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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O JULGAMENTO PELAS APARÊNCIAS DE BEM E MAL É QUE TIRA A PERCEPÇÃO DE UNIDADE COM DEUS






Após bastante experiência lutando contra qualquer forma de erro que possa, razoavelmente, ser imputado à raça humana, e após ter visto uma boa parte de erros ser reduzida a nada pela simples descoberta da não-existência de bem e de mal, já que só Deus É, atingimos a condição que nos permite ter convicção suficiente para responder ao nosso Pilatos particular, nos termos de Jesus, o Cristo: “Não terias nenhum poder sobre mim, não fosse aquele que te foi dado do Alto”.



Ao longo de meus anos de trabalho de cura aprendi que a falha na cura se dá na medida em que eu aceite a pessoa ou situação como boa ou má. 

A cura ocorre com a percepção assim expressa: “Isto não é bom, isto não é mau: não há nem bem nem mal, pois aqui só há Deus, e onde está Deus está o Espírito do Senhor, e aí está a liberdade”.



Quando vivíamos no Éden, isto é, em harmonia e perfeição como puras manifestações divinas, éramos deuses – inteiros e completos -, e o modo de retornarmos ao Jardim é nos livrarmos dos pares de opostos. 

Obtemos a completa harmonia quando não desejamos o bem mais do que desejamos o mal, pois quando desejamos algo, embora  pensando estar a desejar o que é bom, não temos meios de saber se o nosso desejo satisfeito resultará em bênção ao dano.



Mesmo uma coisa aparentemente desejável e muito perseguida, como ter dinheiro, pode ser danosa e destrutiva, como muitas pessoas penosamente descobriram.



Os ensinamentos tradicionais da metafísica concordariam que devemos elevar acima do mal, mas continuam e espreitar o bem a distância, na esperança de ver o mal transformado em bem; e é aí que cometem o erro que resulta na incapacidade de atingir a harmonia total. 

Enquanto nos fizerem acreditar que algo no mundo material/aparências seja bom e que algo seja ruim, ficaremos fora do Jardim do Éden, um dia com saúde e outro doentes, um dia jovens e com vitalidade e outro dia velhos e fracos. 


Esses pares de opostos se alternam de maneira cíclica. Só quando não desejamos a harmonia e a riqueza mais que a pobreza e a discórdia, e buscarmos apenas o que era original e primordial no Éden, subiremos para além dos pares de opostos para entrar na vida eterna. 


Nesse estado de consciência, estamos puros o bastante para habitar o Jardim do Éden, que é um estado de ausência de desejos, de contentamento com o Ser.

A pureza original de Adão e Eva consistia nessa ausência de desejos. Eles eram da substância de Deus, e recebiam tudo de que necessitavam pela Graça de Deus era seu próprio ser; era sua vida; Deus formara e governava seus corpos. 

Todos os dias se regozijavam das coisas boas da vida até que, no meio desse paraíso, a ideia de bem e de mal se insinuou em suas consciências. Depois disso, não mais caminharam bem-aventurados pelo Éden, mas saíram para o mundo, onde se tornaram o homem e a mulher da Terra.


Eles mudaram do estado de felicidade completa do Ser para o estado de consciência no qual tinham de ganhar a vida pelo suor da fronte – pela sua mente – e ter filhos com dor.

Enquanto mantivermos aceso o reconhecimento do bem e do mal, nós também estaremos vivendo no mundo como Adão e Eva, que foram expulsos do Éden, estaremos sujeitos às vicissitudes e às mudanças, aos acidentes, às limitações e à velhice.


No oitavo capítulo de Romanos lemos que o “homem de carne”, isto é, o homem Adão, não pode agradar a Deus, não está sob a lei de Deus, e só é filho de Deus se o Espírito habitar nele.

Não esqueçamos, contudo, que nós não somos dois. Não há um homem real e outro irreal, assim como não há um Universo real e outro irreal. Só há um Universo, e é real; só há um de você – e é real. 

De fato, o homem de carne é o homem real mesmo antes de o Espírito de Deus despertar nele, pois o primeiro e o último Adão são ambos seres espirituais – aquele era puro antes de ser expulso do É, e este purificado após seu retorno.

E assim é que você e eu somos puros filhos de Deus, nascidos no Éden, mas nutrimos/acreditamos ainda um sentimento de bem e de mal.

Vivemos como homens e mulheres de carne que não podem agradar a Deus e que não podem estar sob Sua lei até que, num dado momento de nossa vida, nos seja revelado que toda a diferença entre os Adão e Eva originais, criados por Deus, puros seres eternos, e nós está em reconhecermos o bem e o mal. 

Se quisermos voltar ao estado edênico e voltarmos a ser os homens e mulheres que éramos no início – pura criação -, tudo o que temos a fazer é nos livrar do nosso falso conhecimento do bem e do mal.

Na realidade, tal conhecimento pertence ao reino da teoria, da crença, dos conceitos humanos. Devemos estar dispostos a encarar toda e qualquer condição, boa ou má, na nossa vida, no país ou no mundo, com uma convicção: “Eu renuncio a vocês, a ambas. Daqui em diante não mais reconhecerei nem bem nem mal: conheço apenas Deus manifesto. 

