Há alguns anos, foi publicado no Sentinel um testemunho maravilhoso, relatando o exemplo de uma pessoa que reivindicou a sua perfeição e, por conseguinte, a evidência dessa perfeição espiritual: Uma mulher foi vítima de um acidente de automóvel. O automóvel no qual circulava sofreu um choque de tal modo violento que ela foi projetada para a estrada, sendo em seguida atropelada por um caminhão.
Quando foi socorrida, informaram-na de que nunca voltaria a caminhar, e no entanto, uma semana depois, essa mulher já andava normalmente.
O fato de ter voltado a caminhar tão rapidamente foi uma demonstração? Não, de forma alguma. Ter voltado a caminhar foi apenas uma das “coisas acrescentadas”.
A demonstração encontra-se nas suas seguintes palavras: “A cura não vem alterar nada; é o simples resultado de olhar a realidade de frente.” Assim, ela recusou-se a aceitar um corpo físico marcado e uma imagem de si mesma como tentando utilizar a Ciência para curar esse corpo; ao invés, ela argumentou, reivindicou e regozijou-se com determinação na Verdade. Jamais deixou de se declarar do lado da Verdade, não aceitando nunca a crença num acidente ou num corpo ferido. Não havia lugar para os "se" ou "mas" no seu testemunho. Ela fixava o seu olhar unicamente na evidência dada por Deus de que era a Sua imagem e semelhança perfeitas. Conservando a porta tão amplamente aberta a uma compreensão firme a partir do ponto da perfeição, essa mulher não poderia fazer outra coisa senão voltar a caminhar.
Uma jovem que vive noutro estado, pediu-me que eu a ajudasse acerca do seu trabalho, pois nada parecia correto no que dizia respeito à sua situação presente: o local onde trabalhava era extremamente quente e sujo; as pessoas com quem trabalhava estavam sempre de mau-humor e mostravam-se pouco cooperativos; o horário era alargado e o salário restrito; a empresa situava-se num bairro da cidade que essa jovem receava atravessar e o seu patrão tinha um comportamento e uma linguagem grosseiros. Inverti cada erro e falei-lhe de cada verdade espiritual a seu respeito; especifiquei que Deus era o seu único empregador e pedi-lhe que se regozijasse na Sua perfeição, majestade, dignidade, beleza e justiça. Visto essa jovem ter a sua vida, a sua atividade e o seu ser em Deus, era-lhe totalmente impossível encontrar-se num local desagradável ou perigoso. Habitando na atmosfera da Alma, o meio que a rodeava não poderia nunca ser quente, nem desconfortável, mas sempre belo e harmonioso. Além do mais, ela não trabalhava na companhia de outros mortais acabrunhados, e sim com os filhos de Deus, cooperativos, amorosos e imortais.
E Deus recompensa os Seus filhos de uma forma ilimitada e sem restrições, na medida em que a Ele nos consagramos. Contudo, quando ela me voltou a escrever, essa jovem reafirmou que a situação não se modificara e descreveu de novo todas as condições difíceis e desfavoráveis relativas ao seu trabalho.
Seguiu-se uma troca de correspondência, na qual as minhas cartas continuavam a testemunhar somente a partir do ponto de vista da perfeição, enquanto as suas descreviam o relato duvidoso de um testemunho material. Finalmente, ela escreveu-me a dizer que esperava que a demonstração fosse alcançada e eu então respondi-lhe que a minha já havia sido: sabia quem ela era, onde trabalhava, quem era o seu empregador, com quem trabalhava, qual era o seu ganho, etc., etc.
Perguntei-lhe também se acaso não desejava escrever-me uma carta do mesmo tipo que eu lhe havia enviado, na qual fixasse o seu olhar somente na Verdade espiritual a seu respeito, comunicando-me tudo quanto Deus sabia sobre ela.
Mas quando recebi a sua resposta, esta em nada correspondia ao sentido que eu lhe sugerira: ela afirmava que o trabalho fora de tal forma penoso que se vira obrigada a abandoná-lo. Naquele momento, era-lhe impossível escrever a carta que eu desejara receber em vez do relato de fatos tão desagradáveis, mas isto não me impediu de continuar a ser paciente e amorosa: mas um dia, cerca de uma semana depois, eu recebi a carta que pedira, com treze páginas, escritas de ambos os lados. Nela, a jovem explicava que ao começar a escrever as verdades a seu respeito, as palavras fluíram, deixando-a emocionada. De fato, a carta era muito bela e revelava uma precisão absoluta na expressão de um sentido científico de emprego. Não restavam dúvidas de que, ao redigi-la, ela havia fixado o seu olhar no Espírito e tinha testemunhado apenas a partir do ponto da perfeição.
Dois dias mais tarde, recebi uma outra carta dessa jovem, na qual ela me anunciava que havia encontrado um trabalho verdadeiramente maravilhoso da forma mais inesperada. Cada aspecto da sua nova situação profissional estava de acordo com o testemunho que ela antes havia dado relativamente ao seu verdadeiro emprego. Constituiu o novo emprego a demonstração neste caso? Claro que não.
Foi simplesmente a “coisa acrescentada,” a qual não pode deixar de acontecer quando realmente se demonstra na consciência a verdade sobre a situação.
A carta contendo o testemunho completo a partir do ponto de vista da perfeição foi a verdadeira demonstração.
No nosso testemunho a partir do ponto da perfeição, podemos proporcionar uma maior abertura à porta das “coisas acrescentadas” se acompanharmos a nossa declaração da perfeição com a afirmação de que “eu conheço, compreendo, aceito, reconheço, aprecio, demonstro e me alegro com essa perfeição.” E cada um obtém a perfeita demonstração.
Este tipo de testemunho não proporciona qualquer ocasião para que "mas" ou "se" negativos se intrometam no nosso pensamento.
Antes de abandonar este assunto, gostaria ainda de fazer algumas observações sobre a excelente professora que foi a nossa líder, a Sra. Eddy. Naquela pequena frase contida em Miscellany (pág. 242) ela indicou-nos exatamente como praticar a Ciência Cristã.
De fato, essa frase oferece-nos a possibilidade de utilizarmos a verdade sempre que se apresente um problema por resolver nas nossas vidas. Seguindo as suas diretrizes, encontramos a seguinte declaração: “Por estas palavras não pretendo afirmar que os mortais sejam filhos de Deus, bem pelo contrário.” (10-12) Não será esta afirmação um desafio? Que faremos depois de a ler? Deixar-nos-emos cair preguiçosamente numa cadeira, dizendo: “Pois bem, eu não passo de um mortal, portanto nada disto me diz respeito?”
Depois de termos tomado conhecimento de que a Sra. Eddy nos pede para reivindicarmos a nossa imortalidade, não podemos tomar uma atitude dessas. Todavia, podemos ser levados a crer que nós próprios somos de fato imortais, mas que alguns dos nossos vizinhos, certos membros da Igreja ou outras pessoas do nosso meio profissional são apenas mortais. Não aceitemos esta idéia errada, pois de outra forma não poderemos argumentar a partir do ponto da perfeição.
Dorothy Rieke
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