Não há outro lugar onde possamos encontrar o Reino de Deus, senão dentro de nós. Todavia, dentro de nós não significa o coração, ou o cérebro, ou a medula espinhal;
Quando fechamos os olhos e nos voltamos para dentro, sentimo-nos envoltos em densa escuridão. É o vestíbulo do Infinito! Aí é que se nos abre a porta que nos conduz ao Reino de Deus, o Reino do Espírito.
O reconhecimento deste fato quase nos põe em condições de “ouvir a pequenina voz silenciosa”, que nos vem de dentro , não de fora.
Vem-nos do ser interno, do centro para a periferia, das profundezas para a superfície de nosso ser. Em tal estado de abertura expectante, compreendemos que “através da consciência”, ganhamos acesso ao Reino de Deus!
No momento em que aprendemos a fechar os olhos e a penetrar, com a atitude correta, no “Vestíbulo do Infinito” – à Sua Graça, às Suas dádivas, ao seu Amor e Vida – inicia-se um processo de enriquecimento de nossa consciência. A princípio não o podemos perceber, porque ainda nos encontramos nos sentidos físicos. Mas com o tempo, pela sincera persistência e anelo de luz, testemunharemos resultados mais profundos. Esses resultados se evidenciam em nossa própria vida: a melhora nos relacionamentos, na saúde, na provisão de recursos, etc., porque, ao ir penetrando em nossa consciência, essa influência espiritual purificadora vai harmonizando e restaurando tudo!
É-nos extremamente benéfico abrir a consciência ao Espírito. Do contrário, Ele permanecerá fora – no sentido de que, ao crer-nos distanciados dEle, isolamo-nos de Sua Graça. Isto responde àquelas perguntas tão frequentemente formuladas: “Por que este pobre cão foi atropelado?” “Por que esta boa pessoa foi acometida de tão horrível enfermidade?” Por que estes jovens são enviados ao campo de batalha, onde serão mutilados ou mortos?”
Ocorre o seguinte: o “homem natural” não vive sob a lei de Deus. O que de bom lhe acontece é, na maioria das vezes, ocasional e efêmero. Mesmo os que nascem com vocação especial e desejam ardentemente cultivá-la, nem sempre o conseguem. Há muitas pessoas de talento que nunca prosperaram, Outras há que merecem reconhecimento do mundo e nunca o receberam. Grande parte do êxito humano é acidental.
Como podemos, então, ficar acima desse reino do acaso, onde estamos sujeitos a toda sorte de caprichos e flutuações? A resposta é: submetendo-nos à Lei de Deus.
Quando cumprimos a Lei, compreendendo a necessidade de entrarmos em sintonia com o Universo de que fazemos parte, erguemo-nos ao plano da Graça, num estado em que a Lei atua em nosso favor; e somos guiados pelo Paráclito prometido por Jesus Cristo.
Mas, ninguém pode fazer isto por nós. É uma escolha voluntária. Temos o direito de descer ou de subir, Mas se querem o meio de consegui-lo, é a meditação, tal como aprendi, cujos resultados comprovei e agora ensino: Inicie, diariamente, suas meditações, durante três ou quatro períodos de no máximo quatro minutos. Algumas vezes bastam dez ou vinte segundos, nos quais procurará abstrair-se dos ruídos externos, e abrir o “ouvido interno”, para escutar os sons que estejam além e acima da faixa dos sons conhecidos. Diga, então, em seu íntimo: “Fala, Senhor, que Teu servo ouve!”
Sinceramente feito, este exercício vai abrindo a porta de nossa consciência, atendendo ao honroso convite do Cristo interno. E Ele entrará, senão logo, algum tempo depois, de modo apenas perceptível por aquelas doces sensações de Algo sublime, que nos põe num estado especial, inspirado, de felicidade.
Mas é comum que, antes de visitar-nos, Ele nos ajude a operar certas mudanças em nossa natureza egoísta e vaidosa. É provável que nos leve a perceber o que Ele diz: “Buscas-me somente pelos pães e peixes. Vai cuidar de teus negócios. Estou triste contigo!” Mas se nos voltarmos a Ele com intenções sinceras e puras, Ele virá sem tardança, mais depressa do que O esperávamos. E Sua influência nos conduzirá finalmente àquela meta atingida por Paulo, quando disse: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!” (Gl. 2: 20).
JOEL GOLDSMITH
Nenhum comentário:
Postar um comentário