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domingo, 29 de março de 2015

SEMANA SANTA INTERNA - SEIS MOMENTOS - PARTE 2 -FINAL






Crucificação 

A palavra "crucificação" quer dizer
cancelar, em nossa consciência, os erros que se haviam tornado estados mentais fixos. 
É o decreto do Espírito, para a final extinção da mente carnal e a submissão inteira da personalidade à Mente de Cristo, a fim de que este Se exprima em toda sua plenitude.  
Calvário significa "o lugar da caveira" e bem indica o cérebro onde se trava a batalha final, para extermínio dos conceitos humanos equivocados.  
Mas esta crucificação acontece todos os dias, cada vez que, pela compreensão, nos desfazemos de um erro que estávamos a nutrir.

Os três dias que Jesus permaneceu na tumba representam os três passos para vencer um erro:
1. Não resistência;

2. Deixar que a Vontade de Deus prevaleça;

3. Assimilação e cumprimento da Vontade divina.
 
Nego o eu pessoal para unir-me ao Eu impessoal. 
Renuncio ao mortal para conquistar o imortal. 
Dissolvo o conceito de um corpo material, para realizar um corpo espiritual. 
Este processo é uma conscientização da Verdade, com efeito sobre o corpo físico. 






5

Descansando em Deus


Após a crucificação, Jesus foi deixado a descansar numa tumba nova, de José de Arimatéa. 
Jesus representa a expressão do EU SOU em nós. 
José significa "o que acrescenta" e significa a expansão. 
Arimatéa quer dizer "um conjunto de pensamentos elevados", um "ilibado estado de consciência". Assim, quando eliminamos e crucificamos coisas equivocadas em nós, subimos de nível e experimentamos uma expansão de consciência; ganhamos maior compreensão. 
Mas, para consolidar essa conquista, é de todo desejável que "descansemos em Deus", assimilando bem a lição e preparando-nos para maiores demonstrações, na escalada constante do ser.

Uma limpeza, uma purificação foi levada a cabo. 
Repassando mentalmente as experiências, compreendemos que, a rigor, nada é destruído, e sim transformado. 
Por meio da fé medimos o progresso feito, e constatamos, felizes, haver conquistado o estado de um nível mais alto. 
Quando a consciência espiritual sensorial é elevada a nível superior, tudo o que é aproveitável se salva com ela, servindo de alimento para o novo estado.

Em verdade, o invisível não pode ser visto, tocado ou compreendido com os sentidos externos. 
 No entanto, um grande e poderoso trabalho se efetiva com essa transformação interna, e seus efeitos serão demonstrados indiretamente em nossa vida e circunstâncias.

Hoje alcanço a realidade de que o lêvedo que "fermenta toda a massa" é a Verdade. 
A palavra da Verdade, em mim, não está ociosa, senão que se expande, silenciosa, por todo o meu ser. 
E este processo continuará até que minha inteira consciência seja vitalizada pelo Espírito Santo. 






 

A ressurreição


O Domingo de Páscoa celebra a ressurreição de Jesus.  

Seu sentido interno e espiritual é: Despertamento e elevação da consciência do homem ao EU SOU e sua fusão com Ele, alcançando a inefável compreensão da unicidade. 

Só então compreendemos que nossa consciência estava morta, na transgressão e no pecado, como foi dito: "o salário do pecado é a morte", não a morte literal, mas a morte psicológica, a anestesia da consciência, a perda da realidade espiritual que somos.  

Esta é a morte mais triste e lamentável, a que o Cristo referiu, dizendo: 
 "Não temais os que vos matam o corpo; temei os que lançam a vossa alma na geena". 

Mas felizmente essa morte não é definitiva. 
É ilusória. Dura enquanto dormimos o sono da inconsciência de nossa realidade espiritual. 
Por isso é que o apóstolo Paulo exortou: "Desperta, tu que dormes; levanta-te dentre os mortos e o Cristo te alumiará!".

A experiência da ressurreição não é também instantânea e total. 

Como todos os sábios processos da natureza, é gradual, diária, na vida do cristão esforçado, que vive os ensinamentos de Jesus. 
Na medida em que a realizamos, compreendemos que há uma só vida, ininterrupta e eterna. 
E essa vida é Deus. 


Só então aprofundamos o sentido deste ensino de Cristo: 
"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância".


Ressurreição é o levantamento do homem integral - Espírito, Alma e Corpo - à Consciência Crística de vida e perfeição. 


Foi isso que Jesus nos demonstrou. 
A tumba não pode reter seu redimido corpo. Pela impregnação do Espírito Santo, o templo-corpo vai da "corruptibilidade à incorruptibilidade"; de um "corpo material, a um corpo espiritual".  


Então o último inimigo, a morte, é vencida ou tragada pela vitória, conforme ensina Paulo no 15° cap. da primeira carta aos coríntios.


Cada vez que nos elevamos à realização da vida eterna em nós, unimo-nos à Mente do Pai e a mesma experiência de Jesus é vivida em nós.  
Todos os pensamentos limitadores são abandonados na tumba da materialidade.


Jesus Cristo é semente ou primícia de uma nova raça. O exemplo dele no auxilia no
caminho da redenção. 


Hoje a luz da Verdade está iluminando nossas mentes e levantando-nos na majestade de nossa divina filiação, proclamando-nos filhos do Altíssimo, livres de toda crença no pecado e na morte.





FIM
Charles Fillmore

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