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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A PORTA DE ACESSO À DIMENSÃO ESPIRITUAL: O MOMENTO PRESENTE






Retirar o tempo da nossa consciência é eliminar o ego. É a única prática Espiritual verdadeira.
 
O que estou propondo é a eliminação do tempo psicológico, que é a preocupação interminável da mente egóica com o passado e com o futuro, sua resistência a entrar num estado de Unicidade com a Vida e alinhada com a inevitável condição de o momento presente ser o que é.
 
Sempre que um não habitual à vida se transforma num sim, toda vez que permitimos  que este momento seja como ele é, dissolvemos tanto o tempo quanto o ego. Para que o ego sobreviva, ele deve tornar o tempo - o passado e o futuro - mais importante do que o momento presente.
 
O tempo é a dimensão horizontal da vida, a camada superficial da realidade. E há ainda a dimensão vertical da profundidade, à qual só temos acesso através do portal do momento presente.

                          ECKHART TOLLE


                                         


Tanto na prática cristã quanto na prática budista, se você não for capaz de alcançar com suficiente profundidade o mundo fenomenal- as formas transitórias, será muito difícil, ou talvez impossível, alcançar a percepção do mundo numenal – a Origem de ser - o permanente


Se você tem consciência de que o ar fresco está lá e se consegue alcançar e usufruir profundamente o ar fresco, você tem a chance de tocar a base do ar fresco. É como a onda alcançando a água. 


A prática de tocar profundamente as coisas transitórias no nível horizontal nos dá a capacidade de alcançar Deus – de tocar o nível numenal ou a dimensão vertical.

Sabemos que a onda é a água e também que a água é a base da onda.

A onda sofre porque esquece este fato fundamental.

Ao se comparar com outras ondas, ela sofre. Sente raiva, inveja e medo, porque não consegue tocar a base/profundidade do ser, que é a água.


Se a onda conseguir tocar profundamente a água, sua base de ser, ela transcenderá seu medo, inveja e todos os tipos de sofrimento.

Alcançar esta suprema dimensão proporciona-nos um imenso alívio.

Temos que praticar na vida cotidiana para que nos tornemos capazes de alcançar a suprema perfeição.

Você pode alcançar a suprema perfeição quando bebe uma xícara de chá ou quando pratica meditação enquanto simplesmente caminha.

Podemos atingir o mundo numenal, ou seja, ter Percepção do permanente - entrando profundamente em contato com o mundo fenomenal  - mundo das formas transitórias.


No budismo, falamos de nirvana. Não julgamos possível falar sobre nirvana porque se trata do nível numenal - Deus - Essência - que está subjacente - onde todas as noções, conceitos e palavras são inadequados para descrevê-lo. O máximo que podemos falar sobre nirvana é que ele transcende todas as noções e conceitos.

No mundo fenomenal -  das formas transitórias - , vemos que existem nascimento e morte. Há chegadas e partidas. Ser e não ser.


No entanto, no nirvana, a base da equivalência a Deus, não existem nascimento, morte, chegada, partida, nem ser ou não ser. Todos estes conceitos precisam ser transcendidos.

É possível alcançar o nirvana?

O fato é que vocês são o nirvana. O nirvana está à disposição de vocês vinte e quatro horas por dia. É como a onda e a água. Vocês não precisam procurar o nirvana em outro lugar ou no futuro. Porque já são ele. O nirvana é o princípio do seu ser.


Uma das maneiras de alcançar o mundo do não-nascimento e da não-morte é alcançar o mundo do nascimento e da morte.

Seus próprios corpos contêm nirvana. Se se aprofundarem bastante nele, alcançarão o princípio dos seus seres. 


Se pensam que só conseguirão alcançar Deus abandonando tudo no mundo, duvido que conseguirão alcançá-lo. 



Se estiverem buscando o nirvana rejeitando tudo que existe em vocês e à sua volta, ou seja, forma, sentimentos, percepção, concepções mentais e consciência, não conseguirão atingir o nirvana de maneira alguma. 

Se eliminarem todas as ondas, não haverá água para tocar.
                                                     
                                                         
                                                             Thich Nhat Hanh







 
 
 
 


 

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