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sábado, 28 de novembro de 2015

A CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL COMO LEI










Isto diz o Senhor: Não se glorie o sábio no seu saber, nem se glorie o forte na sua força, nem se glorie o rico nas suas riquezas; porém aquele que se gloria, glorie-se em me conhecer e em saber que eu sou o Senhor que exerço a misericórdia, a equidade e a justiça sobre a terra. (Jeremias 9: 23-24)


Esta citação de Jeremias pode ser transportada à nossa vida prática. Não devemos nos gloriar no mundo dos efeitos - APARÊNCIAS MATERIAIS, caso o efeito apareça para nós como pessoa, lugar, circunstância, condição ou coisa, pois a substância ou realidade não se encontra em nenhum efeito. 

O poder e a glória, a substância e a realidade, a causa e a lei residem no Espírito que produz tudo aquilo que nos aparece como forma, circunstância ou condição. 

Nós temos o direito de usufruir das coisas do mundo, sem permitir que nossa fé e confiança fiquem centralizadas no mundo ou nas coisas do mundo. Nossa fé e confiança devem permanecer no Espírito, que produz, forma e anima tudo aquilo que existe.



NENHUM PODER AGE SOBRE NÓS

O Caminho Infinito ensina que o homem é consciência, e que esta consciência é a causa do corpo, do lar e dos negócios. 

Muitos pensam que o corpo, o lar ou os negócios, estando em desarmonia, indicariam uma situação vinda de fora, que agiria sobre eles. 

Enquanto for aceita a crença de que fora de nós existe algum poder, irá também existir o desejo de entrarmos em contato com um poder do bem que possa atuar em nosso benefício, Se for aceita a crença de que existe uma lei de tempo agindo sobre o nosso corpo e mente, aquilo irá fazer parte de nossa experiência segundo o nosso grau de aceitação. 

Não há nenhum poder separado de nossa consciência capaz de operar em nossa experiência, mas se aceitarmos que tal poder existe e procurarmos entrar em contato com ele, jamais conseguiremos fazê-lo.

O mundo tem orado a Deus por coisas. Isto é tão insensato quanto a atitude de orarmos ao princípio da eletricidade para que ilumine nossa casa. 

Regozije-se, não com as “coisas”, mas regozije-se por compreender e conhecer a Mim, a realidade do ser, seu ser e meu ser, e por entender que aquele Ser é Deus. 

E então será visto quão inútil é a oração que trata com a forma de seu corpo, com seu lar ou seus negócios. Isto, porém, será trazido à sua experiência na proporção de seu reconhecimento e conscientização de que sua própria consciência é a lei e que, externamente a você, inexiste qualquer realidade.

Eu sou a vida eterna. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida... Eu e o Pai somos um.” (João 14:6; 10:30) 

Tudo que é do Pai é meu, pois sou herdeiro de Deus e co-herdeiro com o Cristo. 

Eu e o Pai somos um, e esta unidade constitui a imortalidade, harmonia, graça, alegria e abundância de meu corpo e de minha Alma.

“antes que Abraão existisse eu sou... e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (João 8:58; Mateus 28:20). 

A divina Consciência do meu ser formou-me antes de eu ter nascido. Ela conheceu-me antes que eu fosse concebido. O reino de Deus, da Consciência – aquela Consciência que constitui a minha consciência individual – está agora em meu corpo e em minhas atividades.

Quanto maior for a sua compreensão da Consciência como sendo Deus, maior será sua transparência para manifestar o reino de Deus em suas atividades. 

Deus é onipresente, mas este fato somente se tornará efetivo quando puder sentir conscientemente aquilo como sendo verdade. 

As simples afirmações serão inúteis, pois com elas estará sendo considerado um Deus separado e apartado de você próprio. Estará sendo visto um Deus “lá fora”, ao invés de haver uma compreensão de que a vida, a verdade e o amor são a lei do próprio ser. 

Jesus referiu-se a seu Pai e a meu Pai da seguinte maneira:



Temos um Pai, que é Deus. (João 8: 41)

Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai . (João 14: 9)

O reino de Deus está entre vós. (Lucas 14: 21)

(...) e fará maiores obras do que estas. (João 14: 12)

Como poderia alguém realizar “maiores obras” sem que a mesma Presença e o mesmo Poder estivessem manifestados como o seu próprio ser?

NÃO HÁ PODER SEPARADO DA CONSCIÊNCIA

A cura espiritual se realiza através do silêncio divino, e não por meio de nossos pensamentos. 

Quando você se defrontar com algum pecado, doença, falta ou limitação, observe se de imediato você começa a lutar com aquilo mentalmente. Em caso positivo, o fato de você ficar negando-o, será a prova de que de alguma maneira você estará acreditando em sua realidade. Desse modo, você se tornará uma vítima em conformidade com o seu grau de aceitação.

