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domingo, 21 de abril de 2019

PÁSCOA : ATRAVESSANDO O “MAR DE CRENÇAS”





Há séculos que o mundo comemora a Páscoa, inicialmente lembrando a saída dos hebreus do Egito e, posteriormente, a ressurreição de Jesus.

Assim, a Páscoa representa a “passagem” dos hebreus pelo Mar Vermelho, o que lhes daria acesso à Terra Prometida. Espiritualmente, qual o significado disso? 

Sabemos que a libertação do homem nada tem a ver com sua localização geográfica: esteja o homem à margem direita ou esquerda do Mar Vermelho, o que o separa da liberdade jamais é algo ou alguém que lhe seja “externo”, nem mesmo quando essa aparência se fizer notar sob a forma de algum “faraó egípcio”.

Do ponto de vista espiritual, a passagem pelo Mar Vermelho simboliza a travessia de um “mar de crenças errôneas”.

“EU SUBO PARA MEU PAI E VOSSO PAI, MEU DEUS E VOSSO DEUS.”  (João 20: 17) 

No versículo acima está contido o segredo da Páscoa: Meu Deus e vosso Deus – UM DEUS ÚNICO! 

Conta a Bíblia que, ao se aproximar a Páscoa, Jesus observou a grande multidão faminta e disse a Filipe, experimentando-o: “Onde compraremos pão, para estes comerem?” 

Logo após, Jesus tomou os cinco pães e dois peixes e multiplicou-os para nutrir cerca de cinco mil pessoas. 

No dia seguinte, a multidão, que estava “na outra banda do mar”, entrou em seus barcos e foi em busca de Jesus. 

Ao recebê-los, Jesus disse: “Vós me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.” 

E, após ouvi-los dizer que seus pais haviam comido o maná no deserto, disse-lhes Jesus: 

“Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.” 

“Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram… Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre.” 

Notamos, nestas passagens, que o mesmo “mar de crenças” separava a multidão de sua libertação. 

Além disso, assim como os judeus seguiam a Moisés, a multidão seguia a Jesus, ambos considerados como sendo pessoas. 

O suprimento parecia lhes vir de fora, na forma de alimento material. 

A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO E A RESSURREIÇÃO DE JESUS CONSTITUEM UMA SÓ EXPERIÊNCIA 

Espiritualmente, a saída dos hebreus do Egito e a ressurreição de Jesus significam a mesma coisa: O DESPERTAR ESPIRITUAL DO HOMEM E O CONCOMITANTE DESAPARECIMENTO DA CONCEPÇÃO MATERIAL DE VIDA. Este é o significado da Páscoa. 

“… MEU DEUS E VOSSO DEUS.” 

O mundo cristão vem sendo ensinado a viver como Jesus Cristo. 

Se para a humanidade isto fosse possível, sem dúvida seria excelente. 

Contudo, jamais um ser humano conseguirá agir ou se comportar como se fosse divino. SOMENTE DEUS É DEUS! 

Assim, mais frutífero do que simplesmente se relatar infindáveis episódios sobre como Jesus encarava as situações à sua frente, será que cada um contemple o sentido espiritual das palavras da ressurreição, para que possa com elas se identificar: “Eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” 

Eis, como havíamos dito, o segredo da Páscoa: O MESMO DEUS QUE ENCARAVA AS SITUAÇÕES COMO JESUS ESTÁ ENCARANDO AS SITUAÇÕES DE HOJE COMO CADA UM DE NÓS. 

Muito mais importante do que o sincero desejo humano de “viver como Jesus” é conhecer o sentido absoluto de suas palavras: O MESMO DEUS, QUE NELE SE FAZIA PRESENTE, ESTÁ VIVO, AQUI E AGORA, COMO CADA UM DE NÓS. 

Este reconhecimento tira dos ombros da humanidade uma responsabilidade que jamais lhe pertenceu, ou seja, VIVER ESPIRITUALMENTE, VIVER DE MODO PERFEITO. Isto é algo que cabe unicamente a Deus. 

DEUS VIVE SUA VIDA DIVINA, ESPIRITUAL E PERFEITA, COMO CADA UM DE NÓS. 

A maneira confusa de se colocar a mensagem de Cristo, isto é, a propagação da ideia de que Jesus, como pessoa, é o modelo a ser seguido, corresponde à ideia frustrante da multidão e dos hebreus de seguir a Jesus ou a Moisés, encarando-os como guias ou provedores externos. 

Se parafrasearmos a mensagem da Páscoa, encontrada nestas passagens da Bíblia, poderemos dizer: 

“Vocês, homens, buscam em pessoas e coisas externas, em guias e mestres, em pregos e cruzes de sofrimento, em manás, em pães e peixes do mundo, e em inúmeras outras aparentes fontes, pela Terra Prometida, pelo Paraíso. 

Em verdade lhes digo: mesmo que pudessem conseguir todas aquelas coisas, ainda conheceriam a “fome”, a “sede” e a “morte”. 

VENHAM A MIM, O EU QUE ESTAVA EM MOISÉS, O EU QUE ESTAVA EM JESUS, O EU QUE “ESTOU” EM VOCÊS COMO CADA UM DE VOCÊS. 

VENHAM A MIM, E SERÃO NUTRIDOS COM O PÃO VIVO QUE DESCEU DO CÉU, E QUE LHES GARANTE A VIDA ETERNA. “EU SOU” A RESSURREIÇÃO E A VIDA. 

NÃO EXISTEM ALIMENTO NEM SUPRIMENTO MATERIAIS

Quando a Bíblia diz: “Aquele que crê em Mim tem a Vida eterna”, e “Eu sou o Pão da Vida”, se fôssemos analisar intelectualmente, concluiríamos ser isto impraticável. 

Todos nós parecemos consumir elementos materiais. Porém, seriam mesmo materiais? O discernimento espiritual nos revela que NÃO EXISTE MATÉRIA. 

Deus, Consciência, aparece COMO a Totalidade da Existência. Consciência, Espírito, dando expressão a Si mesmo e aparecendo como FORMA, eis em que consiste o que a suposta mente humana capta e traduz erroneamente como sendo matéria. 

Na verdade, a mesma Consciência que aparece COMO o nosso Corpo, aparece também em e como a Forma de todos os alimentos, ou de outro suprimento qualquer. 

Eis por que dissemos que “Páscoa é o despertar espiritual do homem e o concomitante desaparecimento da concepção material de vida”. 

“Eu sou o pão da vida; aquele que vem a MIM não terá fome; e quem crê em MIM nunca terá sede” (João, 6: 35). 














Gratidão ao meu amigo Dárcio

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