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Em Mateus, cap.6, há o registro de alguns dos pontos mais importantes para encontrarmos o Reino, conforme discorreu Jesus no Sermão da Montanha.
Enquanto falava aos discípulos sobre dar esmolas, sobre a prece, o perdão, o jejum e guardar tesouros, e da impossibilidade de podermos servir a Deus e a mamom, disse:
“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons (simples), todo o teu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”.
Se formos interpretar esta declaração cientificamente, deveremos trocar primeiro o objeto de sentido, chamado olho, pela sua ideia espiritual. Sendo “cada objeto da criação uma insinuação da existência da realidade espiritual”, descobriu-se que o olho simboliza o discernimento espiritual.
A demonstração é a prova absoluta da compreensão espiritual de alguém.
Tive a alegria de testemunhar que o olho realmente é o símbolo do discernimento espiritual quando, numa ocasião, declarei esta Verdade para um homem que aparentava sofrer de câncer nos olhos e pude vê-lo curado num único “tratamento”. Ele me havia sido trazido na maca, de tampão nos olhos, com aquele diagnóstico feito por seu médico. Eu me dirigia à plataforma de palestra, e meu pensamento estava muito claro. Quando ele disse: “Se não puder ajudar-me, meus olhos serão extraídos pelo cirurgião”, eu o enxerguei com “o olho simples”. Em vez de vê-lo como um homem material a ser curado de câncer, conscientizei somente Deus e Seu discernimento espiritual. Sabia que exatamente onde o olho físico parecia estar, havia a onipresença da Visão de Deus. Percebi, num lampejo, que o homem não vê com seus olhos, mas que discerne todas as coisas com a Consciência espiritual.
Estava discernindo-o espiritualmente; e, esta visão correta, que tive dele, foi sua cura. Enquanto o via com “o olho simples”, fiz unicamente esta declaração: “Existe uma só visão, e desafio qualquer bisturi a tocá-la”.
Como podemos notar, deste exemplo, os resultados que obtemos dependem de nossa capacidade de ver Unicidade (O EU único).
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No Salmo 91, encontramos: “Somente com os teus olhos contemplarás, e verás o castigo dos ímpios”. Como conciliar esta citação com “o olho simples?”
Eis o sentido: embora o mal esteja sendo visto pelos olhos, não devemos aceitá-lo como realidade na consciência.
Em outras palavras, estaremos “somente vendo com os Teus olhos”, sem atribuirmos qualquer poder àquela aparência.
Nesta época, somos chamados como nunca antes a manter um “olho simples”. Ouviremos o argumento de que nós, metafísicos, salvaremos o mundo. Alguém só pode se considerar metafísico, ou cientista absoluto, se for capaz de transcender o universo material em sua própria consciência.
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Deus criou este universo, e não precisamos tentar corrigi-lo. Ele se ajustará automaticamente, tão logo nos empenhemos em vê-lo com “o olho simples”.
Deus não criou os conflitos e dissensões que parecem dominar o universo; portanto, esta aparência deve obrigatoriamente ser nada!
“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça”. (Efésios 6:14).
A palavra “justiça” significa “uso correto”.
Se aplicarmos corretamente a nossa compreensão da Verdade, manteremos nossa paz e equilíbrio, conhecendo a nulidade do mal e a totalidade de Deus.
Quantos não são os buscadores da Verdade, e confessos seguidores de Cristo, que declaram a onipresença, onipotência e onisciência de Deus para, ao mesmo tempo, reconhecerem um poder maligno que está para dizimar humanidade, se algo não for feito?
Quantos não estão declarando que Deus é sua única substância, enquanto, ao mesmo tempo, olham para o Presidente ou para o Congresso na expectativa de que maior substância seja liberada através do tesouro?
Seria este um “olho simples?” Se Deus é o único poder, o único em atividade, então Ele tem estado agindo e falando através de cada líder que temos tido, estejamos ou não reconhecendo a sua voz.
Os mortais preferem o caminho de menor resistência, até aprenderem a Verdade. Para eles, é mais fácil justificar as próprias falhas, pondo a culpa nos outros, do que se esforçar para viver os princípios crísticos de vida.
Precisamos conservar um “olho simples”, caso desejemos não ser enganados. Muita coisa que aparenta ser harmoniosa, numa análise superficial, nem sempre é verdadeira.
Se pretendermos “pregar o Evangelho”, obedecendo ao ensinamento de Cristo, não poderemos fazê-lo enquanto estivermos vendo imperfeição no universo de Deus.
Nossa nação não necessita de correção; porém, todo e qualquer indivíduo é chamado para vê-la como um símbolo perfeito de uma das ideias de Deus. Você não vive em seu país, ou em qualquer outro; o seu país, e todos os demais, é que vivem em você. Se acreditar que sua nação está desajustada, inativa, mal suprida, estará confessando abertamente que é incapaz de se erguer acima dessas crenças desarmônicas em sua própria consciência.
Traduzindo: o seu “olho não é simples”.
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