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sábado, 31 de outubro de 2015

NÃO RESISTAIS ÁS APARÊNCIAS - 6 - ÚLTIMA PARTE








Quando podemos não ceder à tentação de justificar ou defender a nós mesmos, quando podemos sorrir e dizer: “Se você acredita nisso, sinto muito por você”, e deixar ficar como está, significa que estamos confiando em que o Cristo faça os ajustes necessários e nos traga a justiça que Jesus prometeu: “Por isso, serenai vosso coração, não nos preocupeis com o que tiverdes de responder. Eu vos darei as palavras e a sabedoria, contra as quais nenhum adversário será capaz de negar ou resistir”.



Não temos de planejar antecipadamente o que iremos dizer; não temos de ser espertos advogados de nós mesmos, mas esperar que estejamos diante do juiz, abrir nossa boca e ouvir o Espírito falar em nós.


Aprendamos a sentar quietos, abismados na compreensão de que os “braços eternos” estão imanentes e que nenhuma quantidade de orações os trará a nós – eles já nos envolvem.

Se for necessário como lembrete, sempre que problemas nos forem trazidos para serem solucionados, fechemos nosso olhos lembrando o que Jesus disse a Pedro: “Guarde a sua espada”. 

Todos esses quadros conflitantes que vemos à nossa volta são apenas imagens mentais no pensamento, sombras sobre a tela. 


Temos de aprender a não ficar aflitos quando os olhamos os aparentes problemas, e compreender que não têm mais substância que as figuras que se movem numa tela, e nem mais poder que as balas disparadas no filme e que atravessam a tela da televisão sem quebrá-la. Fazem um grande barulho, mas nada são além de sombras; e um dia, ao olharmos dentro de mente condicionada - que acreditamos ser a nossa, veremos e compreenderemos que é ali que estão tais imagens mentais, ou quadros, que são chamados de vida, e que acontecem dentro e não externamente a ela . 


O que vemos não é o evento em si mesmo e nem as pessoas envolvidas: é o conceito mental que nós criamos, e que faz o papel de evento ou pessoa.

Quando descobrimos que o problema que se nos apresenta não é uma entidade espiritual criada por Deus, mas apenas um conceito mental sem causa ou realidade – sem presença, poder ou substância -, temos então a percepção de Deus como princípio criativo, mantenedor e sustentador de tudo o que realmente é. 

Em breve, temos todo o poder de Deus de que necessitamos, sem termos de nos voltar para Deus a pedir que faça qualquer coisa a respeito. 


Não é necessário superar o ódio, o medo, o ciúme ou o ressentimento, mas é necessário sentar, fechar os olhos e perceber que “há imagens mentais no pensamento. Elas são estados do pensamento, projetados na grande ilusão mental”. E então, na paz interior, são dissolvidos. Não são destruídos, pois que nada há ser destruído; não há substância neles, e eles não têm mais realidade que as imagens na tela da televisão.

De fato, por trás do filme há um quadro real, com substância, assim como, por trás de cada crença, teoria ou quadro falso que nos é apresentado, há uma realidade; porém, tal realidade é distorcida em sua apresentação no quadro, e é essa distorção que é dissolvida assim que a realidade aparece.

A mente condicionada/carnal gera problemas e, às vezes, essa mesma mente pode criar a resposta ao problema; mas não é isso que estamos buscando. 

O que queremos é uma capacidade maior que a mente humana, de modo a não apelarmos para os processos de pensamento, e deixarmos que nossa mente seja um instrumento pelo qual a Alma possa se revelar, a Mente que nos foi dada por Deus - A Mente de Cristo. 


Um problema só pode existir na mente humana. Se fizermos porém o vazio nessa mente, se não mais existir pensamento nela, onde se situará o problema? Não haverá mais o problema e, em seu lugar, surgirá a verdade ou a realidade.

Se, em vez de combatermos o problema, admitirmos que sob todas as aparências esse problema parece esmagador e nos voltarmos para dentro de nós mesmos pedindo que a verdade nos seja revelada, não estaremos tentando superar ou destruir o problema. 

Estaremos apenas tentando compreender – não o problema, mas a realidade por trás dele. Se pudermos ficar perfeitamente quietos e silenciosos, sem tentar superar, destruir, remover ou escapar de qualquer situação ou condição, o Espírito fluirá em nós – e será a liberdade. 


Quando o erro/aparência se nos apresenta em qualquer de suas formas, há a tendência a criar uma parede contra ele; assim fazendo, a oportunidade para dar a demonstração do Espírito se perde, já que nenhuma parede é necessária.

Não erga paredes contra o mal, não construa defesas: compreenda que nenhuma coisa externa tem poder, nem mesmo as coisas boas. 

Todo o Bem está no Espírito, na Consciência, e não naquilo que este produz.

Venha agora comigo para a quietude interior, onde não lançamos mão de qualquer poder para tentar fazer seja o que for. 

Não resistamos ao mal, e deixemos o mal fazer o que quiser, enquanto nós não o negamos e nem o afirmamos. 


Não procuraremos Deus e nem temeremos o mal, mas sentaremos em paz, sem lutas, sem disputas ou batalhas: 


“O Senhor é meu pastor... Ele me faz deitar em verdes campos; Ele me guiou para junto de águas frescas; Ele preparou a mesa para mim, na presença de meus inimigos. Ele realizou aquilo que me é dado fazer... Ele aperfeiçoou aquilo que me inquietava”.

“Eu vivo, me movo e tenho o meu ser em Deus; assim, nada preciso temer; não preciso combater, pois a batalha não é minha.” 

“Onde está o Espírito do Senhor, ali está a liberdade”- sem contendas, só a paz. 


“Paz... deixo-vos minha paz; não como a dá o mundo”, não a paz que vem da destruição dos povos ou países vizinhos, não a paz que vem de possuir quantidades de bombas atômicas, mas “a Minha Paz”.

Aqueles que vivem pela espada, mesmo pela espada mental, pela espada morrerão. Por isso, guarde-a, pare de se defender – em todas as orações, em todas as meditações, em qualquer tratamento, lembre a você mesmo de guardar a espada. 

Quando não mais usarmos as armas humanas, físicas ou mentais, nós relaxaremos, não permitindo que o mundo faça conosco o que quiser, mas permitindo ao Espírito que jaz dentro de nós que assuma e governe a nossa experiência.

O Sermão da Montanha ofereceu-nos uma escolha entre dois modos de vida – a Lei ou a Graça. 

Se escolhermos a lei, teremos provavelmente um pouco mais de facilidade, pois estaremos em conformidade com a prática mais comum, caminhando com a massa, e poderemos temporariamente nos beneficiar de algum modo.  

Por outro lado, se tentarmos viver pela Graça, nos encontraremos em descompasso com este mundo, podendo, temporariamente, sofrer injustiças imerecidas. Contudo, numa análise final, descobriremos que temos vivido sob a Graça de Deus, seu governo e sua proteção.

Em nós se fará a vontade de Deus, não a do homem. E isso é uma vida completamente diferente.









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