o rebento da ideia espiritual, prolífico em saúde, santidade e imortalidade” (p. 563).

Que o mal está “incansavelmente à espera” e perseguindo a ideia espiritual “com ódio”, é uma perspectiva muito séria que temos de considerar. 

Jesus Cristo enfrentou essa “espera incansável” do mal. Muitos fariseus e outros inimigos estavam constantemente tramando sua morte. Eles não gostavam dele. Eles não apreciavam seus ensinamentos. Eles o viam como uma ameaça ao seu status quo. Sob a manipulação do ciúme, da inveja e do medo, eles procuravam exterminá-lo, para acabar com sua vida e seu ministério.

Mas Jesus não tinha medo de seus adversários. Ele sabia como responder a eles. 

Diante da ameaça de Pilatos: “Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar”? 

Jesus respondeu: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada” (João 19: 10, 11). 

Jesus não recuou com terror, não se curvou com medo, nem tremeu com a ameaça de Pilatos. Ele sabia que sua vida estava preservada eternamente no Espírito divino, e não havia nada que aquele ignorante governador pudesse fazer para prejudicá-lo.

A Bíblia mostra como Jesus enfrentou todas as pretensões maliciosas do mal durante o seu ministério, com a mesma atitude: “Você não tem nenhum poder sobre mim”. 

A credibilidade dessa postura foi imortalizada quando ele saiu do túmulo, vivo, após sua crucificação.

A Sra. Eddy enfrentou hostilidades semelhantes quando apresentou a Ciência Cristã ao mundo. Aqueles que não concordavam com seus ensinamentos desejavam silenciá-la. Ela recebeu muitas ameaças de morte, ao longo dos anos. Seus inimigos mais malévolos não estavam contentes em seguir o caminho deles e deixá-la em paz. Eles se empenhavam, mental e fisicamente, em detê-la. 

Entretanto, ela aprendeu a não ter medo deles, mas sim seguir em frente e neutralizar o mal por meio do todo poderoso Amor divino que ela venerava.

Certa vez, um suposto assassino entrou em sua casa e se encaminhou para o escritório onde ela se encontrava. Ela relatou que, antes de ele entrar no escritório, ela pressentiu um perigo iminente e foi impelida a trancar a porta. Mas decidiu que se curvar ao medo não seria uma solução permanente. Ela deixou a porta aberta e esperou para enfrentar seu inimigo. O homem entrou no escritório, apontou um revólver para ela e foi recebido com esta resposta: “Você não pode atirar” (Yvonne Von Fettweis e Robert Werneck, Mary Baker Eddy, Christian Healer, Edição Amplificada, p. 301 [do livro Uma Vida Dedicada à Cura]). Ele baixou o braço impotente e foi embora. Sua má intenção foi instantaneamente desarmada. Eddy não ignorou o homem. Ela não fingiu que ele não existia. Enfrentou seu inimigo com absoluta confiança no poder do Amor para protegê-la, e o deteve. Ela tomou os passos certos e obteve a vitória do lado da justiça.

É assim que todos os cristãos sensatos precisam agir ao lidar com as pretensões agressivas do mal. As mentiras têm de ser combatidas, vencidas e comprovadas como irreais. É insensato ignorá-las. Não é sábio fingir que elas não existem ou depreciá-las como se fossem mera imaginação, uma paranoia. 

Podemos aplicar esta afirmação de Eddy: “A humanidade precisa aprender que o mal não é poder” (Ciência e Saúde, p. 102), a todos os argumentos do mal, inclusive a presunção astuta de que ele pode tramar, planejar e causar dano. 

O mal não é um poder oposto a Deus. Ele não é um outro poder no universo contra o qual temos de lutar. Ele é uma mentira que tem de ser vista como falsidade. Essa verdade precisa ser compreendida e demonstrada para percebermos e vivenciarmos sua promessa de liberdade.

Tal como Davi enfrentou Golias sem pestanejar (ver 1 Samuel, capítulo 17), temos de enfrentar as pretensões do magnetismo animal maligno destemidamente. 

Davi sabia que Deus estava no controle da situação. Ele não fugiu na direção contrária. 

