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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O ENCONTRO COM DEUS - ESSÊNCIA ÚNICA - NO AGORA ETERNO


 
 



Muitas pessoas estão convencidas da existência de um poder divino, que de certo modo atua sobre os labores humanos, porém não estão seguras do que se trata nem sabem como levar esse PODER e essa PRESENÇA DIVINA para sua experiência cotidiana. 

Tempo houve em que os homens se contentavam em crer em um Deus habitante de um céu remoto, um Deus que eles esperavam encontrar após a morte. Moderadamente, poucos se satisfazem com esse limitado conceito de Deus. 

O mundo está cheio de discórdias e agora surge a pergunta: "Se existe Deus, por que Ele permite o pecado, a doença, a guerra, a fome, o infortúnio? Como podem existir esses males se Deus é bom, se Deus é Vida, se Deus é Amor? Como podem coexistir esse tal Deus e os horrores da experiência humana?". 

Através dos tempos tentou-se decifrar esse enigma; mas não há solução, não há resposta a essa pergunta angustiante, a não ser esta: que o mundo não conhece Deus.
 
Se a humanidade tivesse perfeita compreensão de Deus, discórdias e desarmonia desapareceriam do mundo; a nossa ignorância de Deus é a causa dos males que nos acompanham em nossa vida.
 
Quando entramos em harmonia com Deus encontramos o segredo de uma existência harmoniosa.

Em todos os tempos os povos têm buscado liberdade, paz e fartura; essa busca porém tem sido feita, principalmente, através da febril atividade da mente humana. Prazer e satisfação têm sido provocados artificialmente e devido a esse artificialismo não são permanentes ou reais.
 
Liberdade, paz, plenitude, são condições da Alma, não são dependentes das circunstâncias. Houve homens que foram livres mantidos em algemas, livres no meio da escravidão e da opressão, encontraram a paz em plena guerra, sobreviveram aos flagelos e fome, prosperaram em períodos de depressão e de pânico.
 
Quando a alma do homem é livre, ela o conduz através de Mares Vermelhos e experiência no deserto à Terra Prometida de paz espiritual. 

Quando conscientizamos a presença do Reino de Deus no nosso íntimo Ser descobrimos também a manifestação do Poder Divino no mundo exterior.
 
Quando buscamos a paz interior encontramo-la também lá fora na harmonia externa.
 
Ao atingirmos a profundeza da nossa alma, deixamos que ela tome conta de nossa existência, dando a nossa vida novo cunho de paz e serenidade como jamais havíamos sonhado; é então que alcançamos a liberdade da alma, privilégio da Graça. 

Através de todos os tempos sempre houve pessoas espiritualmente dotadas: os místicos da humanidade que experimentaram a união consciente com Deus e manifestaram na vida cotidiana Sua presença e Seu poder.
 
Sempre houve um Moisés, um Elias, um João, um Paulo, mas nenhum deles teve muitos seguidores, nenhum deles foi amplamente conhecido, nem seus ensinamentos foram intensamente praticados na época em que viveram ou anos após. 

Esses mestres espirituais devotaram suas vidas a semear a verdade que conduziam muitas almas receptivas ao estado de consciência que ora vivera.
 
A luz que hoje nos ilumina deriva daquela luz projetada por eles e tem atravessado os tempos.
 
Há muitos mestres espirituais sobre os quais nada sabemos, líderes de séculos passados e de épocas mais recentes: Moisés, Elias, Jesus, João e Paulo, já mencionados; Eckhart, Boehme, Fox, e muitos outros luminares de todas as épocas.
 
Cada um desses apareceu como um raio luminoso, contribuindo para a totalidade da luz, emanada da Fonte Única.

Todos esses líderes concordam com os princípios básicos que nós conhecemos: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o seu coração, farás aos outros o que quiseres que te seja feito; não matarás, não roubarás, não cometerás adultério".  Eles não prescreveram que fôssemos da mesma nacionalidade, da mesma cor, do mesmo credo.
 
Ensinaram o princípio do amor e da cooperação. Fosse o amor realmente praticado e vivido pelos milhões que dizem aceitar os ensinamentos do Cristo e as guerras não existiriam.
 
É paradoxal que há milhares de anos perdure a revelação dessas verdades e a discórdia e a violência continuem a ser a força que move o mundo.
 
Com esse vasto repositório de sabedoria, era de se esperar que depois de decorridos tantos séculos, o mundo passasse a desfrutar maior liberdade e abundância. Porém os princípios desses ensinamentos nem sempre foram praticados como haviam sido revelados, ao contrário, foram cristalizados em ritos e formalismos e gradualmente adulterados, descendo ao mais baixo nível do pensamento humano, em vez de conduzirem o homem às culminâncias de uma visão da Verdade. 

