Costuma-se dizer que Deus é Amor, o que realmente é verdadeiro.
Fala-se também que Deus é Luz, o que equivale a se declarar um fato estabelecido.
Em vista disso, conclui-se que o Amor é Luz, e Luz é Amor.
Vejamos como esta Verdade universal atua no Universo, no mundo e em nosso dia-a-dia. Observemos também a forma com que este Amor, que é Luz, funciona em nosso corpo como o próprio corpo.
O enfoque inicial de qualquer Verdade deve ser a partir de um ponto de vista universal.
Os dois principais motivos que justificam esta recomendação são: (1) Tudo que é Existente, no Universo e como o próprio Universo, é também Existente em e como a vida, o corpo e a experiência de cada Identidade específica. (2)
Ao considerarmos qualquer Verdade a partir de sua universalidade, livramo-nos inteiramente do conceito de que podemos conhecer, possuir ou ser esta Verdade universal de modo pessoal.
Vale recordar que o aparente possuidor de todo tipo de problema é o falso conceito chamado “ego pessoal”. Não há nenhuma Verdade pessoal. Há somente a Verdade impessoal, universal e infinita.
Portanto, a única maneira de se considerar uma Verdade corretamente, e com sucesso, será necessariamente partindo-se do ponto de vista de sua universalidade.
O Amor é uma Existência universal. Ele já está presente em toda parte, inteiramente por igual. É tão onipresente quanto a vida, a Consciência, a Mente, ou a Luz. O Amor é inseparável da Mente consciente viva. Não há qualquer linha delimitando o fim do Amor e o começo da Inteligência consciente viva. Ambos são a mesma Existência universal, sem limites de divisão entre si. Onde quer que a Consciência esteja, e também a Vida ou a Inteligência, o Amor ali estará presente.
É óbvio que não falamos do amor humano. A emoção transitória conhecida por amor humano é, na verdade, mísera imitação do Amor onipotente e infinito que é Deus. Nada de natureza temporal se relaciona com o Amor infinito. Este último é uma Existência eterna. Além disso, o Amor é um fato onipresente, relativo à Existência inteira.
O chamado amor humano certamente se inicia num determinado momento. Assim, inevitavelmente ele terá que ter um fim. Estando sempre à mercê de flutuações e mudanças, não há nada que o impeça de caminhar em direção extremamente oposta, ou seja, ao ódio.
O amor humano é possessivo; frequentemente é usado como desculpa para dominar os chamados entes queridos. Não existe prisão maior do que a representada pelas restrições às quais alguém acaba se sujeitando em nome do amor humano.
Com que facilidade encontramos aqueles que lutam para se livrar do jugo e das restrições do amor humano!
Por outro lado, com a mesma facilidade verificamos que os que empregam esta errônea maneira de amar se julgam os únicos que deveriam sofre correções. Isso não é verdade. Alguém se deixar ser dominado ou restringido é tão errôneo quanto pretender dominar ou escravizar a outrem segundo este falso conceito de amor.
Já ouvimos falar sobre os pássaros adultos, que jogam seus filhotes do ninho assim que eles tenham condições de voar. Isso realmente acontece. Mas há outro ponto que devemos observar: uma vez emancipados dos pais, estes filhotes se mantêm independentes. Não retornam aos pais para novamente receber alimentos ou algum outro tipo de ajuda. Eles descobrem que são livres, e esta própria liberdade os obriga a se manterem e a se autopreservarem por si mesmos. Assim, tanto os pais quanto os filhotes recém libertos ficam inteiramente livres. Este exemplo encerra mais uma lição: os filhotes não ficam retornando para verificar como os pais estão passando. Não se sentem o mínimo responsáveis pelos mais velhos. Concentram-se exclusivamente em suas próprias atividades, e permitem que seus pais sejam capazes de fazer o mesmo.
Para se libertar inteiramente das correntes do amor humano, antes você mesmo terá que desfazer as amarras passadas à sua volta por você próprio. Como poderia estar livre o bastante para ajudar alguém a se libertar, estando você escravizado por esse conceito de amor? Impossível! Jamais vá ao encontro de alguém com o objetivo de conquistar a sua liberdade.
A plena liberdade é algo que o próprio indivíduo terá de obter. Realmente, ninguém é capaz de libertar o outro. Pelo mesmo motivo, ninguém é realmente capaz de prender o outro. Liberdade é uma questão pessoal; cada qual é o responsável único pela sua. Ninguém pode dar liberdade a outro. A cada um cabe criar a própria liberdade.
MARIE S. WATTS
CONTINUA ....
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