Não temos de nos livrar ou sobrepujar a mente carnal, nem de destruí-la; temos só de compreender que nossa mente é um instrumento perfeito da Alma, e isso nos acontece quando preenchemos a nossa mente de graça e verdade espirituais.
Quando nos deparamos com um problema em qualquer nível, devemos lembrar em primeiro lugar que a substância do Universo visível é a mente incondicionada, o instrumento do Ser puro e imortal, da Essência, da Substância e realidade, e que suas formações são também incondicionadas, pois são a mente em si com aparência de forma finitas.
A mente sem condicionamentos, não tendo as qualidades de bem e mal, é a substância de tudo o que é visível, e tudo o que há é tão incondicionado quanto a mente, que é sua base.
Se isso não fosse verdade, seria impossível para o nosso estado de consciência produzir mudanças no chamado universo material.
Aqueles que testemunharam ou vivenciaram de fato a cura metafísica e espiritual sabem que o praticante pode estar em qualquer lugar, até a milhares de distância do paciente e, apesar disso, ser o instrumento pelo qual se reduz a febre, se desfaz um tumor ou se restaura um pulmão devastado. Isso ocorre porque, quando o praticante atingiu a quietude suficiente da mente para tornar-se transparente a Deus, as condições do corpo mudam.
Nossa consciência dessa verdade é a lei da harmonia; e assim, se formos chamados a ajudar alguém que tenha febre, e se lembrarmos que a mente (incondicionada) é a substância de toda forma visível, e que essa crença universal em dois poderes antagônicos não funcionam por ser “braço de carne”, ou seja, nada, e então a febre desaparecer, saberemos que a nossa consciência de um poder único, que podemos chamar de “não-poder”, produziu a cura, como lei de harmonia.
Observaremos que nossa mente, funcionando como um instrumento de Deus, produziu um efeito sobre o que chamamos corpo ou matéria, e compreendemos que a substância da mente e da matéria são uma e a mesma substância.
Essa é a razão por que a mente pode afetar a matéria, ou seja, a verdade dentro da consciência pode afetar a matéria.
A mente por si mesma é incondicionada, mas a raça humana aceitou a crença do bem e do mal e produziu efeitos bons tomando o bem dentro de sua mente, e efeitos ruins assumindo o mal dentro de si.
A mente, incondicionada, eterna e infinita, é a substância do ser, do corpo, dos negócios, da indústria, das finanças, da arte e da literatura.
Essa mente e suas formações não são nem boas nem más: são o ser eterno e incondicionado, e aquilo a que nós assistimos é uma condição ou circunstância errônea, não da mente ou de suas formações, da crença universal do bem e do mal, que é o chamado diabo ou mente carnal.
Contudo, não existe de fato tal coisa que chamamos de mente carnal, porque só há uma mente, e que é incondicionada. Não é mortal, não é humana, não pode ser nomeada, descrita ou analisada.
O que nós chamamos de mente carnal é meramente a crença em dois poderes, e, quando reconhecemos isso, podemos parar de combater o erro, tentar superá-lo ou removê-lo. Nunca tente se proteger da mente carnal ou mortal.
A natureza de qualquer trabalho de proteção deverá ser a descoberta de que não há dois poderes, e por isso tudo o que se tem a fazer é se proteger da crença em dois poderes.
Quando você começar a perceber que a mente é incondicionada, seus pensamentos nunca se voltarão para o tema do bem e do mal. Você estará apenas vivendo cada circunstância da vida como ela se apresenta.
Isso não significa abandonar o mundo: significa estar no mundo mas não ser do mundo, vivendo cada experiência sem a ela se apegar se ela nos parecer boa, e sem tentar fugir dela se nos parecer ruim. É um viver o desapego às coisas. É apenas quando tentamos segurar algo ou alguém, ou tentamos nos afastar de alguém ou de uma condição, é que ficamos ligados.
No momento em que você pensar na mente como algo separado, afastado da mente una e incondicionada, você estará errando. Mas, quando começar a entender que só há uma mente, nunca fará algo que não esteja de acordo com a lei de Deus. Nunca será a sua ou a minha vontade: será a vontade de Deus.
Ao abandonarmos a vontade pessoal/desejo, essa mente incondicionada pode operar em nós e por meio de nós.
O tanto que condicionarmos nossa mente com as crenças no bem e no mal é o quanto traremos de bem e de mal, na proporção de nossa crença.
Assim como o homem se torna convencido em seu coração, assim será com ele. É tudo uma questão de condicionamento, e você pode condicionar a si mesmo para o bem ou para o mal.
Quando porém deixar o reino dos condicionamentos, você estará no reino daquela mente em que estava também Jesus Cristo.
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