Vezes sem conta, curas baseadas na confiança em Deus, iluminada pelos ensinamentos da Ciência Cristã*, têm sido rápidas e permanentes.
Às vezes, porém, um seguidor devoto dos ensinamentos de Cristo Jesus talvez se encontre lutando durante meses para obter a cura de algum problema em particular que não tenha cedido à oração.
Surge a pergunta: “Que mais poderá ser feito para provar o poder curativo de Deus?”
A resposta pode estar em aprofundar nossa capacidade de adorar “o Pai em espírito e em verdade”1, como Jesus indicou. Isso implica em fazer novas descobertas acerca da natureza incorpórea de Deus como Espírito infinito, e de Sua perfeição como Verdade todo-poderosa. Leva-nos a uma percepção ampliada da espiritualidade atual do homem como exata expressão de Deus – indestrutível, sadio e completo.
Expandir dessa maneira nossa compreensão espiritual acerca de Deus e do homem leva-nos ao domínio dado por Deus sobre tudo quanto parece ser material.
Talvez a dificuldade esteja em que continuamos a procurar vida, saúde e felicidade na matéria, em vez de desenvolver a convicção de que o homem é desde já espiritual dentro da totalidade de Deus.
Em vez de continuar a nutrir o ponto de vista popular de ser a vida material e limitada, de estar ela sujeita à doença e à discórdia de toda espécie, e em vez de tentar mudar a coitada da matéria em matéria melhor, permaneçamos firmes e alegremente com a compreensão esclarecida de que a individualidade imortal e perfeita do homem está completamente fora da matéria.
Todos nós podemos adquirir esse ponto de vista mais elevado e científico que inevitavelmente traz a cura.
Para isso talvez seja de proveito estudar a Bíblia novamente numa atitude mental atenta.
Persista em se conscientizar de que o ser verdadeiro, espiritual, do homem é de fato demonstrável.
Jesus compreendia que o homem tem sua origem em Deus. Por isso ele estava certo da espiritualidade presente do homem.
Essa compreensão da unidade do homem com Deus e de sua semelhança a Deus era o alicerce de seus notáveis trabalhos de cura. Sua ressurreição mostrou a natureza indestrutível do “Homem Cristo”.
Depois da ressurreição do Mestre, alguns dos seus seguidores ainda estavam tão convictos de que a materialidade é a base da vida, que deixaram de captar o significado espiritual das obras de Jesus.
Maria, no entanto, a primeira a ver o Mestre depois da ressurreição, discerniu a condição perfeita de homem espiritual, pura e sem jaça, que Jesus estava demonstrando.
Falando na fidelidade do ponto de vista espiritual de Maria e na materialidade dos inimigos de Jesus, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras:
“Esse materialismo perdeu de vista o verdadeiro Jesus; mas a fiel Maria o viu, e para ela Jesus representava mais do que nunca a verdadeira ideia de Vida e de substância.”2
Apreciar mais profundamente as convicções espirituais que sublinham a obra da vida de nosso Mestre ajudar-nos-á a desenvolver convicções semelhantes acerca de nossa própria espiritualidade no presente.
Ajudar-nos-á a nos identificarmos com o Cristo, “a verdadeira ideia de Vida e de substância”,que traz cura.
A convicção que Jesus tinha de sua completa espiritualidade, ficou revelada nos seus ensinamentos, em magníficas obras de cura que redimiram a humanidade das várias limitações do materialismo.
Jesus mostrou desdém pela pretensão de que há poder na matéria, ao silenciar as tempestades, andar em cima das ondas, curar os doentes desenganados e ressuscitar os mortos. Essas ações mostraram o elevado nível espiritual de seu pensamento e sua recusa em se deixar impressionar pelas pretensas leis da matéria.
Embora não fosse mundano, Jesus transformou o mundo. Sua lealdade a Deus e sua unidade com a Verdade infinita deram-lhe domínio sobre o que o rodeava.
Deu prova do poder todo-poderoso de Deus e da substancialidade ilimitada do homem como ideia espiritual que representa exclusivamente a Deus.
