Na Essência absoluta somos todos um; esta Verdade se oculta aos olhos do mundo, porque a mente humana, em seus julgamentos pelas aparências, enxerga tudo e todos separadamente, e a Vida-Fonte, que é única, é aceita erroneamente como vidas pessoais independentes.
Os ensinamentos espirituais revelam a Verdade da Unidade subjacente à pluralidade ilusória, enquanto nos motivam a “anular o ego” para transcendermos esta visão falsa da mente humana e contemplarmos nossa perfeição como unidade divina.
Entretanto, muitos acham que “anular o ego” é dizer amém a tudo e a todos, e a qualquer tempo! Este erro é absurdo e bastaria alguém ler nas Escrituras como Jesus agia, para discernir a falácia desta aceitação!
O suposto ego humano é nada! Não existe! É simples “aparência”.
E quando aparentamos estar neste mundo, situações mil se sucedem, que nos requerem contínuas tomadas de decisão.
Se a pessoa entender que “anular o ego” é meramente se curvar aos caprichos, interesses e pressões de “outros”, cegamente submetendo-se e “anulando-se” o tempo todo, achando ser este o ensinamento, estará completamente esquecida da UNIDADE!
E esquecida também de que a aparência, a “sombra visível” em que surgimos como humanos, também é uma, por ser “sombra da unidade”! Isto quer dizer o seguinte: se alguém anular o “ego” sem a atitude interna de avaliar com justiça o que deve ou não ser feito, e simplesmente se submeter à vontade “do outro”, mesmo achando-a errada, estará deixando de reconhecer esta “unidade” e, pior de tudo, fazendo crescer o “ego do outro”, achando, com isto, estar anulando o seu “próprio”.
Muitos passam a vida toda nesta resignação ilusória, em que se julgam “seguidores” do ensinamento; outros, por não conseguirem viver nesta constante submissão, tomam a atitude certa, mas depois se culpam internamente, julgando-se “egoístas” por não terem cedido!
A estória “O Beduino e o Camelo”, publicada por Edmundo Teixeira, ilustra muito bem o que devemos levar em conta, no que diz respeito a este assunto: Conta a sabedoria antiga que um beduino, ao anoitecer do primeiro dia de uma viagem pelo deserto, armou sua tenda, amarrou o camelo ao mastro principal e foi dormir. A noite estava fria e o camelo acordou o dono, pedindo deixar o focinho dentro da tenda. Três horas depois o camelo de novo o despertou, pedindo para deixar a cabeça toda na barraca. Nova permissão. Duas horas mais tarde o animal acordou-o outra vez com o focinho e pediu deixar também o pescoço sob a tenda. Mais uma concessão. Pela madrugada, o beduino acordou enregelado ao ar livre e viu o camelo dormindo gostosamente com a barraca sobre as gibas. Levantou-se furioso, deu-lhe uns pontapés e o animal, acordando assustado, olhou de um lado e de outro e perguntou aflito: Ué! Onde foi parar a minha tenda!
“Quem não se dá ao trabalho, firmeza e vigilância de guardar os limites desde o começo, acaba se arrependendo: o comodismo vai concedendo e o abuso vai avançando, até apossar-se de tudo, como legítimo direito”.
Neste estudo, por inspiração interna, ora dizemos “sim”, ora dizemos “não”; ora ouvimos “sim”, ora ouvimos “não”. Tudo faz parte! O “ego” deve ser anulado! Apareça ele em nós ou no suposto “outro”!
E isto deve ser feito com determinação e vigor! Aquele que segue a Voz da Consciência sabe sempre o quê fazer, em que concordar ou discordar, para que “justiça seja feita”.
Mesmo que, de momento, a atitude correta gere conflitos, por desagradar à suposta “outra parte”, esta firmeza deve ser mantida! O homem é Filho de Deus e não “vaca de presépio”!
*GRATIDÃO ETERNA AO MEU AMIGO DÁRCIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário