No Caminho Infinito, deixamos para trás a crença teológica em um Poder divino que faz as coisas por engano ou por mal, um Poder divino que combate o mal, o pecado ou a enfermidade, e aceitamos como verdade o princípio místico de que o Espírito é onisciente, onipotente e onipresente, além do qual não há mais nada.
O que temos que demonstrar, portanto, é que na presença da força espiritual não há os poderes do pecado, enfermidade, necessidade, acidente, infelicidade ou qualquer outro tipo de miséria humana. Estas coisas negativas podem existir apenas na ausência da força espiritual.
As trevas só podem existir na ausência da luz.
A força espiritual é frequentemente descrita como Luz: a Luz do mundo, a Luz que ilumina o caminho, a Luz que ilumina nossos passos.
Em toda literatura mística de qualquer parte, a Luz tem sido o símbolo da presença e da força espiritual. Esta força nunca combate as trevas. A Luz, que é o Cristo, nunca luta contra qualquer forma de discórdia.
Jesus nunca lutou contra o pecado , perdoou-o. Ele nunca combateu a doença, debateu com ela ou contra ela. Disse: “Levanta-te, e toma teu leito, e anda”.
Só há um registro, na Bíblia, de sua resistência ao mal e que é quando ele expulsou os “cambistas” do templo. Minha crença pessoal é que foi essa a sua maneira de dizer a seus discípulos que nós temos que expulsar de nossa consciência todas as qualidades negativas e destrutivas.
A consciência é o templo. As crenças negativas, supersticiosas, más, sensuais ou luxuriosas são os cambistas. Elas representam o sentido materialista que devemos banir de nossa consciência.
Afora o encontro de Jesus com os cambistas, o Mestre ensinou: “Não resistais ao mal”. “Mete no seu lugar a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão”.
A Luz do mundo não debate com as trevas, não luta ou tenta de qualquer modo afastar as trevas. A Luz, sendo a Luz, não pode ser extinta por qualquer tipo de trevas.
“Onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade”. Não diz: onde há o Espírito do Senhor, “há uma batalha”, ou onde o Espírito do Senhor está, “há uma luta contra o pecado”. Pelo contrário, onde o Espírito do Senhor está, há paz, há liberdade. “Na tua presença há abundância de alegrias” (Salmos 16: 11).
Certamente, isso não indica batalhar ou lutar ou qualquer sentido de conquista. Antes, indica que onde Deus é compreendido, há paz porque nada há a combater.
A Luz não combate as trevas e na presença dela não há trevas, pecado, enfermidade, morte, necessidade, limitação, relacionamentos humanos infelizes. Se nós aceitamos isso como um princípio, demonstraremos força espiritual, a presença de Deus, e isso é tudo. Mas a elaboração deste princípio, em nossa experiência diária, é um assunto individual. Não há fórmulas, não há possibilidade de formular um meio específico de demonstrar isso.
O Mestre deu-nos o princípio da não-resistência, mas não nos mostrou como é feito. Depois que tivermos o princípio, cabe-nos ver como criá-lo na experiência diária e provar que na presença dessa força espiritual concebida, o poder temporal, quer de natureza material, mental, moral ou financeira, não é uma força. De fato, nem mesmo existe na presença dessa Luz espiritual que somos.
COMENTÁRIOS
No texto “A libertação do Poder espiritual”, Goldsmith explica realmente um dos princípios mais profundos e eficazes revelado por Jesus, que é o da “não resistência ao mal”.
Na postagem anterior, escrevi que “a ilusão é inatingível pela realidade”, ou seja, onde aparenta existir trevas, existe, de fato, a Luz; e, se a Luz pudesse atingir trevas, não seria onipresente!
A exposição feita por Goldsmith sobre como deve ser encarado o Poder divino é bastante útil, pois, erradica a errônea crença comum de que “Deus reconhece ou enfrenta o mal”.
Sabemos que o ensinamento de O Caminho Infinito não é absoluto, pois leva também em conta a ilusória existência terrena.
Talvez seja por isso que Goldsmith tenha dito que Jesus deu o princípio da não-resistência sem nos ensinar como usá-lo. Isto não é verdade! Nem teria cabimento! Mas a forma de empregarmos este princípio está na prática do ensinamento absoluto, que é realmente “buscarmos o reino de Deus em primeiro lugar”, sem lutarmos com a ilusão.
Nossa identificação com a onipotência, que é este reconhecimento do Reino de Deus em nós, e de nós no Reino de Deus, é o modo de pormos em prática este princípio, ou seja, vivendo como Deus, e não como humano aprendendo a praticar o princípio divino.
Não poderíamos admitir Deus como onipotente e, ao mesmo tempo, “resistirmos a outro poder”, supostamente visto como “poder maligno”. E não poderíamos admitir Deus como onipresente e, ao mesmo tempo, aceitarmos a nossa “presença” como não sendo a DELE!
Como Deus é TUDO, e em Sua totalidade, está evidenciado como o “Ser que somos”, não existe “outro ser” para”criar na experiência diária” uma forma pessoal de se praticar a não-resistência!
Da aceitação da dualidade pode surgir a crença de que Jesus “deu-nos o princípio, mas não o meio de empregá-lo”, mas o entendimento de que “somos o Um” é, em si, a sua própria “prática”.
*GRATIDÃO AO MEU AMIGO DÁRCIO
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