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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

E ONDE ESTÃO OS NOVE?




Este suposto mundo visível desconhece a Realidade.
 
Um erro comum, cometido por sinceros estudantes da Verdade, costuma ser o seguinte: querer alterar o mundo das aparências através do conhecimento da Verdade. 

Eis por que é de importância capital a percepção da existência única da Realidade. 


Vivemos num Universo espiritual, e não há nenhum outro mundo além deste.
 
O Evangelho de Lucas registra a passagem da cura de dez leprosos. 

“E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz, e caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. 

E, respondendo Jesus, disse: 
Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? 
E disse-lhe: 
Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” 
(Lc. 17: 15-19).

 
Em Hebreus, 11:1, encontramos: 
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” 

A Consciência divina, por somente contemplar a Realidade Perfeita, dispensa todo tipo de fé. 

Os dez leprosos foram curados. Se apenas um foi salvo pela fé, e os outros nove? 
Como se curaram? 

A fé é dualista: 
admite a Realidade e a aparência. 

A fé produz mudança de aparência, e pode não revelar a Realidade divina subjacente à crença. 

O samaritano voltou para dar glória a Deus. 
Isto significa que ele, apesar de curado, se via como um ser apartado de Deus. 
Sua gratidão era por ter visto a aparência de doença ceder lugar à aparência de corpo limpo! 

Teria ele discernido o próprio Corpo divino e imutável, que jamais esteve doente e que, em vista disso, jamais poderia ser curado? 
“E onde estão os nove?”


Quando aparentemente nos solicitam ajuda, não devemos aceitar a existência de um ser humano necessitado
Todos os supostos solicitantes de ajuda estão em nossa Consciência iluminada. 

Não é preciso que eles retornem para glorificar a Deus, já que todos são a própria individuação de Deus. 

Apenas um estrangeiro - uma ilusão - poderia aceitar a ilusão de ter sido doente um dia e, posteriormente, curado. 

Para a Mente do Cristo, “os nove” somente poderiam estar em Sua própria Consciência iluminada, integrando 

ETERNAMENTE a Onipresença e a Perfeição divinas.
 
Se percebermos que nossa Consciência única é iluminada, e que Ela abrange o Infinito, jamais aguardaremos informação sobre “resultados” de nossas supostas meditações de ajuda. 

Deus é Tudo; não existe o mundo das aparências com seus problemáticos “habitantes”. 

Onde estão, na verdade, estes seres? 
Em nossa Consciência Crística, na Perfeição Absoluta, aqui e agora!
 
Esta passagem mostra que não devemos criticar aqueles que se sentem agradecidos pela ocorrência do que, para eles, seria um milagre. 


“Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” 
Esta frase, como dissemos, revela que a pessoa somente pôde observar a mudança de aparência, pela fé, sem que houvesse a percepção de sua verdadeira Identidade (Deus). 

Obviamente, aos olhos do mundo, a gratidão sempre é incomparavelmente mais apreciada e aceita do que ingratidão ou indiferença, diante dos “milagres” ou “graças recebidas”. 

Entretanto, o mundo visível (com suas supostas mudanças de aparências) é NADA! 

Esta é a percepção que exclui a gratidão; esta é a percepção que, em si, já é a GLÓRIA DE DEUS; E, ESTA É A PERCEPÇÃO DE “ONDE ESTÃO OS NOVE”





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