Você poderá jogar fora todas as preocupações e nunca mais ser uma noite insone, se puder ter a convicção de que não há nenhuma coisa boa ou má em si mesma.
Nesse estado de consciência não haverá nada para preocupá-lo ou para mantê-lo acordado, nem nada de que se regozijar.
É verdade que vivendo desse modo perderá algumas das emoções e excitações da vida humana. Isso não significa, contudo, que não deva continuar a se regozijar com as flores ou com a música e com tudo o que há de belo no mundo. A única diferença é que você não se tornará excessivamente exaltado com isso. Você será mais que recompensado por essa perda de excitação pela perda das preocupações que experimentará.
Terá então percebido não haver qualidades boas ou más em pessoal ou em coisas; e, se você não lhes emprestar tais qualidades, essas não existirão.
Qualquer que seja a aparência, será apenas algum tipo de forma, nada a não ser um vazio à sua frente, até que você decida em sua própria mente que tal coisa é bonita ou feia, que tal pessoa é boa ou má, ou que o seu cachorro é fiel e que o cachorro do vizinho é uma peste.
Pelo fato de nossas mentes - PENSAMENTOS terem se imbuído da ignorância típica das crenças humanas, preenchidas de condicionamentos educacionais e ambientais, conhecimentos psicológicos e médicos, nós não vemos as pessoas e as coisas como elas são.
Nós as vemos como elas parecem ser, julgamos pelas aparências, e sofrendo desse modo as conseqüências de tais julgamentos.
O meio de livrar nossa mente da ignorância da superstição e do medo é voltar para o Éden, onde não há o conhecimento do bem e do mal, onde perde-se a preocupação sobre estarmos nus ou vestidos, ou seja, a preocupação de sermos pobres ou ricos no momento, de termos virtudes ou falhas humanas ou de sermos felizes ou infelizes.
Comecemos a partir deste momento particular, e deixemos nosso desenvolvimento espiritual com a compreensão de que, se Deus é o princípio deste universo, ele é perfeito.
Uma estrela é uma estrela. Uma rosa é uma rosa; um cão é um cão; e uma lua é uma lua; não nos permitamos chamá-las de bons ou maus – chamemo-os com os seus nomes: estrela, rosa, cão, lua. E acharemos a revelação divina de suas naturezas, seu lugar certo e funções que desempenham em nossas vidas.
Tudo o que há no universo emanou de Deus, mas o homem se desdobrou em muitas invenções. O homem virou e distorceu a realidade espiritual da criação de Deus para fins destrutivos, e até a gloria do átomo tornou-se o horror da bomba atômica. O homem fez isso, não Deus – Deus deu-nos os princípios que nos capacitaram a voar pelo ar, mas o homem utilizou esses princípios como instrumentos de devastação; e, na medida de sua distorção mental das ideias de bem e de mal, as bênçãos da idéias vindas de Deus tornam-se o túmulo para milhões de pessoas.
Contudo, quando não há traços de bem ou intenções de mal em nossa mente, essa mente não condicionada- QUE É A NOSSA MENTE REAL E DIVINA torna-se um instrumento por meio do qual vertem esses princípios em toda a sua pureza, harmonia de perfeição.
Na medida em que mantemos nossa mente livre de julgamentos, ela funciona sem preconceitos, e assim, quando os princípios da Vida vêm a se expressar, fazem-no como o fizeram por meio de Einstein, como uma pura lei.
De modo semelhante, quando o Espírito permeia a mente dos praticantes com coração de criança, estes assentam em silêncio, sem julgamentos – sem tentar se livrar de uma doença, não tentando superar o pecado e não tentando destruir o medo, mas apenas sentando no vazio da Graça de Deus. A verdade os atravessa em sua pureza, e o paciente diz: “sinto-me melhor” ou “eu fui curado”.
O que a humanidade criou e perpetua foi o par de opostos – a crença de que as flores são boas e a erva daninha é má, de que o pintarroxo é bom e os insetos na roseira são maus.
Se, contudo, não nos iludirmos sobre a aparência tanto boa como má, que não passa de um velho clichê metafísico, não julgando mal, mas reconhecendo que tudo o que existe é pura Alma se expressando de modos infinitos, quem sabe até os insetos da roseira achem o seu lugar correto, onde possam ter uma função não destrutiva. Mesmo as chamadas pessoas más do mundo começam a servir a bons propósitos – induzidas ou espontaneamente.
Aproxima-se um tempo em que o mal não mais achará como se manifestar em pessoas, pensamentos ou coisas.
Ele será empurrado para fora da terra, pois esta será tão cheia do conhecimento do princípio de um só poder, que o mal não terá nenhum canal de expressão. Será podado tão rapidamente quanto mostrar sua cabeça, por esse poder invisível que permeia a Consciência.
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