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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

“E Onde Estão Os Nove?”

 





Este suposto mundo visível desconhece a Realidade. 

Um erro comum, cometido por sinceros estudantes da Verdade, costuma ser o seguinte: querer alterar o mundo das aparências através do conhecimento da Verdade. Eis por que é de importância capital a percepção da existência única da Realidade. 

Assim como “este mundo” desconhece a Realidade, esta, por sua vez, não reconhece nenhuma existência denominada “mundo material”. 

Vivemos num Universo espiritual, e não há nenhum outro mundo além deste.

O Evangelho de Lucas registra a passagem da cura de dez leprosos. “E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz, e caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” (Lc. 17: 15-19).

Em Hebreus, 11:1, encontramos: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” 

A Consciência divina, por somente contemplar a Realidade, dispensa todo tipo de fé. 

Os dez leprosos foram curados. Se apenas um foi salvo pela fé, e os outros nove? Como se curaram? A fé é dualista: admite a Realidade e a aparência. A fé produz mudança de aparência, e pode não revelar a Realidade divina subjacente à crença. 

O samaritano voltou para dar glória a Deus. Isto significa que ele, apesar de curado, se via como um ser apartado de Deus. Sua gratidão era por ter visto a aparência de doença ceder lugar à aparência de corpo limpo! Teria ele discernido o próprio Corpo divino e imutável, que jamais esteve doente e que, em vista disso, jamais poderia ser curado? 

“E onde estão os nove?” Quando aparentemente nos solicitam ajuda, não devemos aceitar a existência de um ser humano necessitado. 

Todos os supostos solicitantes de ajuda estão em nossa Consciência iluminada. 

Não é preciso que eles retornem para glorificar a Deus, já que todos são a própria individuação de Deus. Apenas uma aparência do Ser divino (estrangeiro) poderia aceitar a ilusão de ter sido doente e, posteriormente, curado. 

Para a mente do Cristo, “os nove” somente poderiam estar em Sua própria Consciência iluminada, integrando perenemente a Onipresença e a Perfeição divinas.

Se percebermos que nossa Consciência única é iluminada, e que Ela abrange o Infinito, jamais aguardaremos informação sobre “resultados” de nossas supostas meditações de ajuda. 

Deus é Tudo; não existe o mundo das aparências com seus problemáticos “habitantes”. Onde estão, na verdade, estes seres? Em nossa Consciência crística, na Perfeição Absoluta, aqui e agora!

Esta passagem mostra que não devemos criticar aqueles que se sentem agradecidos pela ocorrência do que, para eles, seria um milagre

“Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” Esta frase, como dissemos, revela que a pessoa somente pôde observar a mudança de aparência, pela fé, sem que houvesse a percepção de sua verdadeira Identidade (Deus). 

Obviamente, aos olhos do mundo, a gratidão sempre é incomparavelmente mais apreciada e aceita do que ingratidão ou indiferença, diante dos “milagres” ou “graças recebidas”. 

Entretanto, o mundo visível (com suas supostas mudanças de aparências) é NADA! Esta é a percepção que exclui a gratidão; esta é a percepção que, em si, já é a GLÓRIA DE DEUS; E, ESTA É A PERCEPÇÃO DE “ONDE ESTÃO OS NOVE”




UM COMENTÁRIO SOBRE A POSTAGEM DE HOJE

Dentre as centenas e centenas de artigos sobre a Verdade que escrevi, este texto, “E Onde Estão Os Nove”, é um dos meus preferidos. Foi publicado desde a primeira edição de “A Arte da Percepção”, e explica a diferença entre a “visão absoluta”, que só reconhece a Existência Eterna de Deus, e a suposta “visão humana”, que se interessa pelas “aparências” deste mundo, ou pelo “referencial dos sentidos mortais”. 

Esta visão absoluta só é entendida quando fazemos as contemplações “vestidos” como o Cristo que somos, pois só esta visão de “Olho Simples” poderá chamar de “estrangeiro” quem acredita “ter sido leproso” e depois “ter sido limpo”.

Não existe Vida em “mundo ilusório”. Sem dedicadas contemplações, esta Verdade, ou esta mensagem, não terá sentido algum! 

Por outro lado, quando alguém se propuser a contemplar a sua própria presença, não como “humano iludido”, mas, como Deus expresso como seu Eu, nesta visão iluminada a Vida real lhe será conhecida! E a resposta à questão, “E Onde Estão Os Nove?”, será dada de modo absoluto: “Quais nove?”

O Infinito vive como a Consciência única e iluminada que somos! Jamais esta Vida se estende à ILUSÃO! DEUS É TUDO E SOMOS DEUS! E É ESTA A VIDA ÚNICA EM TODOS!





*GRATIDÃO ETERNA AO MEU AMIGO DÁRCIO

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