A intensidade do nosso esforço interior determinará a medida, em horas, que haverá em nosso dia para a meditação e o estudo espiritual.
Algumas pessoas não conseguem determinar-se a praticar escalas por mais do que uma hora por dia, ao passo que outras se disciplinam a não parar em menos do que sete ou oito horas por dia.
Há pessoas, também, que não conseguem impor-se o estudo dos princípios espirituais por mais do que alguns minutos ou uma hora por dia. A mente dessas pessoas busca o relaxamento, e não consegue ater-se a esta disciplina especifica. E também há outras que não conseguem mais parar. Tudo depende do esforço interior. Não se trata de condenar ou acusar.
Há alguns que não se adaptam à senda espiritual; há outros que tem capacidade de tocar-lhe as bordas, e isso é o mais longe que conseguem ir. E há, então, os que esforçam mais e mais até atingir a meta da comunhão consciente e da união consciente com a Fonte.
Desde a nossa infância, tudo, sejam os chocalhinhos, as bonecas, os automoveizinhos, a televisão, o radio – tudo nos desvia de nossa meta - que é a percepção de quem somos.
Tudo nos mantém tão ocupados que não encontramos tempo para nos descobrir, e, por fim, perdemos a capacidade de fazer isto.
Inicialmente, a tentativa de encontrar aquela quietude e paz interiores parece separar-nos do resto do mundo. Deixa-nos com uma sensação de solidão, e, de uma forma ou de outra, temos de conseguir sobreviver a esse estágio.
Não é muito diferente do caso de um homem que, na sua determinação de ganhar um milhão de dólares, tem de cortar todas as suas relações normais enquanto se empenha em ganhar esse milhão. Ele acha que, depois de haver ganho os seus milhões, pode voltar ao mundo e voltar a desfrutar dos relacionamentos e companhia de sua vida interior, mas, a essa altura, alguns de seus vizinhos já ganharam dois milhões, e daí ele não conseguirá parar até haver ganho três.
A menos que nos disponhamos a nos separar do mundo e dedicar alguns períodos à descoberta de nosso Eu, naturalmente não vamos ter sucesso em atingir a meta da união com Deus. Mas, tal qual o homem com seu milhão de dólares, achamos que, depois de atingir essa união e comunhão, não estamos satisfeitos até que a tenhamos provado em toda a plenitude. E assim persiste o empenho para estar-se em comunhão com Deus, até que se atinja a perfeita e complexa experiência.
Ao alcançarmos isso, teremos a capacidade de aproveitar o relacionamento com cada ser humano, em toda parte, em nosso nível espiritual. Temos raras e ricas companhias, mas estas geralmente só chegam depois de termos sacrificado as companhias e atividades humanas até atingirmos essa unicidade com a Fonte, descobrindo então nossa unicidade mútua.
Todas as vezes que meditamos, quer sintamos ou não quaisquer resultados diretos dessa prática, estamos nos aproximando cada vez mais de uma verdadeira comunhão com nossa Fonte.
Pensemos na meditação não apenas em termos do que ela fará por nossas vidas, mas também dos frutos que ela pode gerar para o mundo. Cada vez que atingimos, ainda que por um segundo, a comunhão com nossa Fonte, estamos produzindo alimento dessa Fonte, não simplesmente alimento que nos alimenta, mas que alimenta o mundo.
Ao ser alimentados por esse Espírito do Senhor Deus que está sobre nós, podemos alimentar outros, porque os frutos e o alimento espiritual que daí derivam são demais para qualquer de nós individualmente. Há sempre doze cestos cheios que sobraram para o mundo.
Só de uma maneira podem-se arranjar os problemas do mundo e estabelecer-se a paz – se o mundo estiver espiritualmente alimentado. Comungando com a nossa Fonte, geramos o alimento que alimenta o mundo, e daí o que acontece em nossa comunhão interior torna-se o bem do mundo.
Joel Goldsmith
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