Talvez você esteja agora imaginando se seria ou não possível conduzir os seus negócios sem planejamento, raciocínio, pensamento humano, etc. Tenha esta certeza: é possível sim. Porém, é necessário que saiba quem você é e o que você é; é necessário que saiba porquê a atividade bem-sucedida se dá sem que haja qualquer raciocínio ou planejamento humano. Este saber não poderá ser ensinado a você.
Entretanto, sua percepção destes fatos se evidenciará como o apagar da suposta pequena mente humana. O apagar do suposto pequeno “eu” pessoal constitui um pré-requisito para que a Autodescoberta seja total.
Observemos, portanto, algumas formas de se anular este suposto “eu”. Eu não poderei lhe dar um método ou fórmula que possibilite erradicar este ilusório pequeno “eu”. Porém, poderei indicar alguns procedimentos que têm sido muito úteis para muitos que estudam este ensinamento. Mas, se tentar empregá-los como uma fórmula, não irão lhe servir.
Como deve ter notado, as revelações de seu Eu ilimitado precisam ocorrer dentro de sua Consciência, e como esta sua Consciência. Esta Autorrevelação ocorre naturalmente, tão logo seja anulado o enganoso pequeno “eu”.
Talvez uma das atividades mais úteis na dissipação do falso “eu” pessoal fosse um auto-recordar constante de quem e o quê você é; fazer o mesmo para recordar quem e o quê você não é. Não estamos, nesse procedimento, utilizando afirmações e negações. Nosso enfoque não cuida de processo de mentalizações. Quantidade alguma de ginástica mental apagará o pequeno “eu” fictício. Mas você poderá focalizar sua atenção sobre quem e o quê você é, sem pensamentos ou ginásticas mentais. Isto não significa que irá ficar mentalmente inativo. Muito pelo contrário, Sua Consciência estará intensamente ativa. Mas não será uma atividade de pensar, de se concentrar ou seguir alguma fórmula mental. Vejamos alguns modos de nos certificarmos de que o seu Eu verdadeiro irá Se revelar, sem que se recorra a qualquer atividade mental humana.
Será bom iniciarmos cada dia com a contemplação. Comece sua contemplação conscientizando que, como um suposto ser humano, você nada pode saber, nada pode ter, nada pode fazer e nada pode ser. Você empregará quaisquer palavras que surgirem em e como sua Consciência. Jamais fará uso de quaisquer palavras como uma fórmula. Raramente as palavras serão exatamente as mesmas em contexto.
Eu considero útil que permaneça sentado tranqüilamente por alguns instantes, considerando a atividade isenta de esforço e de limites que é a deste Universo.
A seguir, eu posso considerar a atividade sem esforço da árvore ao florir e dar seus frutos.
E então, pode ser que eu me descubra dizendo algo do tipo: “Não é glorioso saber que a Inteligência viva, consciente e infinita conduz Suas atividades com tal paz impessoal e com tal poder sem esforços? Estou feliz por saber que minha atividade é este mesmo Todo infinito, agindo como Sua própria Presença e Poder.”
Assim, percebo que o pequeno “eu” ilusório aparece menos em evidência. E é quando eu posso dizer: De mim mesmo, “eu” nada posso fazer. De mim mesmo, “eu” nada posso ter. De mim mesmo, “eu” nada posso saber. De mim mesmo, “eu” nada posso ser. Não é glorioso que, de mim mesmo, “eu” nada sou?
Alguns momentos nesta contemplação silenciosa implicarão uma completa libertação de todo falso senso de responsabilidade pessoal, ou existência pessoal.
