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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Cap. 5 - A FALSA HUMILDADE




Há pessoas que dão preferência a ensinamentos relativos do tipo: “O homem é um instrumento ou canal de Deus”. Justificam esta escolha dualista da seguinte forma: “Não posso afirmar ainda que“Eu Sou Deus”, pois, noto em mim inúmeros defeitos. No máximo, consigo aceitar que Deus possa Se servir de mim para executar a Sua obra”. 

Encaramos esse tipo de “humildade” como fuga da prática da Verdade. A Verdade é clara e cristalina: EXISTE SOMENTE DEUS. Assim, expressões tais como “canal”, “instrumento”, “servo” de Deus, não passam de pura ilusão. 

O estudo da Verdade exige inabalável determinação quanto à aceitação da UNIDADE ESPIRITUAL. 

Os que se colocam como “canal de manifestação divina”, muitas vezes, se posicionam numa atitude de total inatividade e desinteresse, sempre à espera de que Deus opere através deles. Por mais nobre que esse tipo de humildade aparente ser, o fato é que ela alimenta a dualidade, e contradiz a Verdade Absoluta, que diz: DEUS AGE COMO O HOMEM.

A “Prática do Silêncio” visa à percepção da existência única de Deus. Conscientes de que Deus age como nós, nenhum espaço irá restar para qualquer tipo de humildade. 

Este texto se destina àqueles que sinceramente devotam a vida à percepção de que exatamente esta “sua vida” é, de fato, a VIDA DE DEUS.

Não existe, espiritualmente, diferença entre percepção e ação. A percepção de que a Vida divina aparece aqui e agora COMO a nossa Vida, é a percepção de que a Ação divina é a nossa ação individual. Mas isso não nos isola nem separa da Ação divina global (Oniação). 

Em outras palavras, a Ação global aparece no “ponto” em que estamos, e age COMO a nossa ação individual. A ação global inclui a “nossa ação”, o que equivale a dizer que “nossa ação” está integrada ao Todo, assim como a “ação da onda” está integrada à “ação do mar”.

A nítida percepção da UNIDADE UNIVERSAL é fundamental para que o estudo da Verdade não se restrinja ao campo de simples teoria. 

Como ser humilde ou arrogante, com a percepção de que TUDO É UM? Impossível! Da mesma forma, desfaz-se a crença em seres mais ou menos evoluídos, em mestres e discípulos, em passado, presente e futuro. TUDO JÁ É! A Consciência infinita é o que EU SOU.

Outra forma habitual de se colocar a falsa humildade está em se afirmar que o homem possui em seu interior a natureza divina, dando a entender que possa haver um exterior humano. Mais uma vez, a compreensão de que TUDO É UM, sendo Deus este UM, revelará a falsidade desse tipo de consideração, ou seja, INTERIOR E EXTERIOR SÃO UM.

Cabe aqui darmos um esclarecimento: não julgamos mal-intencionados os ensinamentos que empregam o dualismo que acabamos de citar; mas, certamente os que aceitam esse tipo de colocação não perceberam plenamente que a LUZ DIVINA constitui o Universo inteiro, e que “eles” estão necessariamente integrados a essa Luz como ELA PRÓPRIA, de forma integral, perene e contínua. 

Se houver de fato o DESPERTAR (Percepção da Unidade), a pessoa saberá SER ELA PRÓPRIA A VERDADE, e que o mesmo se aplica à totalidade do Universo, que é UNO.

Problemas de difícil solução para os especialistas humanos de terapias mentais, que envolvem complexos de inferioridade, auto-estima, culpa, timidez, ciúme, dificuldade de relacionamento, são facilmente resolvidos através da compreensão absoluta de que TUDO É UM, TUDO É DEUS. A natureza ilusória de todos estes problemas logo acaba sendo percebida.

O conceito de que Deus é um Ser superior pode ter cumprido alguma finalidade didática em alguns ensinos religiosos. Lembremo-nos, contudo, de que este conceito é mero conceito. O mesmo se dá com as expressões “Força interior”, “Cristo interno”, e outras: cumprem temporariamente uma finalidade didática, mas são infiéis à Verdade.

HÁ UM UNIVERSO INTEIRO, VIVO, FLUINDO AQUI E AGORA, E ESTE É DEUS, IGUALMENTE PRESENTE EM TODA PARTE, E OCUPANDO, COM SUA ONIPRESENÇA, A TOTALIDADE DE SI MESMO.

Como devemos lidar com o linguajar dualista, ao lermos livros e ao ouvirmos palestras sobre a Verdade? Assim que a expressão for lida ou ouvida, devemos anular mentalmente a “parte dualista”, reconhecendo imediatamente que Deus é a TOTALIDADE DO NOSSO SER, AQUI E AGORA. 

Assim, não existe “Força interior”, mas sim a FORÇA ONIPRESENTE E ÚNICA, QUE EU SOU; não existe “Cristo interno”, mas a DIVINDADE ONIPRESENTE E ÚNICA, sendo a TOTALIDADE DO MEU SER. Esta simples identificação imediata com a TOTALIDADE DIVINA apagará o hábito comum da mente ilusória, que é o de acreditar em separatividade, quando, na verdade, TUDO é eternamente o INDIVISÍVEL UM.

EU SOU DEUS

O Universo é UNO. Não podemos continuar a encará-Lo com expressões que ressaltem o dualismo. 

O Universo é Deus, e Deus está sendo VOCÊ, aqui e agora. Esta Verdade é absoluta e universal. Assim como a atmosfera está sendo o ar que respiramos, Deus está sendo o nosso Ser aqui e agora. O tempo e o espaço não existem! EU SOU DEUS! Jamais vacile em declarar esta Verdade! Deixando de lado a crença de humildade, a crença de que há o “Eu Superior” e o “eu inferior”, assuma conscientemente a SUA ÚNICA IDENTIDADE, ciente de que Esta é a Consciência Iluminada divina e infinita.

“Não seria pretensioso afirmar que EU SOU DEUS? Não seria o máximo do complexo de superioridade partir de algo tão absoluto?” NÃO! DEVEMOS SEMPRE PARTIR DA VERDADE! 

A palavra “superioridade” pertence ao vocabulário humano, e é dualista. Quando afirmamos “EU SOU DEUS”, estamos INCLUINDO o Universo inteiro nessa declaração. Por exemplo, se cem pessoas estivessem à nossa frente, enquanto fizéssemos silenciosamente este reconhecimento, seria o mesmo que as estivéssemos vendo todas a fazer a mesma declaração “conosco”. Na verdade, o Universo inteiro SABE que ELE É DEUS; E SABE QUE CADA UM DE “NÓS” FAZ PARTE DELE. Esta compreensão equivale à percepção de que a expressão “EU SOU DEUS” somente pode ser pronunciada se for UNIVERSALIZADA. 

Somente com esta “visão global” da universalidade da Verdade é que percebemos a veracidade desta expressão. 

Afirmemos, pois, “EU SOU DEUS”, sem falsa humildade, conscientes de que esta Verdade Absoluta é universal, válida, aqui e agora, também para cada um de “nós”.






GRATIDÃO AO MEU AMIGO DÁRCIO

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