Se a natureza da ilusão for conhecida, você não mais necessitará levantar seguidos protestos contra ela. 

É muito simples alguém sair dizendo: “Não sou doente”. Se um homem é rico, não ficará afirmando: “Eu não sou pobre”. Quando uma pessoa sai a declarar que não está doente, podemos saber que ela não está se sentindo muito bem, e julga que sua saúde integral será obtida com o emprego de tal declaração. 

O mesmo ocorre quando você diz para alguém não estar passando bem, e recebe como resposta o seguinte cliché: “Isto não é verdade”. 

Caso houvesse, de fato, uma consciência interna de que aquilo não fosse verdadeiro, nem seria preciso chegar a afirma-lo. A ilusão, sendo meramente um crença universal, é irreal. Ela é dissolvida pelo poder do silêncio.

Tanto as negações como as afirmações, por certo tempo, têm sua função, até que nos tornemos receptivos à verdade do ser. Entretanto, ambas deverão ser abandonadas frente ao reconhecimento de que Deus e ilusão não podem coexistir, e frente ao reconhecimento de que as aparências não podem mais nos enganar. 

Se estamos a demonstrar o Princípio como substância, lei e causa, não devemos aceitar a crença de que possa haver uma condição apartada de Deus, ou uma atividade além de Deus, a governar o universo. A posição correta seria a conscientização de que tais condições constituem impossibilidades, mediante um “Obrigado, Pai”, que traduz o reconhecimento da irrealidade de qualquer espécie de problema. 

O estado de consciência que não odeia e nem teme alguma aparência constitui a consciência curadora. Além disso, somente esta consciência será capaz de dizer: “Qual é o seu impedimento? Levante-se, e ande. Não existe poder algum apartado da consciência do seu próprio ser.”

No tanque de Betesda, os doentes e os aleijados permaneciam à espera da ação de um poder que fosse separado e apartado deles mesmos, e que pudesse vir e agir sobre eles, mas se tivessem percebido que todo poder está dentro do próprio ser, teriam se dirigido ao poder da própria consciência, e com tal conscientização não necessitariam mais do tanque. 

Enquanto estivermos acreditando na existência de um poder capaz de atuar sobre nós e separado do poder da nossa própria consciência, nós, também, estaremos no tanque de Betesda, “esperando o movimento das águas”, tendo de esperar por trinta e oito anos, como fizeram alguns, antes que alguém de consciência iluminada apareça para nos tirar dele.

Não é preciso aguardar por uma liberação integral. O necessário e importante é que nos ergamos o quanto for possível para o momento, mesmo que aquilo nos pareça muito pouco ainda. Devemos nos empenhar continuamente para conseguir o domínio disto e assim, gradativamente, a casca da crença será rompida – a crença na existência do poder do mal capaz de agir sobre nós. 

A única ação que há é a mente-ação. Se, neste instante, pudermos movimentar apenas um dedo, vamos então movimentá-lo, conscientizando que o poder e o domínio sempre estão no Espírito de Deus, na Consciência, e nunca no efeito. 

Mantendo essa atitude de aceitar somente este Poder único, e nunca separado de nossa própria consciência, aos poucos chegaremos à compreensão: “Eu sou a Vida, eu sou a verdade, eu sou o poder, em si.”

A idolatria vem a ser a crença de que existe um poder no efeito - em aparências;  é a fé naquilo que possui forma, e até de que o que está aparecendo como coisa externa possui, em si, algum poder. 

O mais importante que devemos conhecer é que somos a causa e não o efeito, e que a totalidade de Deus aparece como o nosso ser. 

Num sentido material não podemos ter quarenta bilhões de “tudos”, mas num sentido espiritual a Totalidade pode até ser multiplicada pelo infinito. 

Por exemplo, um indivíduo poderá ser totalmente honesto e nem por isso irá privar o seu próximo da honestidade. Alguém poderá ser cem por cento leal e sincero e mesmo assim não privará aos demais de apresentar estas qualidades. 

A totalidade de Deus está se manifestando individualmente como você e eu – toda a saúde, toda a riqueza, toda a paz, todo o domínio

O que é verdadeiro com relação a mim e a você deve ser verdadeiro para todo o restante do mundo. 

A Verdade, para ser legítima, deve ser universal. Portanto, como a vida é Deus e Deus é a minha e a sua vida, deve ser também a vida de todos. 

No entanto, as alegrias e frutos dessa grande verdade são trazidos à nossa experiência individual somente na proporção da conscientização pessoal dela, quando é desenvolvido um conhecimento interior de Deus como Vida onipresente.













Um comentário:

  1. Mais um texto maravilhoso de Joel. Eternamente grata por compartilhá-lo, Leila querida!

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