Em outras palavras, o “eu” que parecia desejar ser um sucesso, é apagado. Uma vez anulado o suposto pequeno “eu”, minha Identidade divina jubilosamente exclama: Eu sou aquele que EU SOU. Por exatamente ser a Presença do Poder Universal, e o Poder da Presença Universal, eu ajo como o Eu que EU SOU. Eu sou Mente consciente, eternamente cônscio de ser inteligentemente ativo. Eu sou Consciência inteligente, constantemente cônscio de que Eu sou Todo-conhecimento, tudo que é conhecido, e a única Mente que conhece. Eu sou Oniação. Eu sou o Princípio oniativo em incessante e ininterrupta ação sem esforço. Sendo o Todo, apenas aceito que Eu sou aquele que EU SOU, Sendo oniação, apenas conheço a Inteligência consciente que Eu sou, em ação. Sendo Oniação livre de grilhões e de limites, conheço somente o AGORA e o AQUI da Mente oniativa que EU SOU.
Desnecessário seria dizer que nenhum suposto pequeno “eu” pessoal poderia fazer tais declarações. No entanto, elas poderão ser feitas quando este pequenino e ilusório “eu” for anulado.
Como se sabe, somente a Mente que é Deus pode conhecer as coisas de Deus.
A Inteligência que é Deus será requerida para o conhecimento das Verdades contidas nas declarações precedentes.
Desse modo, seria fútil pronunciar estas Verdades se um “eu” pessoal estiver tentando ser alguma coisa de si mesmo. Porém, a contemplação correta apaga este enganoso senso pessoal, fazendo permanecer a Mente que é Deus, que sabe o que Ela é, e declara aquilo que Ela sabe sobre Si mesma.
É o falso pequeno “eu” pessoal que deseja fazer algo de si mesmo, bem como ser alguma coisa de si mesmo. E é exatamente este mesmo “eu” ilusório que deseja ser um sucesso. Ele se autoengana achando ser capaz de ser um sucesso ou um fracasso. Faz planos; em seguida, duvida de sua capacidade para levá-los até o final com sucesso. Ele imagina que deve encontrar as pessoas certas, ou ter pensamentos corretos. Imagina que existem outras mentes capazes de interferir com seu sucesso, ou mesmo destruí-lo. Ele engana a si mesmo com a ilusão de que precisa haver um espaço de tempo entre saber o que fazer e a atividade real em si. Imagina que deve haver um lapso de tempo entre a percepção da atividade, a atividade, e o sucesso completo dessa atividade. Ele parece interferir com o sucesso sem esforço do verdadeiro e único “Eu”. Isto se assemelha à interferência que atrapalha um programa de rádio, caso uma nação com uma poderosa estação desejasse que tal interferência ocorresse. Mas isso tudo é ilusão. O pequeno “eu” deve inevitavelmente se iludir, pois ele é, por sua própria natureza, uma ilusão. Mas este suposto impostor não pode interferir em você. Não pode enganá-lo. Uma vez percebido que ele é não-existente, você poderá viver, se mover e ter todo o seu Ser completamente livre de todas as pretensões de ser uma presença ou poder.
Você é o Eu que EU SOU. Portanto, você não é iludido. Talvez seus dias sejam tão ocupados que você pareça se esquecer, por breve período, que você é o Eu que EU SOU. Você pode inclusive perceber estar tentando pensar alguma coisa, saber, planejar ou fazer alguma coisa de si mesmo. Talvez até chegasse a ser tentado a imaginar ser você algo de si próprio, separado e apartado de Deus.
Contudo, não importa quão ocupado pareça estar. Sempre há a possibilidade de se afastar daqueles que o cercam por períodos curtos, mesmo no mais ocupado dos dias. Será bom dispor de alguns períodos de isolamento, durante cada dia, a fim de relembrar o que você é, e o que você não é.
Naturalmente, você atinge o ponto em que caminha em e como a infinita e impessoal Identidade EU SOU, constantemente. Nesta gloriosa experiência, não necessitará de nenhum lembrete. Constantemente saberá o que você é; e isto significará que saberá também o que todo mundo é.
Todavia, até que esta Mente viva, consciente, ininterrupta se torne uma experiência sempre presente, será útil que se retire para algum local tranqüilo, para trazer frequentemente à lembrança as Verdades gloriosas que você já conhece.
Continua…>
Marie S. Watts
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