Numa de suas epístolas, João diz-nos: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por esta razão o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo”.
As implicações dessas palavras levam-nos a compreender a natureza espiritual de Deus e do homem. O amor aí implícito é infinito e divino, e eleva nossa definição de homem bem acima “do mundo”, ou da mortalidade. Esse amor revela o homem como intocado, até mesmo desconhecido, pela matéria ou pelo modo de pensar mortal. No âmago da Ciência Cristã está essa compreensão de que Deus é Amor divino.
Quando jovem, frequentei mais de uma Escola Dominical protestante, às vezes na companhia de meus pais e, às vezes, com uma vizinha. Fiquei com a impressão de que Deus era um juiz inexorável que observava cada um de meus atos. Fui ensinada a me sentir indigna de Seu amor, ainda que Deus me amasse apesar de meus pecados. Esforçava-me por ser boa pessoa, mas, apesar de meus esforços, todos os domingos eu tinha de repetir em voz alta, com as demais pessoas, que eu era uma pecadora miserável. Sentia-me confusa. Por certo Deus não amava o pecado. Como poderia amar a mim, uma pecadora?
Quando estava com onze anos de idade, tive um acidente no mato. Enquanto me debruçava para colher avencas nativas, a ponta de um galho entrou num de meus ouvidos, perfurando o tímpano. Minha avó, que ouvira contar algo a respeito da Ciência Cristã, sugeriu que a experimentássemos. Foi a primeira vez que fiquei sabendo de um Deus de amor que, de fato, não tem conhecimento do mal. Deus me amava, não apesar de meus pecados, mas porque apenas via a minha identidade espiritual, real, que Ele havia criado. Essa identidade é impecável e Deus a mantém assim.
Essa era uma dimensão inteiramente nova. Eu podia compreender como Deus era capaz de amar um ser espiritual, perfeito. Isso também esclareceu algumas dúvidas que eu tinha com respeito à capacidade de Deus, de criar um produto bom. Indagara-me por que Deus haveria de criar um homem suficientemente fraco para ser tentado, se apenas o viria a punir por ser vulnerável.
Naquela época, esse novo ponto de vista exigiu que eu desse um salto de fé. Eu tinha de desistir do quadro mortal de homem que me havia sido ensinado (e que parecera tão evidente) toda a minha vida. Mas, fazia para mim sentido tão maior que um Deus bom haveria de criar um homem bom, que tranquilizei-me com essa confiança. Dentro de pouco tempo, eu estava completamente curada e recuperara a audição perfeita. Que alegria, quando meus pais me colocaram na Escola Dominical da Ciência Cristã.
Nela aprendi que esse Pai-Mãe celeste, o Amor divino, não consente que Sua criação totalmente espiritual, o homem, peque ou adoeça. Seus filhos são sempre a expressão d’Ele mesmo, refletindo as qualidades divinas do bem infinito.
Que gratidão, que calorosos sentimentos brotam de se saber que esse divino Pai-Mãe nunca é negligente em manter-nos, nunca nos deixa afundar em águas perturbadas, nunca nos deixa afogar no pecado! Nem sequer por um instante o filho por Ele criado é menos do que o produto brilhante, encantador, puro e radiante do ser divino, singular para Deus, precioso e necessário para Deus. Quão grande é seu amor por nós! Quão satisfeito está Deus com o nosso reflexo inevitável de Sua natureza divina! Tão perto quanto um pensamento está da Mente que o concebe, estamos nós da inteligência divina cuja ideia somos.
A Ciência revela a esta época a unidade espiritual entre Deus e o homem, a qual Jesus ensinou. Mary Baker eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, diz-nos em Ciência e Saúde: “Esta é a doutrina da Ciência Cristã: que o Amor divino não pode ser privado de Sua manifestação, ou objeto, que a alegria não pode ser convertida em tristeza, porque a tristeza não é senhora da alegria; que o bem jamais pode produzir o mal; que a matéria jamais pode produzir a mente, nem a vida pode redundar em morte. O homem perfeito – governado por Deus, seu
Princípio perfeito – está isento de pecado e é eterno”.
A sra. Eddy descreve a existência mortal como um estado de sonho da “mente mortal”. Diz: “Se Deus conhecesse o mal, mesmo como pretensão falsa, esse conhecimento manifestaria o mal n’Ele e procederia d’Ele. A Ciência Cristã mostra que a matéria, o mal, o pecado, a doença e a morte não passam de negações do Espírito da verdade e da Vida, que são positivos e que não podem ser negados. Os estados subjetivos do mal, chamados mente mortal ou matéria, são estados negativos destituídos de tempo e espaço; pois não há outro fora de Deus, ou Espírito, e da ideia do Espírito”.
Continua..>
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