Em vez de se desesperar diante de alguma suposta ameaça material à sua vida, Jesus calmamente seguiu avante, confiante no controle de Deus e na espiritualidade do homem, o que o exime de todas as discórdias da existência física.
Certo dia, na sinagoga, Jesus leu para o povo, o livro de Isaías. Depois de ter lido o trecho que profetizava a vinda do Cristo, profecia que se cumpria na sua própria experiência, começou a repreender a falta de receptividade deles. Então o povo se enfureceu.
Agarraram-no, arrastaram-no para fora da sinagoga, levaram-no pela cidade até à beira de um monte, onde planejaram lançá-lo penhasco abaixo.
O ódio do pensamento material que resistia ao Cristo, a Verdade, era tão grande que momentaneamente Jesus parecia estar sendo presa dos materialistas ao seu redor.
A Bíblia conta-nos que “Jesus, passando por entre eles, retirou-se”3.
É claro que Jesus nem sequer por um instante abandonou sua elevação espiritual de pensamento. Estava continuamente dando testemunho de Deus, insistindo em demonstrar a totalidade e o poder que tem Deus de libertar a outros, e de livrar a ele mesmo.
O poder de sua confiança crística concretizou-se à beira do abismo para o qual o povo o havia levado, e Jesus foi libertado.
Às vezes uma condição física assustadora e desanimadora procuraria nos levar até à beira de um abismo, isto é, de uma situação material extrema, desde a qual parece que seremos lançados morro abaixo.
Todavia, aí mesmo, num suposto precipício de materialidade, também nós podemos passar pelo meio das crenças materiais ao nosso redor.
Podemos reconhecer nossa espiritualidade, reivindicar nosso domínio e nossa cura, e seguir nosso caminho – o caminho do Cristo – com alegria.
Há alguns anos sofri de um distúrbio físico grave que me causava grandes dores.
Orei com fidelidade, e fui ajudado pelas orações de um consagrado praticista da Ciência Cristã.
Orei com fidelidade, e fui ajudado pelas orações de um consagrado praticista da Ciência Cristã.
Mas o problema persistiu por muitos meses. Sua gravidade aumentou a ponto de me ser difícil caminhar ou ficar de pé.
Certa feita, durante essa experiência, fui tentado a procurar conselho médico.
Entre meus colaboradores militares havia vários médicos.
A tentação era a de pedir a opinião de um desses amigos quanto à natureza da doença.
No entanto, recusei ceder a tal tentação, pois eu era capaz de discernir que seria impossível ao diagnóstico médico dar-me qualquer informação sobre uma ideia de Deus, espiritual e perfeita.
E eu estava determinado a não remexer no entulho da materialidade à procura do verdadeiro ser do homem.
Estava-me claro que o único modo certo de achar e comprovar minha condição de homem em Cristo era o de adquirir compreensão melhor a respeito de Deus e desenvolver convicção mais sólida da indestrutível espiritualidade do homem.
Procurando pela luz divina, fui inspirado a tornar a ler o relato da vida de Jesus e suas curas, sua espiritualidade vital, sua firme obediência a Deus e sua capacidade de vencer todos os obstáculos.
Certa noite meu estudo da Bíblia me levou ao Salmo 139, que diz em parte: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? (…) Se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de guiar a tua mão e a tua destra me susterá.”4
De repente, fiquei convencido de que, apesar do que me acontecesse materialmente, eu nunca poderia ficar separado de Deus.
Eu era de fato uma ideia espiritual de Deus e nunca poderia ser destruído. Discerni que esta convicção espiritual de que a vida está em Deus, abandonando toda fé na assim chamada vida da matéria, era uma lei de restauração para o corpo físico – uma lei de cura.
Embora não ocorresse mudança física imediata, eu sabia que estava curado.
Eu era de fato uma ideia espiritual de Deus e nunca poderia ser destruído. Discerni que esta convicção espiritual de que a vida está em Deus, abandonando toda fé na assim chamada vida da matéria, era uma lei de restauração para o corpo físico – uma lei de cura.
Embora não ocorresse mudança física imediata, eu sabia que estava curado.