O princípio original ensinado por Jesus revela que o Reino de Deus, a Presença e o Poder de Deus, estão dentro de nós.
 
A essa Presença e Poder, Jesus chamava PAI...
 
Não sou eu é o Pai que habita em mim que faz as obras.
 
Paulo exprimindo-se de outro modo diz: Posso todas as coisas no Cristo que me fortalece. 

Seja qual for o nome porque o chamamos: Deus, Pai, Cristo, é dentro de nós que Ele deve ser encontrado.
 
A natureza divina deve ser buscada não em montanhas sagradas ou no templo de Jerusalém, mas sim dentro de nós mesmos.
 
Se acreditarmos firmemente nisso, teremos o desejo de afastarmo-nos do mundo por algum tempo para nos colocar em contato com o Pai.
 
Desde que passamos a reconhecer que o nosso bem é o bem de Deus, damos descanso ao raciocínio, ao pensamento, à mente que planeja e começamos a escutar a voz suave e silenciosa, sempre atentos ao anjo do Senhor, ao Cristo em nós, ao Pai em nós que nunca nos abandona.
 
Esta auscultação é a arte de meditar cujo aprendizado conduz a um ponto em que a busca da Verdade deixa de ser uma especulação analítica da mente para intuir diretamente ao coração.
 
Em outras palavras, não mais subsiste a análise intelectual sobre a Verdade, pois temos a certeza intuitiva da Realidade Divina como uma presença viva dentro de nós. 
Todos conhecem a palavra "Deus", mas poucas pessoas no mundo conhecem Deus. Para a grande maioria, Deus permanece uma palavra, um termo, um poder fora de nós, não se converteu numa Realidade viva, exceto para uns poucos chamados místicos. 

A meditação nos leva a uma experiência pela qual sabemos que Deus é tão real como é certo estarmos lendo este livro.
 
Se todos os jornais do país publicassem em vistosas manchetes, a afirmação que nós não nos achamos agora neste lugar, essa publicidade não modificaria em nada a nossa certeza de estarmos agora nesse lugar.
 
Deus é tão real, tão presente como nós somos presentes e reais a Deus e Deus pode ser conhecido por nós, assim como nós somos conhecidos de outros e de nós mesmos.
 
A partir do momento em que percebemos Deus através de nossa experiência, nossa vida se transforma graças à libertação de nossa individualidade. Ficamos possuídos do sentimento de que algo opera dentro de nós, através de nós e para nós. Algo muito maior do que pensamos.
 
Essa tem sido a experiência de todos os místicos que realmente conheceram Deus, sentiram a presença de Deus, então Deus se tornou um poder dinâmico em suas vidas.
 
O mundo conta com raras pessoas assim e se houvesse um número maior de pessoas com essa experiência talvez fosse suficiente para salvar o mundo. 

No místico a consciência da presença e poder de Deus não é mera admissibilidade, não é simples afirmação e sim, um produto da experiência, é uma realidade viva. 

Nossa busca, nossa procura do Reino de Deus é uma demonstração de fé na presença e no poder de Deus, é uma crença firme, mesmo ainda sem a experiência individual da Realidade.
 
Só aqueles que alcançaram convicção interior são impelidos a essa busca.
 
Os que assim procedem, apesar de não terem ainda atingido a experiência, guardam uma íntima certeza e dizem em seu coração: este é o caminho de Deus.
 
Assim se inicia a busca por diferentes meios. O modo de começar essa busca depende da nossa vivência passada.
 
Existem os que começaram em igrejas dogmáticas, esses obtiveram lá mesmo a resposta, descobriram o Reino de Deus dentro de si e continuaram a colaborar nas suas igrejas como forma de serviço e às vezes, como forma de gratidão.
 
Alguns encontraram Deus palmilhando através do intelecto; outros ainda, por meios puramente intelectuais, há também os que se valeram de ensinamentos, combinando o intelecto com o espírito, graças à leitura de livros edificantes e graças a mestres, santos e videntes que nunca deixaram de existir entre os chamados – vivos. 

Uma coisa é ouvir falar sobre a verdade através de livros e conferências, através de teorias e citações; outra coisa muito diferente é conhecê-la pela meditação, pela conscientização quando o verbo se enraíza no ser individual e se expressa em frutificação espiritual.
 
"Os frutos do espírito são amor, alegria, paz, resignação e benevolência, bondade e fé".
 
É matematicamente certo que ao atingirmos a conscientização do Cristo interior, quando somos tocados pela experiência interna da alma, a frutificação espiritual se exterioriza em forma de harmonia, inteireza, plenitude e perfeição.

                      JOEL S. GOLDSMITH
 
 

 

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