Davi não ignorou as ameaças do gigante. 

Davi não fingiu que Golias não existia. Ao contrário, ele correu para encontrar Golias e atirou sua pedra na parte mais vulnerável de Golias, um ponto fraco na testa e o feriu de forma mortal. 

Metaforicamente, Golias é o símbolo das más intenções e dos propósitos maus de todas as pretensões do magnetismo animal maligno. Podemos encontrar o mesmo “ponto fraco” do magnetismo animal maligno quando enfrentarmos nossos Golias. O ponto fraco é a pretensão de que o magnetismo animal tenha poder. O mal não tem poder. 

Com todas as suas tagarelices, exibição do ego, suas ameaças fraudulentas, seus gritos e berros estridentes, lamúrias e rangidos, ele é uma fraude da maior magnitude. 

Diante da Verdade divina, o mal se espatifa e cai no eterno esquecimento.

Por isso, quando uma voz ameaçadora declarar: “Alguém está fazendo má prática contra mim e me causando o mal”, não aceite a premissa de que o mal possa prejudicá-lo. Ele não pode. A possibilidade de dano é apenas uma sugestão, não a verdade.

Quando o pensamento sussurra: “Acho que vou ficar doente e até piorar”, não aceitemos a premissa de que uma irresistível causa subjacente de doença exista.

Quando a imaginação nos leva a falar em alta voz: “Minha igreja está em declínio” e a mente humana justifica isso assim: “Minha igreja está em declínio devido à resistência e ao ódio à verdade que existe no mundo de hoje”, não concordemos com o ponto de partida da lógica do erro de que o mal tem poder para deter o progresso da Verdade e negar seu efeito sanador. 

Reconheçamos que o mal não pode pôr a igreja de Deus em declínio e que não tem nenhum poder para solapar uma edificação espiritual de vitalidade e força.

Se enquanto estivermos analisando nossas finanças ouvirmos: “Não tenho mais nenhum dinheiro e vou ser colocado em um abrigo para pobres”, não diga sim com a cabeça, com a insinuação de que a carência é inevitável e causa sofrimento. Despertemos para a verdade de que Deus tem recursos infinitos para nos abençoar, e que eles estão presentes agora mesmo! Saibamos que o mal não é um profeta e que ele não delineia nosso futuro econômico.

As pretensões do magnetismo animal maligno podem ser combatidas com êxito mediante a compreensão de que Deus é a única Mente que governa o universo inteiro, e que nessa Mente não há nenhum poder nem influências destrutivos. Tudo é bom. 

Na Mente divina, não há nenhum mal em ação, nenhuma inteligência maligna dominante, nenhum tirano implacável, nenhuma espécie de organização mafiosa, nem agentes ilegais escondidos agindo secretamente, enfim, nenhum inimigo para se temer. 

“Nada há encoberto que não venha a ser revelado” (Lucas 12:2), prometeu Jesus.

Compreender a bondade onipresente de Deus e sua exclusão de todo mal, expõe as falsas pretensões do magnetismo animal maligno, conduzindo-as para uma obscuridade sem retorno e excluindo quaisquer danos.

Eddy escreveu: “Para o Amor infinito, sempre presente, tudo é Amor, e não há erro, nem pecado, nem doença, nem morte”. 

Em seguida, ao explicar o retorno do mal ao seu nada inicial, ela continua: “Contra o Amor, o dragão não luta por muito tempo, pois o dragão é morto pelo Princípio divino. A Verdade e o Amor prevalecem sobre o dragão, porque o dragão não os pode guerrear” (Ciência e Saúde, p. 567).

O magnetismo animal maligno é o dragão que a Verdade e o Amor divinos matam, comprovando assim sua falta de poder. 

Armado com a Verdade, o soldado cristão alerta pode marchar em frente, na confiança de que, por meio do Cristo, toda pretensão do magnetismo animal pode ser combatida e vencida. 

Cada um de nós pode destemidamente enfrentar qualquer atitude maligna do mal com esta declaração: “Você não tem nenhum poder sobre mim”! 








ALLAN JOHNSON

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