Através da contemplação destas três palavras, uma riqueza tremenda da Verdade pode ser revelada.
“Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham nem fiam; e digo-vos que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles” (Lucas 12:27).
Jesus estava se dirigindo a uma multidão, e pouco antes de fazer esta declaração tão significativa, ele prevenira quanto à desaprovação de se “estar apreensivo”.
Um cuidadoso estudo dos versículos precedentes à sua advertência, para se “considerar os lírios”, será de grande valia para a percepção do enorme significado destas três palavras.
“E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que o vestido. E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?” (Lc. 12; 22-23, 25-26).
Nestas poucos declarações, Jesus procurava preparar a consciência dos ouvintes para o glorioso fato de que a eterna e imutável perfeição completa É; ademais, cuidava de assegurar-lhes que nada necessita de ser mudado, ou pode ser mudado através do pensar.
Ele ensinou-lhes plenamente que a Vida não está contida num corpo feito de matéria nem tampouco é por ele confinada.
“Mais é a Vida do que o sustento”, declarou ele, e deixou claro que o Corpo não é somente um traje ou vestimenta temporária em que a imutável Vida eterna estaria alojada.
“Mais é o corpo do que o vestido”.
Então prossegue ele revelando a futilidade de se tentar prolongar a Vida, ou mudar o Corpo por meio do chamado raciocínio ou pensar humano. Jesus sabia que a imutável Perfeição eterna não pode ser tornada perfeita.
Também sabia que a suposta mente humana jamais poderia perceber a Vida eterna, consciente e perfeita que constitui a Inteireza de todo mundo; e esta Inteireza significa toda a Substância, Vida, Consciência e Inteligência que compreende o Corpo.
A declaração de Jesus de que “pensamento” não pode mudar o corpo foi imediatamente complementada pela revelação de que, uma vez cônscios de nossa Identidade imutável, não precisamos, absolutamente, nos preocupar com o Corpo.
Com efeito, segundo suas palavras, a Verdade importante a ser reconhecida, é que Deus é a Presença Total, a Presença única.
O que de fato ele está dizendo, é que esta percepção da Natureza de Deus como sendo Tudo é essencial, a fim de que se descubra a Natureza daquilo que constitui o Corpo.
Jamais se descobre a Natureza perfeita e eterna do Corpo de Luz pela meditação ou pela concentração que considera um ponto da Infinitude chamado “corpo”. Pelo contrário, a Natureza verdadeira do Corpo é descoberta pela plena abertura da Consciência, considerando-se a Beleza da Perfeição imutável, eterna e infinita que constitui o Universo. DEUS É ESTE UNIVERSO.
Uma vez conscientizada a Natureza perfeita e imutável do Universo, a Natureza perfeita e imutável do Corpo deverá ser revelada, pois a Natureza do Universo e a Natureza do Corpo são uma e a mesma; e não há nenhuma outra.
Chegamos agora ao tema em questão: CONSIDERAI OS LÍRIOS. Talvez fosse interessante aclararmos o significado da palavra “considerar”.
Dentre as definições registradas no dicionário, encontramos: ver atentamente; observar. De fato, a definição original está relacionada com a observação de astros e constelações. Isto é interessante em vista do fato de a Bíblia declarar: “Considerai os céus”. Além disso, sabemos que Davi, o salmista, achava-se em grande elevação quando estava considerando os céus.
Percebemos que “considerar” não significa pensar nem concentrar-se mentalmente. Para podermos considerar, será preciso que haja uma Existência para ser considerada. Para que possamos observar, será preciso que haja Algo para ser observado. Assim, passamos a perceber a Natureza daquilo indicado por Jesus como digno de consideração: os lírios, apesar de não trabalharem, eram gloriosa evidência de Vida, Consciência, Inteligência, Paz, Oniação e Beleza.
Os lírios nada precisaram fazer para ser aquilo que já eram. Exatamente aqui, há uma verdade vital a ser percebida.
A Onipresença da Perfeição imutável, maravilhosa e eterna, jamais é revelada por “se fazer algo”. Pelo contrário, esta revelação se dá mediante tranquila e serena consideração ou observação do fato imutável e eterno daquilo que já existe.
Quando considerarmos o Fato existente relativo a algo, estaremos considerando a Natureza genuína ou a Verdade sobre o que estiver sendo alvo de nossa consideração. Tem sido declarado: “Eu Sou a Verdade”.
Jesus não fez sozinho tal afirmação. Cada um de nós vem conscientizando a sua própria Existência como sendo a Verdade nas diversas oportunidades.
É preciso, agora, percebermos o seguinte: nós somos exatamente esta própria Verdade, ou Fato existente, objeto de nossa consideração, contemplação ou observação.
Vamos ter conhecimento de que a Natureza verdadeira da totalidade de nossa Vida, Mente, Alma, Consciência, ser e Corpo.
Em outras palavras, cabe à Mente que é a Verdade conhecer esta Verdade. Cabe à Consciência que é a Verdade ter a percepção desta verdade. Isto é conhecido como “ser o que estivermos vendo”.
*MARIE S. WATTS
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