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quinta-feira, 7 de maio de 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ – 12 –FINAL




No entanto, existe quem considere que somos realmente imortais, mas que o homem está mesmerizado ou hipnotizado pela crença do nascimento na matéria, de uma existência material e de uma morte ou elevação para além da matéria. 


Mas como poderá existir mesmerismo ou hipnotismo se não existe uma mente mortal para ser mesmerizada ou hipnotizada? Aprendemos no Manual a defendermo-nos diariamente contra a sugestão mental agressiva.

Mas que sugestão mental agressiva existe senão a de uma vida separada de Deus? Que mais podemos negar senão o erro de uma história material?

Como já foi referido, se o anjo do Apocalipse tivesse que se apoiar somente num pé, ele escolheria o pé direito, apoiado sobre a sugestão da crença sutil de que o homem tenha algum dia podido passar pela experiência do nascimento humano.

A forma mais segura e mais correta de destruir toda crença mesmérica é o reconhecimento e a compreensão de que existe uma só Mente, Deus, e que esta Mente infinita é a minha e a vossa Mente, a Mente de todo o universo. Então onde se encontra uma mente mortal passível de ser mesmerizada?

A Sra. Eddy diz-nos claramente em todos os seus escritos que a forma mais correta de destruir a sugestão hipnótica consiste na aplicação da verdade de que Deus é a única Mente e que não existe qualquer outra.

Quando a Sra. Eddy considerou que havia chegado a hora de estabelecer uma segunda Igreja em Nova lorque, ela encarregou sua fiel seguidora, Laura Lathrop, dessa missão.

Devido à resistência das pessoas que defendiam que não deveria existir uma segunda Igreja naquela cidade, alguns amigos da Sra. Lathrop recearam que, ao respeitar a ordem da Sra. Eddy, ela pudesse ser prejudicada pela má prática mental. Para se proteger contra a sugestão mental agressiva, a Sra. Eddy escreveu na carta à Sra. Lathrop: “Não existe outra mente para me tentar, para me prejudicar ou para me dominar. Compreendo espiritualmente essa verdade e sou dona da situação.” Não é esta uma declaração poderosa? Reparem como a Sra. Eddy sublinha o fato de não existir senão uma Mente com a afirmação “compreendo espiritualmente essa verdade” e não “vou tentar compreendê-la” ou “compreendê-la-ei um dia” — ela reivindica essa compreensão no momento presente.

Foram muitas as vezes em que recorri a esta pequena oração de louvor a Deus: “Deus é a única Mente; esta Mente é a minha Mente e é a Mente do meu próximo.”

Utilizo também frequentemente as seguintes palavras da Sra. Eddy: “não existe outra mente para me tentar, para me prejudicar ou para me dominar. Compreendo espiritualmente essa verdade e sou dona da situação”. Não constitui essa declaração uma defesa perfeita contra a sugestão agressiva? Essa verdade anula completamente a possibilidade de existência de tal coisa pelo reconhecimento da totalidade da única Mente, Deus, e da absoluta não-existência de alguma outra mente. Mais ainda, elimina não somente a noção da mente mortal como poder, mas também como presença.

Não é algo maravilhoso sabermos que somos donos da situação? Compreendendo espiritualmente que Deus é a nossa Mente, não podemos ser mesmerizados ao ponto de crermos que somos mortais. Estamos no presente inteiramente conscientes e vigilantes a respeito da verdade do ser. Sabemos quem somos, o que somos, onde estamos e aquilo que se passa. Alegremo-nos várias vezes ao longo do dia com o fato de não sermos mortais mesmerizados e sim imortais totalmente conscientes. Não podemos ser tentados a acreditar que somos Napoleão, pois sabemos quem somos; não podemos ser tentados a crer que somos um cigano, pois sabemos quem somos; nem sequer podemos ser tentados a acreditar que somos um mortal.

Sabem quem nós somos? Somos os filhos e as filhas do Rei e estamos conscientes da nossa verdadeira identidade. Não podemos ser tentados a acreditar que somos um ser material, físico e corpóreo, pois sabemos quem somos. Sabemos ser “(…) o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser (…)” (Hebreus 1:3).

Nem sequer podemos ser tentados a admitir e menos ainda a ser mesmerizados pela crença que vivemos num universo material.

Sabemos onde estamos; sabemos que nEle “vivemos, e nos movemos e existimos” (Atos 17: 28) e que por isso, o nosso universo é espiritual, é o universo da Mente. 

Não podemos ser hipnotizados pela crença de que a enfermidade, a carência, os relacionamentos desarmoniosos, os acidentes, etc., possam nos atingir. Estamos totalmente conscientes do fato de que podem somente acontecer coisas maravilhosas.

Existimos, vivemos, sentimos e alegramo-nos num sentido científico de saúde, de relacionamentos harmoniosos, de ordem divina, de paz, de prosperidade e de vida em abundância. Como tudo o que se passa é o próprio Deus a expressar-se, os resultados só podem bons.

Não é maravilhoso saber que somos um imortal totalmente consciente de quem é, daquilo que é e daquilo que o rodeia? Aceitemos essa verdade, reivindiquemo-la com firmeza e regozijemo-nos com ela.

