O “despojar-se do velho homem”, que na “Prática do Silêncio” significa contemplarmos unicamente o Cristo, a Verdade que somos, poderá, muitas vezes, nos exigir a “prática do perdão” em suas “setenta vezes sete vezes”, como disse Jesus. Isto quando a “crença coletiva” se mostrar muito “agarrada” a nós, com suas ideias mesméricas de desavenças, tentando nos atrapalhar em nossas próprias contemplações absolutas.
Perdoar é dar como “não acontecido” o suposto fato causador de qualquer desarmonia ou desavença no “mundo de aparências”.
Este “perdão” deve ser de total abrangência e, nesta própria abrangência, o “velho homem e seus feitos”, isto é, o suposto ser humano, que se faz passar por nós, deverá estar incluso para ser, também, perdoado!
O “perdão”, assim visto, age como mais um reforço para que este “eu ilusório” seja anulado! Isto porque enquanto ele, como crença, “viver em nossa lembrança”, como vítima ou causador de supostas “desavenças”, nos deixa aparentemente com a “casa dividida”, isto é, de um lado reconhecendo o Cristo como nossa identidade, e, de outro, retendo, esta “lembrança de conflitos com pessoas”, que só dificulta a identificação com a Paz do Absoluto.
O “perdão”, portanto, é excelente arma para que desmantelemos estas crenças pegajosas. O “perdão” poderá conter ideias com o seguinte teor central: “Perdoo a todas as pessoas, e perdoo a mim mesmo, por ter-me deixado envolver com crenças em atritos e desavenças pessoais do mundo. Agora minha mente está clara! Vejo a Verdade de que a harmonia infinita reina entre todos os seres. Somos todos um com Deus, sendo, portanto, a harmonia a realidade única, infinita e permanente”.
Se durante este reconhecimento alguma pessoa lhe surgir espontaneamente na lembrança, faça a meditação especificamente para reconhecer sua unidade com ela; caso não lhe venha ninguém à memória, não rebusque “trevas” para encontrar “luz”; considere que perdoou incondicionalmente a si mesmo, e a todos os demais com quem teve contato, e, sinta-se inteiramente aliviado, praticando o “Silêncio” totalmente imerso na percepção de que DEUS É TUDO, INCLUSIVE VOCÊ.
Num artigo da Ciência Cristã, William C. Coffman escreve o seguinte: “Quando ficamos tentados a fazer uma realidade do erro cometido por outra pessoa, estamos, sem o saber, alinhando-nos do lado do erro. Alguma crença na realidade do mal, que ainda não foi resolvida em nossa consciência, talvez nos disponha a crer que o erro de outrem é realmente a individualidade dessa outra pessoa.
Resolve-se um problema humano, isto é, anula-se o erro, mediante o trabalho mental diário que se faz para si mesmo: e, nesse trabalho, acha-se incluído o deslindar em nosso próprio pensamento as tramas do sentido material”.
Em suma, o principal é o Autotratamento, a nossa percepção plena de que a Onipresença de Deus exclui a possibilidade de existir qualquer outro fato, condição ou pessoa fora da Perfeição Absoluta ou fora da Oniação divina.
“Em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” – esta Verdade deve permanecer em nós, enquanto n’Ela permanecemos, pois qualquer desvio deste princípio absoluto será pura e unicamente ILUSÃO.
A força de vontade e o anseio de vivermos bem com todos, apesar de louváveis e sempre serem desejáveis, não nos farão cumprir este objetivo absoluto de modo pleno, pois, sempre restará um senso de que somente “passamos por cima” de algo, o que não é o “perdão” verdadeiro. Mas são passos iniciais e benéficos a serem dados antes das “contemplações”. Será nelas que a “ilusão” de que há “pessoas”, ou de que há “desavenças entre pessoas”, será dissolvida pela ação divina; e, caso você sinta dificuldade para meditar e deixar que isto aconteça, “entregue a cena a Deus”, e fique “testemunhando” a ação divina, pelo reconhecimento: “O Pai, em MIM, dissolve o “inexistente”, supostamente visto pela mente em ilusão”. Isto não é dualidade, mas um artifício, para que a “ilusão” fique sem qualquer apoio mental e se dissolva pela ação do Cristo, que é a ação do Pai sendo VOCÊ”.
GRATIDÃO AO MEU AMIGO DÁRCIO
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