No livro A Unidade do Bem, a Sra. Eddy salienta esse ponto na seguinte declaração: “(…) os moribundos — se é que se pode morrer no Senhor — despertam da ideia da morte para uma consciência da Vida em Cristo, com um conhecimento da Verdade e do Amor superior ao que possuiam anteriormente.” (pág 2: 24-27)
Recordemos que, referindo-se à morte de Joseph Armstrong, a Sra. Eddy descreveu seu fiel seguidor como gozando de maior sabedoria, saúde e felicidade do que anteriormente, pois o sonho mortal de vida já havia sido atenuado.
Senti uma enorme inspiração ao ler um artigo de John Randall Dunn sobre o tema da imortalidade, intitulado “The Spring Song of Christian Science” (“O cântico primaveril da Ciência Cristã”).
No entanto, depois de ter tomado conhecimento do falecimento do seu autor, foi-me particularmente difícil manter esse pensamento inspirado no trabalho metafísico que eu fazia para os meus pacientes. Resolvi então estudar um artigo do Christian Science Journal; mas antes de o ler, tive o seguinte pensamento: “Será que vou encontrar aqui alguma mensagem para mim da parte do Sr. Dunn?”
Ao abrir então a referida publicação, deparei-me com essa maravilhosa mensagem sobre o tema da imortalidade. Para mim, foi tal como se a tivesse ouvido dos seus próprios lábios! Aquelas palavras reconfortaram-me profundamente e o meu pensamento recebeu uma alegria renovada e um maior impulso: “Certamente, o Cientista Cristão que já não vemos, foi elevado a um melhor e mais feliz sentido da realidade.”
Ao continuar a ler, pude imediatamente sentir que o Sr. Dunn não queria que eu me sentisse afligida por causa da sua partida: “São muitos os homens e as mulheres acabrunhados pela dor que buscam a Ciência numa tentativa de pôr fim ao intenso egoísmo do desgosto, pois enquanto se acarinha a ideia de perda e de angústia, não pode haver regozijo na liberdade e na harmonia; esse acordar espiritual para além da sua própria visão é inevitável na experiência do Cientista Cristão. Assim, a mensagem pascoal da Ciencia Cristã pede aos que sofrem: "Regozijai-vos, porque o homem vive e ama, e ele ignora a tristeza e a separação.”
Mas será então necessário passar pelo sonho da morte para se ser curado, para se alcançar a compreensão de que a morte não existe, para se crescer espiritualmente e para se demonstrar que não existe idade? Não, de forma alguma.
A Ciência Cristã ensina de um modo tão claro e infalível sobre a imortalidade do homem que não nós é necessário morrer para podermos demonstrá-la.
Sabemos neste exato momento quem somos, para que o Cristo, a Verdade, seja glorificado.
Sabemos quem somos e sabemos também qual é a verdadeira realidade; sabemos, sem sombra de dúvida, que nunca tendo nascido, somos espirituais e perfeitos, não podendo nunca vir a morrer.
Temos igual consciência da impossibilidade absoluta da. morte, devido à sua completa inexistência.
Somos agora os filhos e as filhas do Rei, possuindo já um perfeito estado de ser, de pensar e de demonstrar; e não nos é necessário morrer para descobrirmos ou demonstrarmos esse fato.
Uma das mais poderosas verdades para o estabelecimento da irrealidade da morte é o fato de que Deus, a única Vida divina e eterna, desconhece em absoluto tudo o que com esta se relacione.
A doutrina ortodoxa antiga defende que Deus tem conhecimento de muitas coisas relacionadas com a morte e muitos dos Cientistas Cristãos não estão suficientemente esclarecidos ou confiantes para refutarem essa doutrina.
A maioria dos sermões fúnebres antigos continha a seguinte declaração: “Deus a concedeu, Deus a tomou.”Jamais se pronunciou uma tão grande mentira como essa de que Deus leva os Seus filhos pela morte.
Um grande Cientista Cristão, com quem me relacionei bastante, disse-me uma vez: “Quando chegar a hora de eu partir, logo que Deus queira me levar, estarei preparado.” Tal atitude implicaria que Deus tivesse conhecimento de que existe algo chamado morte. Essa crença está de tal forma enraizada no pensamento de algumas pessoas, que as impede de rejeitar a ideia da morte e de aceitar a verdadeira ideia da Vida eterna.
A crença generalizada diz: “Só podemos tomar duas coisas como certas: a morte e os impostos.” Apenas quando se abandonar essa crença e se começar assim a reconhecer o fato de que Deus desconhece a morte, só a partir desse momento será possível começar a vencer a morte.
Por ocasião da crucificação de Jesus, os doutores da lei e os fariseus procuraram provar que a crença no mal, e em particular na morte, era real.
Quando se deu a ressurreição, Jesus certamente reconheceu que Deus, seu Pai-Mãe e Princípio celestial, desconhecia por completo a morte.
Tomou consciência somente da sua coexistência com esse Princípio divino, negando assim todas as experiências relatadas anteriormente. Não há dúvida que foi essa compreensão que lhe permitiu sair do túmulo e demonstrar assim o seu domínio sobre aquilo que se apelidou de morte.
Nunca é da vontade de Deus que alguém morra. Em Ezequiel lemos: “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei.” (18:32) Além de não desejar a morte, Deus não possui qualquer conhecimento sobre esta. E como o poderia possuir, Ele que é a Vida eterna? Como poderia a luz ter conhecimento das trevas ou o bem do mal?
Frequentemente, ouvimos dizer: “Como se pode afirmar que a morte não existe, se eu já assisti à morte de várias pessoas? De fato, todos vamos ter que morrer alguma vez.”
Visto que a maior parte das pessoas afirma conhecer bem a morte, pagam depois o preço desse falso conhecimento, cavando a sua própria sepultura.
Consideremos os fatos espirituais: Enoque andava com Deus. Ele reconhecia a simples verdade de que o seu Criador nada conhecia acerca da morte e vivia a sua união com Deus, sendo por fim, elevado de forma a não passar pela morte; Eliseu sabia que o seu Criador desconhecia a morte e unia o seu pensamento à Mente divina, a qual ignora a morte.
Também ele triunfou, provando que o conhecimento da Vida eterna o libertou da crença na morte; Cristo Jesus sabia que Deus desconhecia a existência da morte. Declarou ele que “todo o que (…) crê em mim, não morrerá, eternamente.” (João 11:26)
E acrescentou ainda: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3)
Se por algum momento, Jesus tivesse acreditado que o seu Criador conhecia a morte, então ele próprio, por reflexo, a teria conhecido e nunca teria podido demonstrar a ressurreição.
Diante do túmulo de Lázaro, Jesus reconheceu que Deus nunca levara o seu amigo; reconheceu que Deus nunca tomara conhecimento daquilo que os mortais apelidavam a morte de Lázaro, e reconheceu também que o seu Criador celestial, a sua Mente divina, era tão dinâmico na Sua presença, na Sua força e glória que na sua Consciência não poderia existir qualquer conhecimento de morte.
Foi por essa razão que Jesus ordenou ao povo ali presente que “desatassem” Lázaro e o “deixassem ir”. Afirmou a Marta que ali mesmo não existia absolutamente mais nada do que o reconhecimento da Vida. Como consequência, Lázaro saiu livre do túmulo.
Quando esteve em casa de Jairo, Jesus deteve-se numa ante-camara na presença daqueles que manifestavam ter conhecimento da morte e do seu aparente poder. Aí, o Mestre viu claramente que o eterno Criador não possuía qualquer conhecimento da morte, ou de qualquer espécie de fim. Assim, ele pôde entrar no quarto e ordenar: “Talita cumi”, que significa: “Menina, eu te mando, levanta-te.” (Marcos 6:41) Ele compreendia que não existia nenhuma ideia de morte, nem nenhum de seus efeitos nefastos.
Se Deus nada conhece sobre o tema da morte, então é fácil concluir que Ele desconhece igualmente os vários estados e níveis de consciência. A Vida eterna não pensa no homem passando de um estado ou nível de consciência para outro.
Dorothy Rieke
Dorothy Rieke
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