A seguinte experiência, ocorrida durante a II Guerra Mundial, foi sempre uma fonte de inspiração para mim: uma mulher vivia num país dominado pelas forças nazistas. Então um dia, sem qualquer aviso prévio, os soldados inimigos invadiram a sua casa, e em conjunto com outras mulheres, levaram-na para um campo de concentração. Anteriormente, o seu marido já havia sido feito prisioneiro, encontrando-se também num campo de concentração. Ao ser levada, essa mulher fora forçada a abandonar em sua casa duas crianças sem idade suficiente para tomar conta de si próprias. Assim, ela dispôs-se de imediato a não ser mesmerizada ou hipnotizada, aceitando a idéia de que algo horrível pudesse suceder. Viu claramente que Deus era a sua Mente e compreendeu que essa Mente divina estava certamente consciente da sua própria identidade, de onde ela estava e daquilo que se passava. Nem por um só instante ela permitiu ser mesmerizada, aceitando ser uma mortal numa prisão inimiga.

Insistiu mentalmente no fato de que era uma filha imortal de Deus, ilimitada, livre e habitando em segurança “no esconderijo do Altíssimo”. Nunca por um instante, ela permitiu ser mesmerizada, aceitando que o comportamento de alguns mortais maldosos tivesse consequências terríveis. Ela viu os soldados inimigos “na Ciência”, como o homem perfeito da criação de Deus, exprimindo apenas as qualidades de Deus, plenas de amor e de consideração. Elevando-se acima dos muros da prisão, ela recusou ser tentada a admitir que existia um universo dilacerado pela guerra, onde se encontravam crianças sozinhas, necessitando da ajuda de um homem preso num campo de concentração. Invertendo o caso, ela regozijou-se pelo fato de estar totalmente consciente da verdade de que no universo da Mente — o único universo que existe — apenas podem suceder coisas maravilhosas aos filhos de Deus.

Como resultado dessa forma de pensar, numa certa manhã um soldado inimigo decidiu abrir as portas daquele campo da prisão. Nenhuma explicação foi dada para esse ato; nenhum aspecto da guerra se alterara e o campo inimigo não mudara de sítio; nesse momento, mais nenhum prisioneiro de outros campos de concentração foi libertado. Apenas essa mulher sabia porque é que a liberdade lhes fora restaurada, a ela e às suas companheiras: Ela tornara-se “dona da situação”. Sabendo que Deus era a única Mente, recusara-se a ser mesmerizada. 

É interessante acrescentar que pouco tempo após ter sido feita prisioneira, um vizinho acolhera as duas crianças em sua casa, tomando-as a seu cargo; da mesma forma, pouco tempo depois de ter regressado a casa o seu marido obteve igualmente a liberdade.

Também nós podemos alcançar a libertação da mortalidade nas nossas vidas e nas de outros, se negarmos com firmeza que podemos ser mesmerizados ao acreditar que somos mortais vivendo num universo material; e também se nos regozijamos no fato de que estamos, logicamente, totalmente despertos para a realidade de que vivemos num universo espiritual, conscientes de que somos os filhos perfeitos de Deus.

Recordam-se do interessante relato do filho do rei que nunca foi cigano, com o qual iniciei estas páginas?

Apesar de muito apreciar essa história e apesar das bênçãos que ela me proporcionou, esse não é o relato que vos diz respeito. Tenho agora o privilégio de vos deixar a vossa história verdadeira:  Era uma vez o filho do Rei. Era de tal forma obediente a seu Pai, que nunca chegou a se perder nos bosques; nunca foi raptado por um bando de ciganos; nunca cresceu de forma a assemelhar-se a um cigano, nem adquiriu um nome cigano, como nunca aprendeu o idioma desse povo; nunca lhe foi necessário revelar que ele não era um cigano e sim o filho do Rei, tal como nunca foi necessário convencê-lo a identificar-se corretamente, de forma a obter tudo a que tinha direito. Em vez de errar sem rumo pela mortalidade, o homem habita constantemente na imortalidade, em vez de envelhecer na mortalidade, o homem que habita na imortalidade não possui idade; ao invés de ter que se elevar à verdade do seu ser, o homem reconhece sempre ser o filho de Deus; ao invés de ter de aprender tudo de novo sobre seu Pai, o homem nunca deixou de O conhecer, amar, louvar e adorar, tal como nunca deixou de compreender a sua relação com Ele; em vez de se ter de identificar de novo como Seu filho, o homem continua simplesmente a ser o Seu filho bem-amado, em quem “Ele se regozija”, “assentado à direita” de Deus, o Pai todo-poderoso; em, vez de ter de reivindicar novamente a sua herança, o homem jamais deixou de estar inteiramente consciente do fato de que todas as bênçãos de Deus lhe pertencem natural e necessariamente.

A descrição que Paulo fez aos Hebreus acerca de Jesus é a verdadeira descrição do homem: “Sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto feito semelhante ao Filho de Deus.” (C&S 7: 3)


F I M







Dorothy Rieke

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