A enfermidade física ainda continuou esporadicamente por mais ou menos dois meses; mas a consciência, libertada pelo poder de Deus, desenvolvia melhor sentido de identidade, ou corpo.
Foi-me muito proveitosa em relação a este caso uma referência que se encontra em Ciência e Saúde: “A consciência constrói um corpo melhor quando vencida a fé na matéria. Se corriges a crença material pela compreensão espiritual, o Espírito formar-te-á de novo. Nunca mais voltarás a ter medo, a não ser de ofender a Deus, e nunca mais acreditarás que o coração ou qualquer parte do corpo possa destruir-te.”5
Prossegui com intrepidez e alegria, na convicção de ter sido curado.
Não levou muito tempo, todos os sintomas da doença desapareceram, para nunca mais voltar.
Desde aquela ocasião até o presente tenho participado normal e vigorosamente de vários esportes — tênis, natação, caminhadas pelas montanhas, corridas — sem a menor dificuldade.
Desde aquela ocasião até o presente tenho participado normal e vigorosamente de vários esportes — tênis, natação, caminhadas pelas montanhas, corridas — sem a menor dificuldade.
Dessa cura ficou claro que era preciso descartar-me do medo e da preocupação com aquilo que poderia acontecer a uma individualidade material.
Quando o poder da presença contínua de Deus foi trazido à luz, viu-se que a materialidade é irreal. A dificuldade foi dominada pelo poder do Cristo, a Verdade, a transformar a consciência humana.
Em aditamento à própria cura, senti devoção mais profunda por melhor apreciar e compreender como as curas do Mestre do cristianismo transformavam a consciência, elevando-a de uma base material para uma espiritual.
Jesus discernia que o controle todo-poderoso de Deus alcançava cada faceta da vida, subjugando a matéria. Podia dizer impunemente: “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.”6
A identidade espiritual, proveniente de Deus, que Jesus viveu e ensinou, é o Cristo, a ideia divina da espiritualidade perfeita. Esta é a verdadeira natureza de cada um de nós.
No entanto, a influência divina do Cristo parecerá oculta enquanto basearmos nossa vida e nossas expectativas nas limitações da materialidade.
A Ação libertadora do Cristo vem à luz na proporção em que raciocinarmos desde o ponto de vista de ser o homem verdadeiramente a expressão da totalidade do Espírito e da bondade, da onipresença e da onipotência da Mente.
Que ânimo curativo se desenvolve quando raciocinamos com a certeza de que Deus é Espírito, e o homem é espiritual; que Deus é Vida, e o homem é imortal; que Deus é Amor, e o homem é desprendido e amoroso; que Deus é Verdade, e o homem é perfeito, ilimitado.
Podemos insistir em que Deus – Mente, Espírito, Princípio, Verdade, Amor, Alma, Vida – é a lei irresistível do bem, que expulsa toda e qualquer pretensão da mortalidade.
Finalmente, segue-se a gloriosa compreensão de que, sendo Deus e Sua ideia, o homem espiritual, inseparáveis, isso constitui-se em lei de cura e regeneração para toda necessidade humana específica.
Satisfeitos e serenos nessas convicções, podemos ter confiança em que Deus está realizando Sua santa obra.
Ciência e Saúde declara: “A individualidade do homem não é menos tangível por ser espiritual e por não estar sua vida à mercê da matéria. A compreensão de sua individualidade espiritual torna o homem mais real, mais formidável na verdade, e o habilita a vencer o pecado, a doença e a morte.”7
Deixando de estar preocupados com a materialidade e de dela depender, ficamos cônscios de que o homem já é espiritual no presente.
Podemos comprovar progressivamente, pela redenção e pela cura “a verdadeira ideia de Vida e de substância”.
Tal espiritualidade desenvolvida nos trará saúde, vigor e vitalidade — o reino do céu dentro de nós.
1João 4:23, 2Ciência e Saúde, p. 314, 3Lucas 4:30, 4Salmos 139:7, 9, 10, 5Ciência e Saúde, p. 425, 6João 2:19, 7Ciência e Saúde, p. 317.
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