“Quem me vê a mim, vê o Pai”
(João, 14: 9),
Quando Jesus disse: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (João, 14: 9), longe estava de dizer que aqueles que o viam como um nazareno, filho de Maria, estariam vendo Deus!
“Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou” (João, 8: 58), disse ele, identificando-se como Deus e, ao mesmo tempo, como um ser “além das aparências”. Que era o humano ser, nascido de Maria? Um conceito mental, a “crença coletiva”, ou seja, uma ilusão!
O “Referencial do Cristo” é o verdadeiro ponto de vista sob o qual a Existência deve ser reconhecida e considerada.
“Vencer o mundo”, portanto, é vencer este “referencial da mentira”, que coloca Deus em Sua perfeição Absoluta, e, ao lado, a toda a humanidade na “crença de imperfeição”.
Este referencial falso ficou tão impregnado e aceito genuíno, que, aparentemente, transformou um emaranhado ilusório de crenças falsas em suposta “vida material”, que hipnoticamente engana a todos! Jesus, eu, você, todos os demais, não somos os “vistos nas aparências”. É preciso romper com esta aceitação hipnótica de vez, entendendo, realmente, que “quem nos vê, vê o Pai”. DEUS É TUDO!
É comum alguém admirar seres que se mostram humildes, mas, não no sentido verdadeiro e espiritual de “humildade”. Enviaram-me um artigo que circula agora pela Net, onde um jovem, seguidor do catolicismo, elogia e enaltece o Papa Bento XVI por ter ele dito, em sua renúncia, também se achar uma pessoa “cheia de erros”. Este elogio feito pelo rapaz a esse tipo de “humildade” está agora rodando o mundo, sendo passado às igrejas, e delas ao povo!
Entretanto, se ao mundo isto se mostra como sendo “humildade”, espiritualmente falando, não é a humildade verdadeira, pois leva o homem a se identificar com “este mundo”, com o que lhe mostra a “mente carnal”, e com o que DEUS NÃO CRIOU.
Do Gênesis ao Apocalipse está revelado que “as obras de Deus” estão prontas e são permanentes! NELAS, SIM, ESTAMOS TODOS INCLUSOS COMO A VIDA ETERNA DE DEUS!
Julgar-se pela carne, dizer-se cheio de erros, e dar este exemplo ao mundo, pode até ser humanamente visto como louvável e elogioso aos olhos do mundo; entretanto, não é este o enfoque de Cristo com relação à humildade!
Nunca vimos Jesus em autodepreciação , mas, sim, em anulação da “aparência humana”: “As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em MIM, é quem faz as obras” (João, 14: 10).
Somos o que está “por trás” das “aparências”; portanto, jamais devemos nos julgar por elas!
A humildade verdadeira reconhece unicamente DEUS EM CENA, pela negação total do suposto “velho homem e seus acertos ou erros”, de forma que possamos aceitar e reconhecer a presença do CRISTO sendo o SER QUE SOMOS!
“Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, segundo a IMAGEM DAQUELE QUE O CRIOU (…) onde CRISTO É TUDO EM TODOS “ (Col. 3: 9-11).
Se formos elogiar quem “se diz com erros”, o elevado padrão do Evangelho, que revela o CRISTO em nós, a Verdade de nossa Unidade com Deus, ficará comprometido! Além disso, esta falsa visão do Evangelho de Cristo atuará como “exemplo indevido” ao mundo, ou seja, a pessoa agirá como agiu o Papa, vendo-se cheio de erros, e, ainda ficando conformado com isso, acomodado à ideia de que, “se até mesmo o Papa está cheio de erros”, eu, com os meus, estou plenamente justificado!”
O Papa Bento XVI não está “cheio de erros”, mas apenas de um: julgar-se pela carne! E está sendo aqui citado não como alvo de crítica, mas tão somente para ilustrar o que se chama “falsa humildade”: tomar “aparências” como referencial.
Jesus deixou bem explícito: “Não vos chameis mestres, porque um é o vosso Mestre, que é o Cristo” (Mateus 23: 10). Estava explicando o “padrão divino” da Existência!
A visão que Deus tem de nós todos, que somos “emanações preciosas do Seu Verbo”.
O Evangelho revela a “visão aberta” dos discípulos, quando viram “Jesus transfigurado”. Esta Visão é a real Visão de todos nós, a Onivisão, que não nos vê ou julga “pela carne”, mas, pelo “juízo justo”.
Na “Prática do Silêncio”, feche os olhos para “este mundo”, e diga a si mesmo: “AQUELE QUE ME VÊ A MIM, VÊ O PAI!”
Contemple-Se como Luz do mundo, como “um com o Pai”, como “Sal da terra”.
Se “alguém”, iludido pela “mente carnal”, olhar para você, vendo-o como um ser humano, com acertos e erros, impersonalize a ILUSÃO! Lide internamente com a “falsa sugestão”, e reconheça: “Esta pessoa não é quem aparenta ser; é a ILUSÃO se mostrando como pessoa! O “Cristo”, em Mim, reconhece unicamente o “Cristo” sendo ela!”
É desse modo que “aquele que vê a mim, VÊ O PAI” – EM SI MESMO E NO SUPOSTO “OUTRO”. Na Verdade, tudo é UM, tudo é DEUS!
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gratidão ao meu amigo Darcio
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