Pela visão espiritual eu observo a Consciência manifestando a si mesma em formas imortais – eternas, harmoniosas, abundantes. Daqui em diante só aceitarei a revelação da criação verdadeira, onde há luz sem que haja sol, e onde tudo é harmonia”.

Não há outro caminho, e, quer estejamos quer não dispostos a aceitar essa ideia, o segredo do viver harmoniosamente reside na capacidade de nos privarmos de todas as nossas apreciações e julgamentos sobre situações e pessoas.

É difícil fazer isso porque no começo temos de viver uma vida dupla. 

Por exemplo, é inevitável que tomemos conhecimento do mal do mundo, más condições e, às vezes, más pessoas. 


Não há dúvida de que, como fez Jesus, poderemos precisar expulsar aqueles homens maus que ocupam lugares importantes no governo para fora do templo, votando contra eles e expondo sua corrupção ao mundo, embora tudo deva ser feito com tal desprendimento como se fôssemos interpretar um papel na peça.


Na peça da vida, seu papel poder ser o de um ladrão que roubou muito dinheiro, mas o crime perpetrado na peça não o prejudicará e nem beneficiará. Estaria só interpretando um papel, e se comportando como o personagem exigia.

Um ator não deve ser um vilão para fazer esse papel – apenas representa, e, tão logo desça o pano, retira a maquilagem e volta a ser ele mesmo.

Assim é conosco. Dizemos e fazemos coisas, nesse estado de dualismo em que vivemos, mas temos de aprender a ter um sorriso incrédulo dentro de nós mesmos, pois lembramos que somos apenas atores desempenhando um papel e, desse modo, não aceitamos as aparências como valores.

De fato, temos de censurar o mal: às vezes temos de voltar contra ele; outras, temos de marchar contar ele e, não raro, temos de corrigir crianças e até mesmo adultos.

Isso porém deve ser feito sem uma convicção real de nossa parte, e reconhecendo que: “Este é um mundo de aparências, e não há bem ou de mal nas pessoas, nos lugares ou nas coisas”. 

Temos de ser capazes de olhar para as pessoas à nossa volta com a silenciosa anuência em nossa mente: “Eu sei que neste cômodo não há ninguém ruim, nem pensamentos maus, nem ladrão e nem mentiroso entre os presentes”. Mas não basta; temos de ir um pouco além e acrescentar: Porém não há ninguém bom”.

No começo de nossa jornada metafísica, era difícil para muitos de nós não ver o mal; porém é muito mais difícil alcançar o estado de consciência que nos eleva acima do bem – acima da boa saúde e do bom suprimento – e nos recolhermos ao reino da consciência, onde, mesmo que exteriormente vivamos uma vida comum, cultivamos uma profunda convicção: "Não quero aceitar as aparências. Não as aceitarei. Ficarei no É. Deus É e só Deus É; não pode haver boa ou má condição – só Deus pode SER”.

O primeiro capítulo do Gênesis é um relato sobre um Universo espiritual, povoado de seres espirituais que não viviam dos efeitos, e sim da Causa; que não viviam só de pão, que não tinham de ganhar a vida pelo suor da fronte; ao contrário, 


Já no segundo e terceiro capítulos, o conhecimento do bem e do mal criou um sentido de separação de Deus, após o que o homem vive pelo poder e pelos efeitos: vive pelo pão, pelo dinheiro, pelo pulsar do coração, pela luz do sol; vive pelas coisas criadas, em vez de viver do Criador.

No presente momento em que estamos lendo, tudo isso poderá não parecer difícil de aceitar porque, se tivermos renunciado e abandonado a dictomia bem-mal, seremos puros, imortais, seres eternos, sem pecado ou vergonha, sabedores de que nada há para temer, pois estaremos vivendo pela Graça de Deus.

Não nos esqueçamos, porém, que o amanhã nos trará problemas que tentarão nos jogar para fora de Éden; amanhã teremos o correio e o telefone que tentarão nos hipnotizar com as aparências do bem e do mal.

Quando sobrevêm tais momentos, lembremos que é preciso ser fortes, mas também é quando a Graça de Deus vem nos capacitar para mantermos nossa integridade espiritual. 

A grande verdade, a de não haver bem e mal em todas as formas, é o segredo do “não-poder”, é o segredo da vida pelo qual a humanidade sempre procurou. Isso foi chamado de “busca de Deus, de “Santo Graal”, etc., e quando é achado, se é que é achado mesmo, o que se nos depara é que não há bem e mal.

Quando os homens descobrem esse segredo, seus pés caminham direto para o paraíso, pois descobriram a realidade última.  

EM SÍNTESE: É apenas o ter comido do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal que mantém o homem fora do Reino de Deus, ou seja tira do homem a Percepção de que DEUS É TUDO, INCLUSIVE O SER SOMOS.  



O JULGAMENTO PELAS APARÊNCIAS DE BEM E MAL É QUE TIRA A PERCEPÇÃO DE UNIDADE COM DEUS NO ETERNO AGORA, OU SEJA, É QUE TIRA A PERCEPÇÃO DE QUE NUNCA DEIXAMOS O PARAÍSO.









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