Através da meditação nós abrimos a nossa consciência ao fluxo da Verdade e nos tornamos uma transparência para o surgimento do bem infinito no mundo.
Perdemos aquele senso de que nós, como pessoas, podemos realizar algo e passamos à compreensão de que o Cristo, o Espírito de Deus, vive em nós e realiza todas as obras.
Quem produz, causa, anima e permeia toda forma e criação é o Espírito. O Espírito é a lei sobre todo efeito.
Nós precisamos conscientizar a presença e poder de Deus agindo e aparecendo como nossa consciência individual, e saber que esta consciência é a lei, substância e realidade de nosso universo, seja na forma de nosso corpo, nosso negócio ou nosso lar.
Nossa falha tem sido em não reconhecer esta verdade e nossa falta de reconhecimento vem da mente humana, que se rebela por tal verdade aniquilar o suposto poder que ela tem assumido.
Considerando que o Cristo é a revelação da unidade de Deus e Sua criação, vamos ponderar sobre o sentido espiritual do nascimento de Jesus registrado na Escritura.
Jesus nasceu numa manjedoura, provavelmente o mais baixo nível daquela época. Esta manjedoura pode ser interpretada como símbolo da mente humana, o nível mais baixo em que pode o Cristo nascer.
Quando o pensamento humano é desperto para ir em busca de luz o alcance torna-se maior e, provavelmente, é então que o Cristo cresce nesse “estábulo” da mente humana.
O bebê, Jesus, foi envolto em panos, e assim também é feito conosco quando o Cristo - A VERDADE começa a nascer na mente humana. Ele é envolto nas mais suaves verdades; é vestido com os mais simples pensamentos que pudermos alimentar para o nosso crescimento e desenvolvimento, até passar o perigo de “Herodes” que ameaça destruí-lo – até que tenhamos crescido a uma compreensão tal que as perguntas e dúvidas do mundo não venham mais a nos oprimir.
O pensamento humano irá sempre se esforçar para destruir o Cristo.
José e Maria conduziram seu pequeno filho ao Egito, onde o mantiveram escondido até passar a fase de perigo da destruição. Esta é uma grande lição de sabedoria para nós. Devemos esconder esta doce verdade, não a mostrando em palavras, mas somente em efeitos.
Não devemos sair pronunciando-a, mas deixar que ela apareça da mesma forma com que apareceu a Jesus aos doze anos de idade, quando maravilhou os rabis do templo com sua sabedoria. Doze anos após o nascimento de Jesus é que Cristo tornou-Se manifesto.
Assim, também, após nove anos de sua iluminação é que Paulo saiu a pregar e ensinar.
O Cristo recém-nascido não deve ser exposto nas avenidas e ruas, mas deve crescer e ser fortalecido em nossa consciência, e então veremos que não serão necessários os proselitismos.
O mundo irá sempre opor resistência ao ensinamento da unidade, onipresença e onipotência, mas quando a presença do Cristo tiver sido sentida, nós poderemos falar d’Ele sem risco de perdê-Lo.
O melhor é manter essa verdade dentro de nosso próprio ser e deixar que ela se torne visível ao mundo através dos resultados, em vez de sair a pregá-la.
É surpreendente como o mundo percebe o que está-se passando sem que tenhamos dito algo a respeito. O próprio Cristo, o próprio Espírito de Deus, manifesta-Se como a paz de nosso ser, como a prosperidade de nosso bolso e como a alegria de nossas faces. E é então que o mundo reconhece que nós possuímos algo e é quando o trabalho de cura se processa sem que façamos uso de pensamentos – “não pela força, nem pelo poder, mas por meu Espírito” (Zacarias 4: 6), que age através da mente serena por nós encontrada.
É através da meditação que desenvolvemos a conscientização da presença e poder de Deus e passamos a sentir aquela Presença conosco, dia e noite, a nos guiar e a nos proteger.
O nosso trabalho visa a conscientização de que “Eu e o Pai somos um” (João 10: 30), e que onde eu estou, Deus está presente. Quando esta conscientização é atingida, nenhuma diferença fará para nós que tipo de quadro nos estará sendo apresentado:
Há uma Presença e um Poder instantaneamente acessíveis a mim. Onde eu estou, Deus está, portanto, o lugar onde eu estou é solo sagrado.
“Para onde irei a fim de me subtrair ao teu Espírito? E para onde fugirei da tua Presença? Se subo ao céu, tu lá estás; se desço ao inferno, nele te encontras” (Salmos 139: 7-8) Mesmo que eu desça ao inferno, esta Presença estará lá. Podem vir problemas, pecado, doença, falta ou limitação.
A natureza do quadro não me interessa, pois sempre me recordo: “Tu lá estás”, e consequentemente este é solo sagrado. Como poderia eu sair de Tua presença, se este EU é Deus?
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