Há apenas um meio de possuirmos todas as coisas: consiste em penetrarmos no Reino do Coração, pois nele todas as coisas já nos pertencem.
Os chamados “intelecto”, “mente” ou “carne” representam aquilo que não tem qualquer proveito.
A palavra “coração”, no sentido usado em todas as Escrituras, refere-se ao Real e Verdadeiro – Consciência e Vida divinas.
Trabalho e esforços mentais, aqui, não têm lugar. Associados ao coração estão o amor, a simplicidade e a receptividade espirituais.
“Eu te perguntarei, e tu me farás saber”.(Jó 38:3).
Todos deveriam fazer uma pausa e verificar se estão se identificando com a mente humana e pensamento humano ou com a Mente Divina e Suas percepções.
Pelo pensamento, ninguém pode conhecer a Mente Divina, ouvir a “pequenina voz suave” ou receber a Revelação divina.
Somente o coração pode ver, saber e aceitar que existe apenas uma Mente.
Não há relação alguma entre a chamada “mente humana” e a Mente Divina.
O cultivo ou espiritualização do pensar de alguém jamais transmutará a mente pessoal para a imaculada e eterna Mente Divina.
Qualquer prática voltada a purificar sua mente, eliminando pensamentos errôneos e substituindo-os por corretos, conduzi-lo-ia à escravidão e a obrigação.
Sua real necessidade é conhecer que ele, de si mesmo, não possui mente alguma.
“Quem perder a sua vida (o senso de mente pessoal), a achará (encontrará Mente real sendo a única e a sua Mente)”(Mateus 10:39).
A Mente verdadeira é sempre o Reino do coração.
Cada pensamento dessa Mente existe como Onipresença, disponível instantaneamente.
Aquilo que é completo e perfeito é a Verdade, estabelecida como uma Realidade eterna.
Necessária não é a espiritualização da mente pessoal e seus pensamentos; pelo contrário, essa prática precisa ser descartada e abolida.
O fracasso e a frustração provêm de se dar atenção a uma “mente” que não tem existência em Deus ou na Realidade e, portanto, que não tem existência alguma.
Voltando-nos por completo à Mente Divina por nossa Luz e Entendimento, descobrimos que Ela cuida de tudo. Assim, ficamos sem nenhuma vontade própria, mas com a Mente e a Vontade de Deus.
Santo Agostinho, deixando completamente o senso humano de lado e encarando a Presença interior, clamou: “Eu de Ti nada peço, nem mesmo o Teu amor… Desejo unicamente a Iluminação divina”.
Com o coração, sempre há facilidade para que sintamos o Um, amemos o Um, adoremos e nos deleitemos no Um – há facilidade para que tenhamos fé, confiança e certeza de que Deus, o Um, é Tudo.
Você não possui nenhuma mente pessoal própria para instruir ou ser instruída.
“Não pode a árvore boa (A Mente Divina) dar maus frutos (pensamento errôneos), nem a árvore má (crença em mente pessoal) dar frutos bons (pensamentos puros)” (Mateus 7:18).
Dirija-se ao seu coração, e ali partilhe da Glória inestimável da Luz Divina. O coração deve ver e experienciar a Luz do Ser espiritual.
“O Senhor não vê como vê o homem. O homem vê a aparência exterior (mente), porém o Senhor vê o coração”(I Samuel 16:7).
“Ninguém pode servir a dois senhores”(Mateus 6:24).
Acreditar em duas mentes acaba sendo falta de percepção de que existe somente UMA.
Chegar a crer em mais uma terceira, a mente mortal universal, significa crer numa entidade e num poder desconhecidos da Mente Divina.
“Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações”(II Coríntios 4:6).
“Para que Cristo habite nos vossos corações”(Efésios 3:17).
“Consultai no travesseiro o vosso coração”(Salmos 4:4).
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida (Provérbios 4:23).
“Dar-lhe-ei coração para que me conheçam, que eu sou o Senhor – porque se voltarão para mim de todo o seu coração” (Jeremias 24:7).
“Não se turbe o vosso coração” (João 14:1).
O Perfeito, O Divino, O Espiritual, todos estão ligados ao coração, como também a Visão, a Exaltação, a Iluminação, a Revelação e a Consciência Cósmica.
“O lugar secreto do Altíssimo” – este, também, é o Reino do coração.
Obviamente, a palavra coração, aqui, não tem qualquer significado físico, mas puramente espiritual.
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”(Mateus 5:8).
Aqui, a Glória Cósmica incandesce.
LILLIAN DEWATERS
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